Bartolomeu Bueno da Silva
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Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera, foi um dos mais importantes bandeirantes a desbravar o interior do Brasil durante o período colonial.
Diz-se que já em 1680 Bartolomeu Bueno penetrou o território que hoje pertence ao Estado de Goiás, ocupado pelos pacíficos índios goiás, vendo suas mulheres enfeitadas com palhetas de ouro no cabelo... Seu filho de 12 anos (outros historiadores indicam ter 16 anos), com o mesmo nome mas depois apelidado «o Moço», que o acompanhava nesta viagem, refaria a mesma viagem em 1721.
Segundo Silva Leite na obra «Genealogia Paulistana», volume I, página 48, o sertanista paulista era filho de Francisco Bueno e de Filipa Vaz. Segundo o mesmo genealogista, a viagem teria sido efetuada em 1682 e penetrou no sertão, achando ouro, embora sem dar importância ao achado. Casou com Isabel Cardoso, única esposa de que teve geração, e depois com Maria de Morais.
Acompanhando seu pai, Francisco Bueno, sua primeira expedição partiu de São Paulo em 1682 e atravessou o território do atual Goiás e seguiu até o rio Araguaia. Ao retornar desse rio à procura do curso do rio Vermelho, encontrou uma aldeia indígena do povo Goiá. Diz a lenda que as índias estavam ricamente adornadas com chapas de ouro e, como se recusassem a indicar a procedência do metal, Bartolomeu Bueno da Silva pôs fogo à uma tigela contendo aguardente afirmando severamente que, se não informassem o local de onde retiravam o ouro, lançaria fogo em todos os rios e fontes. Admirados, os índios informaram o local e o apelidaram Anhangüera (em tupi añã'gwea) diabo velho - o genérico tupi aportuguesado para anhangá significa diabo ou espírito maligno, mesmo prefixo usado no topônimo paulistano Anhangabaú. O Anhangüera foi o último dos grandes bandeirantes a desvendar os caminhos para o oeste tornando conhecido o alto sertão brasileiro.
Em 1722, 40 anos mais tarde, seu filho Bartolomeu Bueno da Silva partiu de São Paulo com a intenção de novamente se embrenhar pelo sertões que percorrera com o pai. Durante três anos essa nova expedição, sob seu comando, andou pelos sertões à procura dos antigos sítios. Não os reencontraram, mas chegaram a fundar um núcleo chamado Barra, que em 1727 foi transferido para as margens do rio Vermelho com o nome de Santana, mais tarde se tornando a Vila Bueno, que hoje é a cidade de Goiás Velho. O nome desse filho ficou marcado como um dos bandeirantes deslumbrados com a Serra dos Martirios, ficção que surgira em São Paulo desde o último quartel do século XVII com índios vindos da região dos araés na bandeira de Antônio Pires de Campos, o Velho: Bartolomeu Bueno da Silva, o Moço, assegurava que ali estivera com Pires de Campos e que o achado fora de Manuel Peres Cañamares, dando assim caráter de veracidade ao murmúrio e à lenda. Na serra ou pedernais de cristais que no meio dela se emparedam até o alto, tinha por obra da natureza umas semelhanças da coroa, lança e cravos da paixao de Jesus Cristo, mas tudo tosco. Nela estivera Antônio Pires, aos 14 anos (cerca de 1673) com seu pai Manoel de Campos Bicudo, cabo de tropa de 60 homens, para conquista do gentio do distrito dos serranos e com ele Bartolomeu Bueno, da mesma idade, com seu pai: no baixo Goiás habitavam os então denominados bilreiros ou caiapós, trilha de bandeiras escravagistas desde o século XVI.
Em homenagem à primeira povoação da região que ali surgiu, a cidade de Goiás ergueu, a 9 de Novembro de 1942, o “Monumento ao Bandeirante”, do artista Armando Zago, que retrata Bartolomeu Bueno da Silva (filho), em corpo inteiro, tendo nas mãos uma bateia e uma bacamarte.
Teve um neto bandeirante, Francisco Bueno da Silva.
