Cachoeiras da Jacuba
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O nome Jacuba vem de um prato a base de farinha e rapadura muito utilizado pelos tropeiros durante os séculos XVIII e XIX. Aproveitando a boa água da região, que ficou conhecida como "Cachoeiras da Jacuba", eles preparavam aqui suas refeições e repousavam afim de recuperar as energias para seguir viagem.
Os tropeiros vinham carregados de rapadura, café, carne-de-porco e madeira rumo à Estação Ferroviária de Ana Matos. Lá trocavam suas mercadorias por sal, tecidos e arroz. Assim abasteciam as cidades de Marliéria e Jaguaraçu - antigamente São João do Grama - distrito de Antônio Dias.
Com o passar dos anos as estradas facilitaram o acesso das comunidades mais isoladas aos centros urbanos e vice-versa. Os tropeiros acabaram cedendo lugar ao nosso tempo.
O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E O ECOTURISMO
O desenvolvimento econômico do Vale-do-Aço passou a atrair um número cada vez maior de turistas para o lazer junto à natureza. A qualidade de vida que o interior proporciona e as belezas naturais do Vale impulsionaram também a nossa história que é mais ou menos assim:
Entre os anos de 1993 e 1994 Roney Luiz de Castro Pereira e Rosa Elisa de Araújo Paiva adquiriram as terras onde está situada a histórica Cachoeiras da Jacuba. Preocupados com a degradação do meio-ambiente, causada principalmente pelo ciclo do gado, pensaram formas de preservar esse paraíso de matas ciliar, capoeira e atlântica totalmente nativas no interior do estado de Minas Gerais.
A CRIAÇÃO DO PARQUE
Com a ajuda de amigos - como o saudoso Adilson Condessa Torres (in memorian) - Roney descobriu que a solução ideal seria transformar a fazenda em APA (Área de Preservação Ambiental). Deu-se então uma longa batalha que teve o apoio do então Prefeito de Jaguaraçu, Antônio Moraes Quintão, e do Deputado Estadual Ivo José.
Após anos de luta veio, enfim, a recompensa: em 01/12/1998 o projeto é sancionado pelo governador Eduardo Azeredo, em parceria com o IEF (Instituto Estadual de Floresta), transformando o território de 7819 hectares em Área de Preservação Ambiental.
Só na fazenda Cachoeiras da Jacuba são 1385 hectares totalmente preservados e 94 hectares destinados à área de lazer - proporcionando aos turistas o contato com a natureza em hospedagens rústicas e aconchegantes, restaurante e bar com o melhor da culinária mineira e as piscinas naturais para garantir a diversão de todos.
Vivem aqui mais de 70 espécies de pássaros raros catalogados pelo IEF, além de centenas de animais selvagens e uma flora riquíssima. A excelente água é originária de várias nascentes, que juntas formam o manancial que alimenta as cachoeiras.
AS CACHOEIRAS
São centenas de cascatas e cachoeiras de menor tamanho e cinco que se destacam pela altura da queda: .: Jacuba de Baixo - 15 mts. .: Jacuba de Cima - 30 mts. .: Cachoeira do Metro - 78 mts. .: Tirimba - 40 mts. .: Barragem - 5 mts. Após a cachoeira 'Jacuba de Cima' só é permitida a entrada acompanhado de um Guia Parque.
ALTITUDE
A sede da fazenda está situada a uma altitude de 530 metros e seu pico está a 1050 metros (Pico do Machado), o Clima de montanhas é predominante. O ponto mais alto da região é o Pico do Jacroá, a 1100 metros - com vista para a maior reserva contínua de mata atlântica do Brasil, o Parque Estadual do Rio Doce.
CURIOSIDADES
01) As águas da Cachoeira da Jacuba 1 e 2 são filtradas. Elas abastecem a cidade de Jaguaraçu e foram escolhidas por serem consideradas a de melhor qualidade do município.
02) Jacuba, na receita de Guimarães Rosa, no livro Grande Sertão, veredas - " um prato feito de farinha, café e rapadura" - como é mais conhecido aqui na nossa região.
03) Jacuba, segundo Aurélio Buarque de Holanda: "Refresco ou pirão feito com água, farinha de mandioca, e açúcar ou mel, e por vezes temperado com cachaça. [Sin., no AM, chibé; no PA e MA, tiquara, chibé; em PE, gonguinha; em vários estados do N.E., sebereba.]".
04) Jaguaraçu vem do Tupi-Guarani e significa Onça-Grande.
05) Marliéria é a antiga Babilônia - distrito criado em 1901. Em 1923 tomou a denominação de Marliéria em homenagem ao colonizador francês Guido Tomaz Marlière.
06) Jacroá leva esse nome porque, segundo a história, Guido Marlière, ao avistar a paisagem pronunciou "Je crois en Dieu" (Eu creio em Deus). Este som foi gravado em francês pelas pessoas que estavam à sua volta. Era algo parecido com "Jacroá".
- retirado do site Marliéria Online
07) No tempo dos tropeiros as cidades ficavam a mais ou menos 20 Km de distância uma da outra. Esse fato curioso tem uma explicação: 20 Km é o percurso que um animal de carga aguenta fazer em um dia de viagem.
LITERATURAS RECOMENDADAS
Babilônia e seus fantasmas - VALSI, Aroldo. Ipatinga: Ed. Art Publish, 2003
Caminho de dentro - CASTRO, Carmem Quintão de. Belo Horizonte: Ed. Arte Quintal, 1987
Memórias de um Intendente - CARAM, Foad Abrahão. Belo Horizonte: Ed. Sistema Laser Artes Gráficas, 2004
Páginas soltas: cantigas de "bem dizer" - fragmentos do cotidiano - CASTRO, Carmem Quintão de. Belo Horizonte: Ed. Secretaria Estadual de Cultura, 2002