Arquíloco
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Arquíloco (680 a.C. - 645 a.C.) foi um poeta grego.
Foi o autor da famosa alegoria da raposa, que sabe muitas coisas, e do ouriço-cacheiro que é persistente na sua ideia única.
Arquíloco de Paros
Arquíloco nasceu na ilha de Paros (680 a.C. - 645 a.C.). A primeira data relativamente precisa da Literatura Grega. Sabe-se que era filho ilegítimo de um aristocrata, Telesicles, e que teve de abandonar a ilha devido a problemas financeiros. Em Tasos viveu como soldado mercenário e, ao que parece, morreu em combate durante uma disputa com a vizinha ilha de Naxos.
Arquíloco adaptou a poesia épica a novas formas, mais naturais. Compôs inúmeros iambos (ou jambos) satíricos, alguns bastante ferinos, e também canções sensuais. Os versos transbordam espontaneidade, sentimento e uma certa rebeldia em relação aos valores estabelecidos.
Seus poemas logo se tornaram muito populares: faziam parte do repertório dos rapsodos e eram cantados freqüentemente nos concursos públicos de poesia. Os antigos colocavam-no em pé de igualdade com o próprio Homero.
Arquíloco escreveu o seguinte: “Algum Saio se ufana agora com o meu escudo, arma excelente,/que deixei ficar, bem contra a vontade, num matagal./Mas salvei a vida. Que me importa aquele escudo?/Deixá-lo! Hei-de comprar outro que não seja pior.” (trad. de Maria Helena da Rocha Pereira em Hélade) A verdadeira sabedoria é intemporal e, se quem foge é valente, haverá homem mais heróico do que Arquíloco? Não será que herói é aquele que não consegue fugir a tempo?
Poemas de Arquíloco de Paros:
Voraz tesão, mofino, arfante, inclina-me Na areia as moles carnes, e mais nada: Pois a ossatura já moeram os deuses na porrada. (Tradução de Antonio Medina Rodrigues)
Soldado e Poeta E eu, que sou um servidor do Senhor da Batalha também sou versado no amável dom das Musas.
A Lança Para mim, na lança o pão sovado; na lança, o vinho ismárico; e eu bebo na lança apoiado.
Poeta Satírico e eu sei uma coisa importante, a quem age mal comigo, dou em troca terríveis males.
Ou Mato Ou Morro um dos Saios enfeita-se agora com o belo escudo que junto a um arbusto atirei contra a vontade, salvando a vida. Que me importa aquele escudo? Dane-se! Comprarei um novo que não será pior.
(Sem Título) Ai quantas vezes, ai quantas, quantas no turvo mar, o mar penteado pelas rajadas como a desordem da cabeleira de uma mulher, eu suspirei, morto em saudade, pela doçura de regressar.
(Sem Título) Esta ilha engrinaldada por agrestes bosques jaz no mar como um espinhaço de burro.
(Sem Título) Algum Saio se orgulha de meu escudo, arma excelente, que abandonei, contra a vontade, num matagal. Mas salvei a vida (psykhé). Que me importa o escudo? Comprarei outro e não será pior.” (Frag. 6 Diehl) [29]
(Sem Título) Nem glória nem respeito ganha um morto: a graça dos vivos, vivos perseguimos. Ao morto sempre resta o que é ruim.
(Sem Título) Tenho uma grande arte Eu firo duramente aqueles que me ferem.
(Sem Título) Seco de inspiração, mas não de sentimento pelas tristezas que o convém tanto para assunto de poemas, o medíocre poeta o seu estilete molha, preparando-se...
[editar] Obras relacionadas
Há algumas obras em português sobre e com traduções de fragmentos de Aquíloco de Paros, dentre as quais citam-se:
Armas e Varões: a Guerra na Lírica de Arquíloco, de Paula da Cunha Corrêa (São Paulo: UNESP, 1999);
Os Elegíacos Gregos de Calino a Crates - vol. I, de Vittorio de Falco & Aluizio de Faria Coimbra (São Paulo, 1941);
Antologia de Poetas Gregos de Homero a Píndaro, de Daisi Malhadas & Maria Helena de Moura Neves (Araraquara: FFCLAr-UNESP, 1976)