Jaime II de Inglaterra

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Jaime II da Inglaterra, Jaime VII da Escócia ou Jaime II Stuart nasceu no palácio de St. James em Londres em (14 de Outubro 1633 e morreu em St. Germain-en-Laye na França em 16 de Setembro de 1701) . Foi o último monarca Stuart de linhagem direta, cuja abdicação estabeleceu permanentemente o Parlamento como poder governante na Inglaterra. Exilado na França, fugiu da Inglaterra em 11 de dezembro de 1688 e o Parlamento decretou sua abdicação em 28 de janeiro de 1689 mas permaneceu de facto Rei da Irlanda até derrotado na batalha do Boyne em 1º de julho de 1690.

[editar] Dados biográficos

Recebeu o título de Duque de York em 1634. Sua lembrança se perpetua na maior cidade do mundo: nascido com o título de duque de York, durante o reinado do irmão, foi em sua honra rebatizado o porto de Nova Amsterdam: hoje ainda se chama New York.

Estava em Oxford, durante a Guerra Civil, quando a cidade se rendeu e escapou do palácio onde o haviam preso em 20 de abril de 1648, nove meses antes da execução do pai. Fugiu disfarçado, tomando navio em Greenwich, estabelecendo-se na Haia com a irmã, princesa de Orange. Reuniu-se depois à mãe em Paris e integrou o exército francês sob Turenne (1652-1655). Esteve em 1657 a serviço da Espanha em Flandres.

Era era soldado experiente e foi designado alto comandante da Inglaterra com a Restauração do irmão Carlos II ao trono em 1660, nomeado Lord High Admiral e Warden of the Cinque Ports. Comandou duas vezes a frota inglesa em guerras contra a Holanda.

[editar] A conversão ao catolicismo

Sua conversão ao romano catolicismo (1668/1669) provocou uma oposição dos ingleses, como herdeiro presuntivo. Fez uma declaração pública de sua fé em 1672. Em 1673 o Parlamento passou o Test Act e foi obrigado a deixar o posto de lord high admiral. O chamado complô papista, ou Popish Plot, ocasionou tal levante popular que se teve que retirar para o Continente, tendo sido feita tentativa de o excluir da sucessão.

Voltou em 1679, sendo enviado à Escócia, quando houve renascimento cultural sob seu patrocínio. O Exclusion Bill passou duas vezes pela Câmara dos Comuns sendo rejeitado uma vez pela Câmara dos Lords, e da segunda vez ficou perdido pela dissolução do Parlamento. Passou muitos anos no exílio, tendo retornado à Inglaterra depois da derrota do bill e, em violação à lei, tomou assento no conselho e reassumiu os assuntos navais.

[editar] No trono

Em 1685, Jaime II sucedeu ao irmão, sem posteridade legítima. Foi coroado em 23 de abril de 1685. Enviou missão a Roma, ouviu missa em público, tornando-se, como o irmão, pensionista do Rei da França. Na Escócia, o Parlamento lhe permaneceu fiel, apesar da perseguição aos Covenanters; na Inglaterra a rebelião de Monmouth foi seguida pela «Bloody Assize».

A suspensão do Test Act por ordem do rei, sua perseguição a sete bispos como sediciosos, os benefícios eclesiásticos que conferiu à Igreja Católica, sua violação dos direitos das universidades de Oxford e Cambridge, numerosos ato arbitrários, mostram sua determinação de derrubar a constituição e a igreja anglicana.

Diante da indignação popular, os chefes políticos pediam a interposição de seu sobrinho e genro, o Príncipe de Orange, que desembarcou em Torbay em 4 de novembro de 1688 com exército numeroso, marchando sobre Londres, saudado como libertador enquanto Jaime era abandonado por ministros, tropas e pela filha Ana. Mandara para a França a mulher e o filho, e depois de ter sido até preso em Faversham, reuniu-se a eles em St. Germain. Deixou Londres em 22 de dezembro de 1688.

Jaime II mostrou menos flexibilidade que seu irmão Carlos II e não escondeu seu desejo de impor a religião católica, mostrando-se atraído pelo exemplo de Luís XIV, que perseguia os protestantes e acabava de revogar o edito de Nantes. Tinha duas filhas, Mary e Ana, do primeiro casamento mas ao casar de novo nasceu um filho em 1688, provocando nos ingleses o medo de um reforço da dinastia católica. Apelaram por isso ao stathouder (governador eleito) da Holanda, Guilherme III de Nassau-Orange.

Foi deposto no fim da chamada Revolução Gloriosa, provocada pela crescente e forte oposição, e substituído por sua filha Protestante, Maria II, e pelo genro Guilherme de Orange. Em 1689, ajudado por umas poucas tropas francesas, invadiu a Irlanda e tentou recuperar o trono. Derrotado em Boyne, voltou para morrer em St. Germain, onde o rei Luís XIV passou a lhe dar uma pensão e lhe emprestou um palácio onde passou seus últimos anos.

A «feliz e gloriosa Revolução«, como é chamada, sem efusão de sangue, deu fim a dissensões religiosas e acarretou a instauração de uma monarquia parlamentar. Estavam esquecidos os dias em 1649 em que o autoritário Carlos I fora decapitado na primeira revolução, a «Grande rebelião» sangrenta e intolerante.

[editar] Casamentos e posteridade

Casamento em 24 de novembro de 1659, privado e secreto, em Breda com lady Ana Hyde (Cranbourne Lodge, arredores de Windsor, nascida em 12 de março de 1637- morta em 31 de dezembro de 1671 no palácio de São Jaime, segundo os ritos católicos), filha primogênita de Edmundo ou Hyde, 1º conde ou earl Clarendon (1609-1674), Lord Chancellor, e de Frances, filha de Sir Thomas Aylesbury. Casados publicamente em 3 de setembro de 1660, tiveram oito filhos.

