Álvaro Guerra
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Álvaro Guerra (Vila Franca de Xira, 19/10/1936 - Vila Franca de Xira, 18/04/2002) foi político, diplomata, jornalista e um importante escritor português do século XX.
[editar] Biografia
Álvaro Guerra combateu na Guerra do Ultramar, mais propriamente na Guiné-Bissau, entre 1961 e 1963. Desde cedo se manifestou contra o salazarismo e contra a guerra colonial (gabava-se de ter sido dos primeiros autores a escrever sobre esta guerra). Após um ferimento, regressou a Portugal tendo logo em 1964 rumado a França, para estudar publicidade na École des Hautes Études da Sorbonne, onde permaneceu até 1969, evitando as perseguições da PIDE. Regressado ao seu país ligou-se ao jornalismo tendo colaborado no "República" e participado na fundação de "A luta", sempre numa prespectiva oposicionista. Esta sua actividade jornalistica levá-lo-ia, após o 25 de Abril, à Direcção de Informação da RTP. Foi conselheiro do Presidente da República Ramalho Eanes no 1º mandato deste, tendo depois abraçado a carreira diplomática, que o levaria, como embaixador, à antiga Jugoslávia, Índia, Zaire, Estrasburgo e Suécia. Viria a falecer a 18 de Abril de 2002, vítima de complicações cardíacas. Ao longo da sua vida permaneceu sempre muito ligado à sua terra natal e ao que mais a caracteriza: a tauromaquia. A este propósito afirmou no Congresso Mundial de Cidades Taurinas, realizado em Vila Franca em 2001, que "A escrita é um desafio, tal como a tourada. Gostaria de fazer da minha vida uma tauromaquia".
[editar] Vida Literária
O seu primeiro romance Os mastins, teve a honra de ser prefaciado pelo seu conterrâneo Alves Redol. Nesta obra, e como se iria revelar ao longo da sua carreira, nota-se uma abordagem política e uma crença na contínua influência do passado sobre o presente e o devir histórico. Na verdade, Álvaro Guerra destacou-se no romance histórico, nomeadamente naquele que aborda as grandes temáticas portuguesas do século XX ( como aquelas que são, porventura, as suas obras mais conhecidas Café Central, Café República e Café 25 de Abril) ou ibéricas, como no caso de O jardim das paixões extintas, obra maior sobre a Guerra Civil de Espanha. Noutra das suas obras, A Guerra Civil, aborda as lutas entre liberais e absolutistas no século XIX. Noutro registo foi distinguido com o Grande Prémio da Crónica da APE, com o seu livro Crónicas Jugoslavas, marcado pela sua experiência diplomática.
[editar] Obras
- Os Mastins (1967)
- Disfarce (1969)
- A Lebre (1970)
- Memória (1971) (contos)
- Capitão Nemo e Eu (1973)
- Café República (1982)
- Café Central (1984)
- Café 25 de Abril (1984)
- Crimes Imperfeitos (1990)
- Razões do Coração (1991)
- A Guerra Civil (1993)
- Esboços para Uma Tauromaquia (1994)
- Com Crónicas Jugoslavas (1996)
- No Jardim das Paixões Extintas (2002)