Discussão:Gonzaguinha
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Uma das músicas de Gonzaguinha "O que é, o que é?", pode ser relacionada ao pensamento agostiniano.
Santo Agostinho não apreciava nenhum prezer sensorial por desconfiar dos sentidos humanos. Dizia que para ver a verdade era necessário utilizar a visão da alma.
Corrente de pensamento de Santo Agostinho | |
Maniqueísmo | Luta perpétua entre o bem e o mal |
Ceticismo | Desconfiança nos sentidos |
Neoplatonismo | A alma, iluminada por Deus, alcança a verdade |
De acordo com a sua teoria, Deus é criador tanto da matéria quanto do mundo espiritual; o ser humano não é uma alma aprisionada no corpo, mas um ser tanto físico quanto espiritual. Não somos somente “alma”, somos um composto de corpo e alma que, na ressurreição, volta a viver em sua plena natureza. O indivíduo é somente um agente passivo, influenciado pelo Bem ou pelo Mal. Ou seja, o ser humano é um instrumento do Bem ou do Mal.
Neste contexto, a música “O que é, o que é” pode ter vários pontos de vista dentro da filosofia, como por exemplo: divina, profana ou humana. Por certo Santo Agostinho se revolveria no túmulo se soubesse que seus pensamentos estão sendo confrontados com os de Gonzaguinha se levarmos o conteúdo desta música para um desses exemplos. No entanto outros sentimentos da alma do autor, que desconheço, estão envolvidos.
“O que é o que é” retrata, em alguns pontos, as mesmas idéias que Santo Agostinho tinha. Por exemplo no trecho: “Mas e a vida / Ela é maravida ou é sofrimento / Ela é alegria ou lamento” pode-se perceber a relação entre a música e a idéia maniqueísta que Santo Agostinho incorporou à sua corrente de pensamento, quando ele diz que a vida é movida pela luta entre o bem e o mal. Santo Agostinho dizia que o corpo está em luta contra a alma, pois o homem, ao se utilizar do livre arbítrio, toma conta da alma, que foi criada para tomar conta do corpo.
Em outro trecho, a música diz que “somos nós que fazemos a vida, como der ou puder ou quiser ... por mais que esteja errada”.Aqui, identifico o pensamento de Santo Agostinho que dizia que o livre arbítrio do homem é a fonte do pecado, e que o homem usa seu livre arbítrio para exercer a vontade própria, mesmo sabendo que tal atitude possa ser pecaminosa.
Há, nesta composição, semelhanças relevantes ao pensamento agostiniano. No terceiro verso a música diz que a vida é bonita. Isso se deve à utilização dos sentidos para tal qualificação. No entanto Santo Agostinho desconfiava dos sentidos e só acreditava no que a alma lhe mostrava; neste ponto a música difere do pensamento agostiniano.
--Tucalipe 17:53, 14 Novembro 2005 (UTC)