Defecação
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Defecar é o ato de purgar as fezes do organismo, através do relaxamento do esfíncter e contrações do reto anal.
Existem vários reflexos fisiológicos que estimulam a defecação por meio do aumento do peristaltismo intestinal, entre eles estão o orto-colico, que acontece quando a pessoa acorda e se levanta, e o gastro-colico, que acontece quando ingerimos algum alimento, entre outros.
1 - Considerações anatomicas:
1.1 - Intestino Grosso:
Neste segmento ocorre uma importante absorção de água e eletrólitos presente em seu conteúdo. O quimo vai, então, adquirindo uma consistência cada vez mais pastosa, e se transformando num bolo fecal. Fortíssimas ondas peristálticas, denominadas ondas de massa, ocorrem eventualmente e são capazes de propelir o bolo fecal, que se solidifica cada vez mais, em direção às porções finais do tubo digestório: os cólons sigmóide e reto.
1.2 - Os cólons sigmóide e reto
Na pélvis o colo sigmóide termina na flexura retossigmóidea, abaixo da qual, se inicia o reto. O reto acaba no canal anal que apresenta, apenas, 2 a 3 cm de extensão estando contido dentro do ânus. O canal anal apresenta epitélio escamoso proveniente de invaginação da pele. Na junção muco-cutânea, o epitélio escamoso se transforma em epitélio colunar estratificado que no reto passa a epitélio colunar semelhante ao do colo. Existem dois esfincteres anais com grande importância no controle da defecação: O esfíncter interno e o esfíncter externo. O esfíncter interno formado por três músculos circulares, é inervado pelos nervos pélvicos não estando sob controle voluntário. Além do controle da defecação, uma de suas funções específicas é a de contenção dos gases. Este esfíncter, entretanto, não é muito potente. O esfíncter externo, formado por músculo estriado e inervado pelo nervo pudendo está sob controle voluntário, exceto nos primeiros anos de vida.
2 - Considerações funcionais:
A utilidade da defecação é fácil de ser compreendida, ela é nessessaria para a eliminação do material solido não absorvido pelo organismo. Freqüentemente, o ato de defecação é inibido, por razões de ordem social.
3 - Defecação:
A maior parte do tempo, o reto não contém fezes isto resulta da existência de um fraco esfíncter funcional a cerca de 20 cm do ânus na junção entre o cólon sigmóide com o reto. Existe também uma angulação aguda neste local, o que dificulta com uma resistência adicional o enchimento do reto. Quando os movimentos de massa forçam as fezes para o reto, o desejo de defecar inicia-se imediatamente, incluindo a contração reflexa do reto e relaxamento dos esfíncteres anais.
4 - O reflexo da defecação:
Fisiologicamente a defecação é iniciada por reflexos da defecação ( Reflexo intrínseco e Reflexo parassimpático). O enchimento das porções finais do intestino grosso estimula terminações nervosas presentes em sua parede, através da distenção da mesma. Impulsos nervosos são, então, em intensidade e freqüência cada vez maior, dirigidos a um segmento da medula espinhal (sacral) e acabam por desencadear uma importante resposta motora que vai provocar um aumento significativo e intenso nas ondas peristálticas por todo o intestino grosso, ao mesmo tempo em que ocorre um relaxamento no esfíncter interno do ânus. Desta forma ocorre o reflexo da defecação. Se, durante este momento, o esfíncter externo do ânus também estiver relaxado, as fezes serão eliminadas para o exterior do corpo, através do ânus. Caso contrário as fezes permanecem retidas no interior do reto e o reflexo desaparece, retornando alguns minutos ou horas mais tarde. O esfíncter externo é formado por músculo estriado e pode, portanto, ser controlado voluntariamente, de acordo com a nossa vontade.
4.1 - Reflexo intrínseco:
Mediado pelo sistema entérico local na parede do reto. Quando as fezes chegam ao reto a distensão da parede retal desencadeia sinais aferentes que se propagam pelo plexo mioentérico para iniciar ondas peristálticas no cólon descendente, sigmóide e reto forçando as fezes na direção anal. À medida que as ondas peristálticas se aproximam do ânus, o esfíncter anal interno se relaxa por impulsos inibitórios provenientes do plexo mioentérico, caso ao mesmo tempo o esfíncter anal externo estiver aberto ocorrera à defecação. Entretanto o reflexo mioentérico intrínseco sozinho que funciona por si só é relativamente fraco.
4.2 - Reflexos parassimpáticos da defecação:
Envolvem os segmentos sacrais da medula espinhal. Estímulos parassimpáticos intensificam acentuadamente as ondas peristálticas, e o estimulo para o relaxamento do esfíncter anal interno de fraco passa para poderoso.
