Castelo de Viana do Alentejo
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Homologação (IPPAR) |
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Aberto ao público |
O Castelo de Viana do Alentejo localiza-se na vila, Freguesia e Concelho de mesmo nome, Distrito de Évora, em Portugal.
É considerado, juntamente com o Castelo de Alvito, um dos mais notáveis conjuntos arquitectónicos fortificados do final do período gótico. A sua história liga-se à da família dos Meneses, condes de Viana, que se distinguiram, no século XV, nas lutas no Norte d'África.
Índice |
[editar] História
[editar] Antecedentes
A primitiva ocupação humana de seu sítio remonta à época da Romanização da península Ibérica, conforme se depreende dos testemunhos arqueológicos abundantes na região, inclusive uma necrópole. A região foi abandonada possivelmente ao fim do período, de tal modo que apenas a atividade agrícola subsistia à época Muçulmana.
[editar] O castelo medieval
À época da Reconquista cristã da península, a região foi dominada por Portugal a partir do século XIII. À época, o sítio constituía-se numa herdade, propriedade da Câmara Municipal de Évora. Denominado como "Foxém", recebeu posteriormente as denominações de "Viana de a par de Alvito" e mais tarde, simplesmente "Viana de Alvito", já à época dionisina.
No início do reinado de D. Afonso III (1248-1279), a municipalidade de Évora doou as terras da herdade a Egídio Martins, mordomo da Cúria, que cuidou de incrementar a sua exploração, incumbência passada a seus sucessores.
Com o falecimento de D. Martim Gil, senhor dos domínios de Viana do Alentejo, estes retornaram para a posse da Coroa, tendo D. Dinis (1279-1325) concedido aos moradores Carta de Foral (1313), regulando-lhes as relações e doando 100 Libras para as obras de fortificação. Data deste período a edificação do castelo e da cerca da vila, tendo o soberano, no ano seguinte, outorgado esses domínios a seu filho, o Infante D. Afonso (1314) com a condição de os não trespassar a ninguém, salvo a esposa, a infanta D. Beatriz de Castela, o que ele veio efetivamente a fazer, às vésperas de sua morte, em 1357.
Sob o reinado de D. João II (1481-1495), tendo se reunido as Cortes em Évora, a 12 de Novembro de 1481, foram posteriormente transferidas para aqui, onde vieram a encerrar-se a 7 de Abril de 1482. Anos mais tarde, aqui se celebraram faustosamente as bodas do Infante D. Afonso com infanta D. Isabel de Castela, de Janeiro a Fevereiro de 1491. Tanto em 1481, quanto em 1489, assim como em 1491, o castelo teria acolhido o soberano, que desde o início de seu reinado lhe procedeu ampla campanha de reformas, extendida à Igreja Matriz, trabalhos que tiveram continuidade sob o reinado de seu sucessor, D. Manuel I (1495-1521), com obras sob a direção dos arquitetos Martim Lourenço, Diogo e Francisco de Arruda. No castelo, destaca-se a construção de um novo pano de muralhas devidamente ameado.
Nos séculos seguintes, entretanto, foram desaparecendo os pontos de referência do castelo, notadamente os fossos envolventes e as pontes pelas quais se acedia ao castelo.
[editar] Do século XX aos nossos dias
O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910. A intervenção do poder público, entretanto, só se fez sentir na década de 1940, com obras a cargo da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, tendo se procedido trabalhos de consolidação e restauro nas muralhas e nas ameias.
[editar] Características
O castelo apresenta planta pentagonal irregular, no estilo gótico, com elementos mudejáres e manuelinos. As suas muralhas, rematadas por merlões e ameias, são percorridas por adarve e reforçadas por torreões de planta circular nos vértices, rasgados por seteiras e encimados por coruchéus de alvenaria. O torreão maior foi convertido em Torre de Menagem. No troço Sul das muralhas rasga-se a chamada Porta da Matriz e no troço a Noroeste, a Porta da Misericórdia. Na praça de armas delimitada pelas muralhas, ergue-se a Igreja Matriz sob a invocação de Nossa Senhora da Misericórdia, em estilo manuelino, mas que se acredita suceda uma edificação anterior, da época dionisina, a Capela de Santo António e o prédio da antiga Câmara Municipal.
A expansão da malha urbana preencheu os fossos envolventes e demoliu as pontes de alvenaria que os cruzavam.
[editar] Ligações externas
- Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
- Instituto Português de Arqueologia
- Castelo de Viana do Alentejo (Pesquisa de Património / IPPAR)