Bonde de Santa Teresa
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sinta-se livre para editá-la para que esta possa atingir um nível de qualidade superior.
Em 1872, surgiria o bonde que se tornou o símbolo do bairro, e que atualmente é a única linha em funcionamento na cidade, subindo a rua Almirante Alexandrino. Inicialmente, o bonde era verde, mas passou a ser pintado de amarelo após reclamações de moradores que diziam que o bonde "sumia" em meio à vegetação do bairro. O bonde vai do bairro ao centro da cidade pelos Arcos da Lapa, um antigo aqueduto, desde 1896
Inaugurado em 1896, o bondinho de Santa Teresa além de transportar moradores e turistas pelas ladeiras íngrimes do bairro, se torou um cartão-postal da cidade e um verdadeiro museu ambulante desse antigo meio de transporte, hoje praticamente desativado no mundo inteiro. Primeiro, o governo recuperou o ramal da Paula Matos, depois o Dois Irmãos e este ano o do Silvestre, que estava paralisado desde 1966, em conseqüência de quedas de barreiras provocadas por fortes chuvas naquele ano.
No ano de 2005, os bondes deixaram de circular por diversos meses, devido a uma greve dos técnicos e condutores dos mesmos. Após sucessivas negociações, o Governo do Estado do Rio de Janeiro conseguiu fazer com que os bondes voltassem a funcionar. Porém os bondes ainda carecem de reformas nos carros e nos trilhos, sendo comum ocorrerem diversos descarrilamentos.
[editar] Histórico
- 1859
- Circula o primeiro bonde, puxado a burro, na cidade do Rio de Janeiro, ligando o Largo do Rocio a Tijuca. Esta linha era controlada pela Cia. Carris de Ferro, cuja exploração fora concedida ao empresário inglês Thomas Cochrane, em 1856.
- 1862
- A tração animal é substituída por máquinas a vapor, o que leva a Carris de Ferro a uma difícil situação financeira.
- 1865
- A empresa de carris, sem recursos para manter-se e ampliar o tráfego de seus veículos, encerra suas atividades.
- 1866
- É organizada a Botannical Garden Rail Road Company. A empresa, que mais tarde se transformaria na Cia. de Carris do Jardim Botânico, foi organizada a partir da concessão obtida pelo engenheiro americano Charles Greenough ao Barão de Mauá. Mauá vinha enfrentando uma série de dificuldades e não obteve sucesso com o empreendimento.
- 1868
- Inaugura-se o primeiro trecho da linha de bondes da Botannical Garden, ligando o Centro (esquina das Ruas Ouvidor e Gonçalves Dias) ao Largo do Machado.
- 1870
- The Rio de Janeiro Street Railway Company, autorizada a funcionar no Brasil em 1869, inaugura os primeiros trechos de suas linhas, ligando o Largo de São Francisco até o Portão da Coroa, na Quinta da Boa Vista, e em seguida, até o Caju e a Tijuca.
- 1871
- Abertura do trecho entre o Largo do Machado e a Praia de Botafogo, mais tarde ampliado até as Três Vendas (nas proximidades da atual Praça Santos Dumont) e a Ponte da Rainha (na atual Rua Marques de São Vicente). Neste ano, inaugura-se, também, o ramal de Laranjeiras.
- 1872
- As linhas da Cia. Ferro Carril de Santa Teresa ligam a atual Praça Quinze de Novembro ao Largo da Lapa e à Rua do Riachuelo.
- 1873
- A empresa The Rio de Janeiro Street Railway Company passa a chamar-se Cia. De São Cristóvão. Suas linhas atravessam áreas operárias e bastante povoadas nas freguesias de São Cristóvão e Engenho Velho, avançando pela orla da Saúde e Gamboa e pelos bairros da Tijuca, Catumbi e Rio Comprido.
- A Cia. Ferro Carril de Vila Isabel, organizada em 1872 pelo Barão de Drummond e mais dois sócios, coloca em tráfego a sua primeira linha, da atual Praça Tiradentes ao portão da Fazenda dos Macacos, de cujo loteamento origina-se o bairro de Vila Isabel.
- 1877
- Inaugura-se o trajeto conhecido como Plano Inclinado de Santa Teresa.
- 1878
- Forma-se a Cia. de Carris Urbanos, englobando, numa única administração, quatro empresas: a Locomotora , a Ferro Carril de Santa Teresa (somente as linhas da parte baixa da cidade), a Ferro Carril Fluminense e a Carioca-Riachuelo. A nova companhia serve à área central do Rio de Janeiro, ligando-a aos terminais marítimos e ferroviários.
- 1892
- Inaugura-se a primeira linha de bondes movidos a energia termelétrica - a do Flamengo, aberta ao tráfego desde 1890. A primeira viagem foi um acontecimento de grande importância e um marco para a Cia. Jardim Botânico.
