David Reuveni
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David Reuveni (Khaibar na Arábia central, 1490 - Llerena, 1538) foi um judeu do século XVI que alguns tomaram por Messias.
Em 1524, Reuveni desembarcou em Veneza, afirmando ser o embaixador e irmão do Rei José de Khaibar, uma cidade e antigo distrito da Arábia, "no deserto de Habor", onde os descendentes das "tribos perdidas" de Rubem e Gad supostamente viviam.
Graças à intervenção representantes da comunidade judaica, como o Rabino Ovadia Sforno, o médico Judá Ascoli e sobretudo de Benvénida, a mulher de Samuel Abravanel, filho de Don Isaac, Reuveni conseguiu uma audiência com o Papa.
Pediu ao Papa Clemente VII e a potências europeias que lhes fornecessem canhões e armas de fogo para a guerra com os muçulmanos que, disse, impediam a união dos judeus que viviam nos dois lados do Mar Vermelho. O objectivo: a dominação da Arábia e a recuperação de Bizâncio. O papa dá-lhe cartas de recomendação aos Reis de Portugal e da Abissínia. Eles deveriam estabelecer contactos com esse reino Judeu de Habor.
Em 1525 (a convite do rei D. João III), rumou a Lisboa, acompanhado de escolta e sob uma bandeira com um emblema das Doze tribos de Israel.
Foi bem recebido pelo rei português, que lhe deu a promessa de ajuda e a pausa temporária na perseguição aos Marranos, o que fez crer aos judeus portugueses e espanhóis que Reuveni era um precursor do Messias.
Selaya, inquiridor de Badajoz, queixou-se ao Rei de Portugal que um judeu vindo do Oriente (referindo-se a Reuveni) tinha suscitado aos Marranos espanhóis a esperança de que o Messias chegaria e iria liderar Israel de todas as suas terras de volta à Palestina, e que tinha mesmo encorajado a actos públicos (ver Grätz, l.c. ix. 532).
Um espírito de expectativa cresceu durante a estadia de Reuveni em Portugal. Reuveni negou expressamente ser um Messias ou um profeta (ver Fuenn, "Keneset Yisrael," p. 256), dizendo que era apenas um guerreiro. Porém, uma mulher marrana da região de Herara, em Puebla de Alcocer declarou ser uma profeta, teve visões, e prometeu liderar os seus correligionários para a Terra Santa. Foi queimada viva, juntamente com quem acreditava nela. Há mesmo cristãos-novos portugueses que pretendem entrar para o "exército" de Reuveni. D. João III viu nesta exaltação um perigo político e Reuveni julgou mais prudente fugir de Portugal, atravessando a Espanha e França de regresso à Itália.
Em 1525, um secretário do rei D. João III, de nome Diego Pires, inspirado pela visita de Reuveni, decide abandonar o seu posto governamental. Ele inicia-se no Judaísmo, faz-se circuncisar, toma o novo nome de Salomão Molko e foge de Portugal às escondidas. Dirige-se ao Império Otomano, chegando a Salónica em 1529.
Mais tarde, em Itália, David Reuveni e Salomão Molko voltam a encontrar-se. Eles decidem iniciar uma nova missão perante o poderoso imperador Carlos V. Foram ter com ele em Regensburg. Aqui chegados, foram presos. Salomão Molko foi queimado na fogueira. Desconhece-se se David Reuveni morreu na fogueira ou na prisão.
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- Gonçalo Anes, o Bandarra