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Joana Grey - Wikipédia

Joana Grey

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nota: Se procura por Jean Grey Summers personagem do quadrinho americano X-Men, consulte Jean Grey.

Joana Grey (em Inglês: Jean ou Jane Grey, conhecida como Lady Jane Grey) (nasceu em outubro de 1537 - 12 de Fevereiro, 1554) foi Rainha de Inglaterra por cerca de nove dias em 1553; nunca foi coroada. Era filha de Henrique Grey, Duque de Suffolk e de Frances Brandon, filha de Mary Tudor, portanto neta de Henrique VII de Inglaterra por via feminina, de quem herdou os direitos ao trono.

Índice

[editar] Dados biográficos iniciais

Em 1547, Jane era a quinta na linha de sucessão ao trono. Foi Rainha da Inglaterra em 1554 para muitos. O Lorde Protetor Tomás Seymour, decapitado em 1549, planejou casá-la com seu sobrinho o rei Eduardo VI (1537-1553). Os pais a educaram sabedora da remota possibilidade de ser rainha e com a de ser rainha consorte ao casar com o primo – pois nenhum dos planos de casamento do rei Henrique VIII deu certo. foi Nos últimos anos do reinado de Henrique, cresceram as esperanças dos Dorsets. Intelectualmente, educada como menino, mas com isso os pais destruiram muitos dias felizes. Frances, sua mãe, era dura, brutal, que dominava o marido caprichoso. Parecia não perdoar a Jane e suas irmãs terem nascido de sexo feminino. O marido é descrito como "young, lusty and poor...with little or no experience" e "a senseless creature", embora gabem sua vontade de aprender, sua generosidade, sua falta de orgulho.

Durante a infância beneficiou de educação cuidada, como era costume nas mulheres da Inglaterra dos Tudor. O seu preceptor foi John Aymler da Universidade de Cambridge, responsável por parte da educação da futura rainha Isabel I de Inglaterra. Joana passou algum tempo com a então princesa Isabel, na casa de Catarina Parr, a última rainha de Henrique VIII de Inglaterra e uma mulher extremamente culta.

[editar] Seus tempos

Dorset e a mulher cuidaram da educação da filha sem pensar em padrões estéticos ou intelectuais, mas por sua obsessão com vantagens materiais, vontade de estar na moda. Frances tinha ambições políticas, um temperamento sem descanso, planejava perpetuamente, adequada aos movimentos políticos e religiosos mutantes, controlados por Henrique VIII.

No fim da década de 1530, a dissensão religiosa e política dividira a classe dominante em três partidos. O dos papalistas, minoritário, condenava o processo de anulação contra Cataina e tentara resistir à declaração de supremacia sobre a Igreja emitida pelo Parlamento. Havia o maior e mais poderoso, dos Henriquinos, que aprovavam o segundo casamento do rei e eram católicos em tudo exceto em obediência ao Papa. O terceiro, que começava a se formar quando do nascimento de Jane Grey e não foi descrito como protestante até que ela tivesse seus dez anos, se tornou eficiente quando ela era adolescente, sendo encarado pelos dois outros como herético e criminoso embora o próprio rei Henrique gostasse de muitos de seus chefes. Eram por ele atraídos aqueles interessados no Novo Saber (the New Learning) do qual Jane se tornaria exemplo, incluindo-se nele seus professores que a puseram em contacto com intelectuais continentais e calvinistas. O rei, que queimava heréticos e decapitava os que negassem sua supremacia, controlava os três partidos com sutileza, antecipação.

Tendências da política real se refletiam nas ações dos Dorsets e a educação e opiniões de Jane foram gradualmente, e indiretamente, afetadas pela redistribuição de terras monásticas, a tradução da Bíblia, o fracasso dos casamentos quarto e quinto do rei, a chegada de sua última esposa.