Casamento por procuração em Módena 30 de setembro de 1673 e em pessoa em 21 de novembro de 1673 em Dover com Maria Beatriz d´Este ou d´Este-Modena (nascida em 25 de setembro de 1658-morta em 7 de maio de 1718 em St. Germain-en-Laye) filha única de Afonso IV d´Este (1634-1662) Duque de Modena, e de Laura Martinozzi, a sobrinha de Mazarino. Era irmã de Francisco III d´Este (1662-1694), Duque de Modena. Tiveram seis ou sete filhos.

1 - Carlos (Worcester House, Londres 22 de outubro de 1660-5 de maio de 1661 Whitehall, sepultado em Westminster) Ia ser feito Marquês e Duque de Cambridge para homenagear o pai, Duque de York, mas morreu.

2 - Maria II de Inglaterra (Palácio de S. Jaime, Londres 30 de abril de 1662-28 de dezembro de 1694 palácio de Kensington, de varíola, aos 32 anos; sepultada em Westminster). Co-Rainha da Inglaterra 1689-1694. Proclamada Rainha e o marido feito Rei quando o pai fugiu para a França, foi assistida pelas duas Casas do Parlamento, ocorrência única - pois até então o Parlamento era dissolvido à morte de um rei. Casara em 1677 com Guilherme III Henrique de Orange ou Nassau (1650-1702) e eram ardorosos protestantes, inimigos incondicionais de Luís XIV.

3 - Jaime (palácio de S. Jaime, Londres 12 de julho de 1663-22 de maio de 1667 palácio de S. Jaime, Londres; sepultado em Westminster). Duque de Cambridge e em maio 1667 Duque de Kendal.

4 - Ana I de Inglaterra (palácio de S. Jaime, Londres, em 6 de fevereiro de 1665-1º de agosto de 1714 palácio de Kensington, sepultada em Westminster). Rainha da Inglaterra etc. em 1702. Casara em 1683 com o Príncipe Jorge da Dinamarca (1653-1708), Duque de Cumberland, filho de Frederico III de Oldenburgo e Sofia Amélia de Brunswick-Luneburgo.

5 - Carlos (palácio de S. Jaime, Londres 4 de julho de 1666-20 de junho de 1667 palácio de Richmond, sepultado em Westminster) Duque de Kendal.

6 - Edgar (palácio de S. Jaime, Londres 14 de setembro de 1667-7 de outubro de 1671 palácio de Richmond, sepultado em Westminster) Barão de Dauntsey e Duque de Cambridge.

7 - Henriqueta (Whitehall, 13 de janeiro de 1669 - 15 de novembro de 1669 palácio S. Jaime, Londres, sepultada em Westminster).

8 - Catarina (Whitehall 9 de fevereiro de 1671-5 de dezembro de 1671 palácio de S. Jaime, Londres).

Da segunda mulher, nasceu uma criança e morreu no próprio ano 1674.

10 - Catarina Laura (10 de janeiro de 1675-3 de outubro de 1675 palácio de S. Jaime, Londres sepultada em Westminster).

11 - Isabel (18 de agosto de 1676-2 de março de 1681, sepultada em Westminster).

12 - Carlos (7 de novembro de 1677 - 11 de dezembro de 1677 palácio de S. Jaime, Londres sepultado em Westminster). Duque de Cambridge.

13 - Isabel (n. e m. 1678)

14 - criança n. e m. 1681.

15 - Carlota Maria (16 de agosto de 1682-6 de outubro de 1682 palácio de S. Jaime, Londres sepultada em Westminster).

16 - criança nascida e morta em 1683.

17 - criança nascida e morta em 1684.

18 - Jaime Francisco Eduardo Stuart James Francis Edward Stuart, nasceu no palácio de S. Jaime, em Londres 10 de junho de 1688-1º de janeiro de 1766 em Roma, sendo sepultado na Basílica de São Pedro). Chamado pelos católicos e pelos legitimistas Jaime III ou O Velho Pretendente, The Old Pretender. Duque de Cornualha. Príncipe de Gales. Morto o pai, tornou-se o centro da causa jacobita e a França o reconheceu rei.

18 - Luísa Maria Teresa (28 de junho de 1692-8 de abril de 1712 em St. Germain).

[editar] Filhos bastardos

Deixou grande quantidade de filhos naturais. De lady Arabella Churchill (1648-1730), em 1666 dama de honra da duquesa de York; era irmã de João Churchill (1650-1722), desde 1702 feito 1º Duque de Marlborough, em 1682 lord Churchill. Eram filhos de sir Winston Churchill.

1 - Henriqueta ou Henrietta Fitzjames (1667-1730), casada com Sir Henry Waldegrave, depois Barão Waldegrave e por segunda vez com Piers Butler.
2 - Henry Fitzjames (1673-1702), feito Duque de Albemarle, Grão prior da França. Casou com Marie d’Audibert.
3 - Arabella Fitzjames (1674-1704) Freira em Pontoise.
4 - James Fitzjames (Moulins, Bourbonnais 21 de agosto de 1670-12 de junho de 1734, morto de um canhonaço no sítio de Philippsburg). Marechal de França em 1687, Duque de Berwick, Duque de Liria y Xérica, Grande de Espanha.

De Catarina Sedley (1657-1717) condessa de Dorchester,

5 - Catarina Darnley (1680-1743), casada com James Annesley, 5º conde ou earl of Annesley; casou depois com João Sheffield, Duque de Buckingham e Normandia.
6 - James Darnley (1684-1685).
7 - Carlos Darnley (cedo morto)