Cristão-novo
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Cristão-novo era a designação dada em Portugal e no Brasil a um judeu convertido ao cristianismo. A classificação apareceu no século XV durante o reinado de Manuel I de Portugal, que impôs aos judeus a conversão ou a expulsão do país e das suas colónias. A medida foi uma tentativa de homogeneizar a religião na Península Ibérica e consta do acordo de casamento entre Manuel I de Portugal e a Infanta Isabel de Aragão, à data a herdeira dos Reis Católicos.
A maioria dos cristãos novos, porém, permaneceu fiel à sua religião original (sendo assim denominados de marranos ou criptojudeus) e inventou inúmeras formas de esconder a sua convicção religiosa. As alheiras, um tipo de enchido de carne de galinha e outras aves, foram por exemplo criadas para imitar os tradicionais chouriços de carne de porco, proibida aos judeus. O falhanço da seriedade de muitas conversões levou à criação da Inquisição, que diferia em diversos aspectos da Inquisição "tradicional", em Portugal e ao estabelecimento de uma política de distinção em relação aos cristãos novos. Foi apenas durante o governo do Marquês de Pombal (século XVIII) que se eliminaram as distinções entre cristãos velhos e novos.
Muitos intelectuais portugueses eram cristãos-novos e foram perseguidos por isso. Pedro Nunes, o matemático português, foi um cristão-novo. Os seus netos foram acusados pela Inquisição, a Ibérica. As ossadas de Garcia da Orta, famoso médico português e ele também um cristão-novo, foram queimadas numa macabra cerimónia da Inquisição.