Escola austríaca
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A Escola Austríaca é uma corrente de pensamento económico que defende uma menor intervenção do Estado na economia, tendo como base o princípio de que quanto menor essa intervenção, maior a eficiência económica e consequentemente maior o bem-estar e liberdade dos indivíduos que compõem uma sociedade.
[editar] Metodologia
A escola austríaca baseia-se no conceito filosófico de individualismo (em oposição ao conceito de colectivismo), sendo a sua visão Aristotélica/racionalista da economia divergente das teorias económicas neo-clássicas actualmente dominantes, baseadas numa visão Platónica/positivista da economia.
A escola austríaca considera o individualismo metodológico como única fonte válida para a determinação de teorias económicas, ou seja, dada a complexidade e infinitos fatores que influenciam as decisões económicas dos vários indivíduos numa sociedade, a única forma válida de explicar essas decisões é estudar quais os princípios fundamentais que regem todas as ações humanas.
À aplicação formal do individualismo metodológico dá-se o nome de praxeologia. Esta visa definir leis económicas válidas para qualquer ação humana, ou seja, preocupa-se em analisar quais os conceitos e implicações lógicas por detrás das preferências e escolhas dos indivíduos, considerando verdadeiras apenas as leis económicas que são válidas independentemente do tempo ou lugar em que se aplicam.
A praxeologia levou à definição axiomas como, por exemplo, de que o homem age sempre com a intenção de aumentar o seu conforto ou reduzir seu desconforto, respeitando sempre uma escala ordinal de necessidades que nem sempre são objectivas ou racionais. Utilizando o mesmo axioma conclui-se que um mercado livre da influência estatal é a forma mais eficiente de suprir as diversas necessidades que surgem numa sociedade, dada a incapacidade do Estado em interpretar correctamente e suprir com eficiência as necessidades em constante mutação dos diferentes indivíduos que compõem uma sociedade.
[editar] Ideias principais
- O mercado livre é a forma mais eficiente de alocação dos fatores de produção. Uma autoridade central é incapaz de gerir a informação dispersa pelos agentes económicos dado não ser possível quantificar com exactidão as necessidades de diferentes indivíduos em dado momento. Qualquer interferência estatal leva a distorções no mercado e consequente ineficiência económica.
- A inflação é um fenómeno económico que não deve ser controlado ou manipulado pelo Estado. Num sistema bancário livre evitam-se as perdas de poder de compra resultantes da manipulação da massa monetária por parte dos bancos centrais.
- O ciclo económico é a consequência visível das distorções induzidas pela intervenção do Estado na economia, dado ser inevitável que mais cedo ou mais tarde a economia reaja e contrarie a essas distorções com fases de reajustamento que normamlmente implicam períodos de contracção económica. Quanto maior o grau de liberdade de uma economia, menor a amplitude nominal e temporal dos ciclos económicos dada a maior eficiência na alocação dos fatores de produção.
[editar] Membros da Escola Austríaca
- Carl Menger
- Eugen von Böhm-Bawerk
- Friedrich von Wieser
- Ludwig von Mises
- Friedrich Hayek
- Ludwig Lachmann
- Murray N. Rothbard
A metodologia Austríaca pode ser encarada como a continuação de uma longa linha de pensamento económico que se estende desde Séc. XV até à era moderna, incluindo economistas como Richard Cantillon, David Hume, A.R.J. Turgot, Adam Smith, Jean-Baptiste Say, David Ricardo, Nassau Sénior, John Elliott Cairnes, e Claude Frédéric Bastiat.