- Abertura do Túnel Velho (atual Alaor Prata), perfurado pela Cia. Jardim Botânico que aliada a interesses de empresários imobiliários, monta uma estratégia publicitária para vender Copacabana como uma opção "moderna", como um novo estilo de vida. No mesmo ano, abre-se ao tráfego a primeira linha de bondes para este bairro.
- Alguns diretores da Cia. Jardim Botânico, entretanto, acham arriscado e imprudente levar o bonde até "aquele recanto arenoso, sem habitação e cujo progresso seria muito lento."
- 1894
- Criam-se dois ramais a partir da Rua Barroso (atual Siqueira Campos), ponto terminal da Linha de Copacabana: um em direção ao Leme e outro em direção à Igrejinha, no Posto 6.
- 1895
- Inaugura-se a primeira linha que, passando sobre os Arcos da Lapa, liga a Ladeira de Santo Antonio ao Curvelo, em Santa Teresa.
- 1896
- Os bondes para Santa Teresa são eletrificados. Criam-se novas linhas que atingem o Largo do França, Lagoinha, Paula Mattos e Silvestre.
- 1901
- São concluídas as obras da linha Igrejinha - Ipanema que, nesta época, já conta com iluminação elétrica, apesar do bairro não estar ainda habitado.
- 1905
- A Companhia canadense The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Limited é autorizada a funcionar na cidade para produzir energia elétrica gerada por força hidráulica. O objetivo é promover a iluminação e a produção de força motriz para fins industriais.
- 1907
- Alegando a necessidade de eletrificação das linhas, a Light estende seu controle administrativo às principais companhias de bondes que operam na Zona Norte e no Centro.
- 1910
- A Cia. Jardim Botânico constrói uma subestação transformadora na Praia de Botafogo e , no seguinte, começa a utilizar a energia hidrelétrica da Light. A intercomunicação das linhas das duas empresas se estabelecia a partir do Largo da Lapa.
- 1914
- A Cia. Jardim Botânico estende seus trilhos até o Leblon, consolidando seu domínio sobre a Zona Sul da cidade. Aliás, a história da urbanização da Zona Sul está intimamente ligada à atuação da Cia. Jardim Botânico, que soube aliar aos seus , os interesses de vários grupos privados, cujo objetivo era a especulação imobiliária.
- 1916
- A Light consegue a transferência das concessões das três companhias de bonde que administra: a São Cristóvão, a Carris Urbanos e Vila Isabel.
- 1928
- A Light obtém a concessão da última companhia de bondes a burro: a Rio de Janeiro Suburban Tramway, que atuava na linha Madureira-Irajá.
- 1945
- A Light começa a alegar prejuízo no serviço de bondes.
- 1950/59
- Há uma sensível diminuição de bondes em circulação no Rio de janeiro, época em que sua população teve um aumento de cerca de 50%.
- 1960
- Termina o prazo da concessão da Cia.
- Jardim Botânico, em 31 de dezembro.
- 1961
- Início da atuação da Junta de Administração Provisória dos Serviços de Bonde da Zona Sul, que passa a operar o serviço de bondes da Jardim Botânico.
- 1961/62
- Implantação da rede aérea de trolleys, que vão servir à Zona Sul.
- 1963
- A junta de Administração Provisória desativa as linhas de bonde.
- Inauguradas as linhas de trolleys, na Zona Sul.
- Extingue-se a concessão à Rio Light S.A e à Companhia de Transportes Coletivos - CTC - encampa os serviços de bonde da Zona Norte e de Santa Teresa.
- 1965/67
- Desativação progressiva dos bondes da Zona Norte. Os trolleys vão tomando o seu lugar, mas não funcionam como alternativa, devido à incompatibilidade entre a rede aérea, que utilizavam, e a de iluminação.
- 1968
- A partir deste ano, os bondes, no Rio de Janeiro, circulam apenas no bairro de Santa Teresa.
- Ao longo do tempo, Santa Teresa chegou a ter em circulação mais de 35 bondes, alguns com reboque. Em 1975, de um total de 28 veículos, só funcionavam 18, com uma taxa de ocupação das mais altas (69%) de toda a história da vida de 84 anos, dos atuais bondinhos de Santa Teresa.
- O sistema de bondes, operado pela Companhia de Transportes Coletivos - CTC do Estado do Rio de Janeiro, tem uma frota operacional de 10 bondes e opera com intervalos entre partidas da estação Carioca de 15 minutos. O sistema transporta entre 25 e 30 mil passageiros por mês.
Através do Decreto nº21.846 de 18/07/01, a responsabilidade do Sistema de Bondes de Santa Teresa, foi transferida da CTC-Companhia de Transportes Concedidos para a Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística-CENTRAL.