Edmund Burke
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Edmund Burke (Dublim, 12 de janeiro de 1729 — Beaconsfield, 9 de julho de 1797) foi um filósofo e político anglo-irlandês.
Advogado, dedicou-se primeiramente a escritos filosóficos dos quais destacam-se A origem de nossas idéias do sublime (1757).
Iniciou sua carreira política em 1765 como secretário particular do Primeiro-Ministro Rockingham. Foi depois eleito para a Câmara dos Comuns, onde tornou-se conhecido por suas posições liberais: era favorável ao atendimento das reivindicações das colônias americanas, à liberdade de comércio, etc. Chegou mesmo a denunciar as injustiças cometidas pela administração inglesa na Índia. No entanto, não podia aceitar facilmente os "excessos" da Revolução Francesa de 1789, expondo tais críticas na obra Reflexões sobre a revolução na França, de 1790.
Temperamento impetuoso e pouco inclinado à sistematização, Burke não escreveu nenhum tratado sobre teoria política. Seus pensamentos são expostos em cartas, discursos, panfletos e obras de circunstância. Expressa-se através de aforismos, por efusões líricas ou polêmicas, visando a maior parte das vezes a um resultado prático.
As aparentes contradições de seus pensamentos tem origem nas diferentes circunstâncias que nortearam suas emoções. A inspiração, no entanto, é sempre a mesma. Em primeiro lugar, o desprezo aos filósofos franceses (em especial Rousseau), que denomina "audaciosos experimentadores da nova moral".
Burke advoga a teoria do contrato social e da soberania do povo, embora sustentata na idéia de que a razão e a teoria não são referências válidas por si mesmas para a vida das sociedades. Afirma que a história é feita de um longo depósito de tradições, de prudência, de moral, incorporadas nos usos e nas civilizações, e não da elaborações intelectuais, como querem os filósofos. Nessa mesma linha de raciocínio, Burke nega que as constituições possam ser feitas ou produzidas; uma constituição só pode surgir graças à experiência acumulada durante séculos.
Burke opõe à Revolução Francesa, para ele um edifício erguido em bases frágeis, a Constituição Inglesa, cuja sabedoria profunda não reside num certo universo de regras e princípios gerais, mas em uma vasta e subtil harmonia de costumes, de preconceitos, de instituições concretas estruturadas no decurso dos séculos. Essa antítese das duas constituições é o pano de fundo no qual Burke projeta, a propósito dos inícios da Revolução Francesa, os principais temas de uma filosofia do conservadorismo.