5 - O ato da defecação
Ocorre, normalmente, no homem, uma a duas vezes em 24 horas e cerca de uma vez por hora, em bovinos. Ë comum uma grande variação nos hábitos intestinais, principalmente, quando se analisam indivíduos de diferentes nacionalidades e submetidos a vários tipos de condicionamento. A defecação é, normalmente, impedida pela contração dos dois esfíncteres: (esfincter anal interno e esfincter anal externo). Vários grupos musculares participam deste ato: (1) os músculos do reto e do ãnus, (2) as estruturas musculares adjacentes ao períneo, (3) o diafragma e (4) os músculos estriados da parede abdominal. A massa de fezes, entrando na ampola retal, causa distensão de sua parede, estimulando assim a defecação. Quando este aumento da presão retal intraluminal excede certos limites (cerca de 50 mm de Hg), o esfíncter interno relaxa e surge a necessidade de defecar. Neste ponto, se as circunstâncias o permitirem, o esfíncter anal externo sofre relaxamento voluntário. Uma onda de contração se inicia no meio de colo transverso, propagando-se para baixo em direção à junção retossigmóidea. Ocorre um encurtamento da ampola retal, pela contração dos músculos elevadores do ânus e dos retococcígeos. Os músculos da parede abdominal também se contraem, a glote se fecha, o diafragma é abaixado, por inspiração profunda, e os músculos torácicos se contraem. Em conseqüência, ocorre aumento da pressão intra-abdominal de 100 a 200 ou mais mm de Hg e a massa fecal é expelida com encurtamento da ampola retal. Verifica-se um aumento rápido da pressão arterial, seguido por aumento da pressão venosa periférica, o que pode, em pessoas debilitadas, ser a causa de uma diminuição considerável do débito cardíaco, seguida de queda da pressão arterial e síncope.
6 - O gorgetamento continuo de matéria fecal através do anus:
É impedido através da constrição tônica do esfíncter anal interno, que é constituído de musculatura lisa. Esfíncter anal externo é constituído por músculo estriado esquelético, ou seja, controle voluntário consciente ou pelo menos subconsciente que continua a manter a contração continua, a não ser sinais conscientes inibam a constrição.
7 - Controle da defecação
As vias aferentes do reflexo de defecação seguem os nervos parassimpáticos, através do nervo pélvico . O reflexo é aumentado pelo estímulo táctil ao nível do ânus, assim a passagem de fezes, pelo canal anal, potencializa o reflexo. O controle e a coordenação da defecação ocorrem no centro da defecação, situado no bulbo perto do centro do vômito, O centro de defecação está associado com sua zona estimulatória quimio-receptora específica, localizada no assoalho do quarto ventrículo. A estimulação desta zona ou do próprio centro por certas substâncias químicas, toxinas ou drogas pode causar a defecação. A defecação, também, pode sei’ dcsencadeada por estímulo de certas zonas do diencéfalo. A transecção da medula, acima de L1 geralmente, determina incontinência fecal. O tono esfincteriano é preservado e a defecacão continua, automaticamente, embora sem percepção consciente do seu início. Após certo tempo, o reflexo de defecação se restabelece. O estímulo dos gânglios basais no cérebro, também, pode ser a causa de defecação involuntária. Por outro lado, a defecação pode ser inibida pela dor, pelo medo, pela elevação da temperatura e vários mecanismos inibitórios psicogênicos ou neurogênicos. A destruição da inervação simpática do colo não afeta o ato da defecação. O controle voluntário da defecação, incorporado no esfíncter externo devolve ao homem o privilégio de controle das funções gastrintestinais, perdido no momento em que o bolo alimentar toca os receptores tácteis da faringe e do pálato mole. A existência do controle voluntário no início e no fim da digestão é uma astúcia da natureza que da ao homem, um dominio sobre seu tracto digestivo e sobre o processo de digestão
8 - Registro da motilidade intraluminal
O reto, em repouso, apresenta um padrão de motilidade semelhante ao do sigmóide tendo, em geral, menor atividade.Diferentes tipos de motilidade podem, igualmente ser registrados na área esfincteriana do ânus.
Bibliografia:
Copyright - 1999 - Milton Carlos Malaghini http://www.geocities.com/~malaghini/digestivo.html
http://members.tripod.com/themedpage/fisiologia.htm
http://www.fisiologia.kit.net/fisio/digestorio/5.htm
http://fisiologia.med.up.pt/sumarios%20teoricas/48%20PCC.html
Glass, George B. Jerzy. Introdução à fisiologia gastrintestinal –Sarvier - 1973