Dosvox
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O Dosvox é um sistema de síntese de voz, em português, desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que facilita o acesso de deficientes visuais a computadores, garantindo a independência e motivando aqueles que necessitam estudar e trabalhar com o computador ou, simplesmente, se interagir com outras pessoas sem depender de alguém. Atualmente o projeto conta com mais de 10000 usuários espalhados pelo Brasil, Portugal e América Latina.
O DOSVOX é composto de:
- Sistema operacional que contém os elementos de interface com o usuário;
- Sistema de síntese de fala, incorporando um sintetizador simples para português e conexão para sistemas profissionais de síntese de voz;
- Editor, leitor e impressor/formatador de textos;
- Impressor/formatador para Braille;
- Diversos programas de uso geral para o cego, como caderno de telefones, agenda de compromissos, calculadora, preenchedor de cheques, cronômetro, etc.
- Jogos de caráter didático e lúdico;
- Ampliador de telas para pessoas com visão reduzida;
- Programas para ajuda à educação de crianças com deficiência visual;
- Programas sonoros para acesso à Internet, como Correio Eletrônico, Telnet, FTP e acesso a WWW.
- Leitor de telas/janelas para Windows
[editar] História
O Projeto Dosvox nasceu da dificuldade de Marcelo Pimentel, aluno do Curso de Informática da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1992, a dar continuidade a faculdade em matérias que lidavam diretamente com o computador, devido a dependência que tinha de amigos e de seu pai. Incentivado por Mario de Oliveira, professor a disciplina de Cálculo Vetorial e Geometria Analítica, Marcelo aceitou a idéia de iniciar um projeto de iniciação científica no qual deveria desenvolver um sistema que fizesse o computador interagir com o usuário através da voz. Iniciando suas pesquisas ele descobriu, no SERPRO, equipamentos de informática desenvolvidos para cegos, mas o software era todo em inglês. Em 1993, não existia ainda nenhum sintetizador de voz disponível para língua portuguesa.
Após escrever o projeto, a Reitoria cedeu um laboratório de informática do NCE e equipamentos como impressora em braille, um scanner de mesa, um sintetizador de voz para a língua inglesa e um software que descrevia o que estava sendo feito no micro, os mesmos utilizados no SERPRO. Só que não havia ninguém que o ajudasse a dar continuidade ao projeto. Desestimulado, Marcelo acabou deixando o projeto de lado.
No segundo período da faculdade, Marcelo conheceu José Antonio dos Santos Borges, que seria seu professor de Computação Gráfica. Imaginando que seria difícil dar aula a um deficiente visual, ele foi conversar com Marcelo e ficou sabendo do seu projeto de iniciação científica. Dispensado da parte prática da disciplina, Marcelo teria que dar continuidade ao projeto.
O Dosvox se constituía inicialmente apenas de um programa para soletrar em síntese de voz o que aparecia na tela do computador e um editor de texto também soletrado. Em poucos meses foi construído o primeiro sintetizador de português, o que viabilizou o uso amplo do sistema, fora das aplicações originais, voltadas apenas ao suporte à programação de computadores.
Em pouco tempo o DOSVOX ganhou uma interface padrão, baseada num sistema de menus sonoros e de feedbacks auditivos cuidadosamente preparados, e que se tornou modelo para os quase 100 programas que constituem o sistema. A interface foi aprimorada para ser utilizado por pessoas sem contato prévio com informática, o que permitiu a ampla disseminação num país com alto índice analfabetismo digital como o Brasil.
[editar] Disseminação
A partir da disseminação apoiada por diversas instituições de renome como o Instituto Benjamin Constant, no qual tem sido utilizado na educação básica de crianças e jovens deficientes visuais, o DOSVOX ganhou credibilidade e veio a tornar-se o sistema de acessibilidade mais usado no Brasil. Foi também traduzido para o espanhol e distribuído no Uruguai e Mexico.
Durante os primeiros anos o produto foi comercializado a um preço baixo (70 dólares) e parte do lucro obtido revertido para o desenvolvimento do próprio sistema. Hoje o sistema é distribuído gratuitamente pela Internet, sendo seu desenvolvimento custeado principalmente com recursos internos do Núcleo de Computação Eletrônica.
O programa é distribuído em versões para Windows e Linux e é um software desenvolvido segundo a filosofia Open Source.
Conteúdo livre tirado do sitio [1]
Maiores detalhes no site do projeto DOSVOX. [2]