Canais de Marte
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Em 1877, o astrónomo Giovanni Schiaparelli, observou e desenhou um mapa de Marte onde constavam uma complicada rede de linhas rectas que cruzavam a superficie de Marte. Essas estranhas linhas já tinham sido observadas por alguns astrónomos, mas foi este astrónomo italiano quem mostrou um desenho de Marte feito pelo próprio. Schiaparelli chamou a essas linhas de "canalis", que significa "leitos de rio" ou "sulcos", mas foi traduzido para o inglês com o termo "canals" que significa canais feitos de forma artificial. Especulava-se sobre a possibilidade de esses canais serem a prova da existência de vida inteligente em Marte.
Um acérrimo defensor dessa teoria foi o astrónomo e matemático norte-americano Percival Lowell. Lowell também desenhou a superficie de Marte onde incluiu os polémicos canais. Ele chegou à conclusão que esses canais serviam para levar a àgua dos pólos para todo o planeta para ser utilizado por seus habitantes. Mas muitos astrónomos não viam qualquer canal na superficie de Marte. De notar que a observação da superficie de Marte a partir da Terra não era tarefa fácil na época. As observações eram muito dificeis o que fez com que muitos astrónomos pensassem que afinal os canais de Marte não passavam de uma ilusão de óptica.
O astrónomo inglês Edward Walter Maunder efectou experiências que mostravam que a distância pode dar a ilusão de que um certo grupo de pontos podem criar a ilusão de se tratar de uma linha recta. Posteriormente foram feitas observações com instrumentos cada vez melhores onde não foram vistos os canais tão defendidos por Lowell. Nos dias actuais temos imagens de grande definição sobre a superficie de Marte. Várias sondas já nos deram muitos detalhes sobre a sua superficie e nunca foram vistos os canais ou vestigios que esses canais alguma vez existiram.
Está completamente posta de parte a ideia de em Marte existir uma rede de canais que permite a distribuição da àgua das calotes polares para todo o planeta para a utilização dos seus habitantes. Foi uma teoria que apaixonou muitas pessoas, que gerou muitos debates e especulações, mas hoje sabe-se que esta teoria não está correcta.