Alfred Dreyfus
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Alfred Dreyfus (Mulhouse, 9 de outubro de 1859 — Paris, 12 de julho de 1935) foi um capitão do exército francês de religião judaica. Injustamenente acusado e condenado por traição, depois anistiado e reabilitado, ele foi o centro de um grande conflito social e político da Terceira República francesa, que ficou conhecido como o caso Dreyfus.
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[editar] O Caso
Em 1894, Alfred Dreyfus foi acusado pelos monarquistas de ter vendido segredos militares aos alemães. Incriminado por um conjunto de documentos falsos, foi condenado à prisão perpétua na Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, e seu caso repercutiu por todo o mundo. Caracterizando-se como uma campanha nacionalista e de revanchismo francês contra a Alemanha, acabou por desembocar no anti-semitismo, na condenação dos judeus como não-franceses. Essa farsa, entretanto, foi sendo aos poucos esclarecida, devido à atuação dos escritores Anatole France(1844-1924) e Émile Zola (1840-1902). O incidente envolveu toda a sociedade francesa, enfraqueceu os monarquistas e abalou o anti-semitismo nacional.
[editar] A Prisão
Dreyfus foi preso a 15 de outubro de 1894 e em 5 de janeiro do ano seguinte foram-lhe retirados os galões de oficial numa cerimónia humilhante e foi condenado à prisão perpétua. Em 1899, um tribunal militar realizou um novo jugalmento, sendo Dreyfus novamente condenado, porém foi amnistiado e deixou a prisão, tendo obtido a liberdade por ordem do executivo. Foi viver com uma das suas irmãs em Carpentras, e mais tarde em Cologny. Foi oficialmente reabilitado em 1906. Em 15 de outubro do mesmo ano foi-lhe dado o comando da unidade de artilharia de Saint-Denis, contudo o exército continuou a negar a sua culpa, mantendo a acusação de traidor a Dreyfus, ou a suspeita de traição.
[editar] A Revelação
Em janeiro de 1898, no jornal L'Aurore, Émile Zola escreveu uma carta aberta ao presidente, com o título Eu Acuso! (J'accuse!), combatendo o Alto Comando Militar francês, os tribunais, enfim, todos os que condenaram Dreyfus, incendiando a opinião pública nacional. O escritor se apoiava no trabalho do chefe do serviço secreto francês, coronel Picquart, que concluiria que os documentos contra Dreyfus tinham sido falsificados.
[editar] Ver também
- Anti-semitismo
- Charles-Ferdinand Walsin Esterhazy - O verdadeiro culpado