Catarina Parr, na verdade, se tornaria a mais importante influência na vida de Jane. Aos cinco anos, Jane já tinha alguma experiência social, estava sendo treinada em comportamento público. Henrique e Frances Dorset, robustos, enérgicos, passavam muito tempo ao ar livre, e sua rotina era cansativa para as filhas, Catarina e Jane por vezes sucumbiam a exaustão nervosa. Jane era pequenina, de cabelo claro, uma pele extremamente pálida que logo ficou permanentemente manchada de sardas. Era tratada como uma princesa. Ela e as irmãs tomaram a categoria materna. As pessoas se dirigiam a ela como "the Lady Jane", ela se encontrava as filhas do rei em termos iguais, recebiam o mesmo tratamento. Vivia com mais luxo que as princesas Mary e Elizabeth, educadas de modo econômico e com dureza, pois Bradgate era palacial. Seus interiores eram magníficos, de enorme modernidade pois o pai de Dorset for a pioneiro entre os que acreditavam na nova arquitetura, que construía casas para gozar-se de riqueza e luxo sem preocupações defensivas. Os que, como ele, tinham médicos residentes (porém, pode-se considerá-los com menos sorte que os pobres, com sua homeopatia e remédios de ervas). Os padrões médicos eram baixos e isso pode ter sido causa da morte de Catarina Grey aos 28 anos, da fraqueza nervosa de Jane.

Assim que aprendiam a ler, aos três ou quatro anos, havia uma tabela de horários a cumprir, que começava no campo com orações às seis horas, um desjejum de pão, cerveja (ale) e carne. As crianças, tendo visitado os pais, começavam a estudar grego e latim até o jantar. Música, línguas modernas e leitura da Bíblia ocupavam as horas até a ceia. As meninas dançavam e bordavam até ir para cama às noves horas. Uma ou duas vezes por semana havia um dia livre para caçadas, uma viagem até Leicester, visitar a aristocracia local.

Aos 6 anos,pode-se pensar em Lady Jane como uma menina de 12 ou 13 anos de hoje. Sua governanta ou nurse, Mrs. Ellen, era sua ama e ajudava as outras criadas a vesti-la em ropupas que copiavam as dos adultos e nos anos 1540 eram complicadas. Seu maior passatempo era música. Gostava de praticar lute, harpa e cítara durante horas, interessou-se por composição. Aos sete anos seu primeiro professor, o dr. Harding, começou as aulas de grego, espanhol, italiano e francês, que tinham que ser combinadas com as horas dedicadas ao professor de caligarfia e outras dedicadas a aprender as pavanas e galliards da corte e o simbolismo inerente a tais movimentos. Era uma vida plena e, apesar da dureza da mãe, talvez feliz. Então, entre o 8º e o 9º ano, mudou o padrão. Os planos dos pais para o futuro se materializaram e ela foi enviada para fora de casa por dois anos. O costume inglês de educar as crianças fora de casa fazia-as serem enviadas para casas maiores e mais ricas para adquirirem os hábitos mundanos. Como a posição dos Dorsets era uma das mais altas, levantar o estatus social de Jane significava colocá-la na casa da Rainha Catarina Parr. Lady Frances, frequentemente na corte, fez questão de ser amiga da Rainha. A saúde do rei Henrique VIII começara a cair e ele passou mais tempo afastado, em Windsor e Hampton Court, entre a primavera de 1546 e sua morte em janeiro de 1547. A vida nos palácios estava tão distinta que não seria fácil introduzir sobrinha-neta, na casa da Rainha. Não se sabe bem quando Jane deixou Bradgate, mas já vivia perto da Rainha, do príncipe Eduardo e das princesas antes da morte do rei. Quando o rei menino ascendeu ao trono, a madrasta passou a viver no palácio de Chelsea e Jane pertencia a sua casa e tinha precedência sobre as demais, exceto as princesas reais.

[editar] A subida de Eduardo VI ao trono

Teria nove anos, idade impressionável. Catarina Parr seria a figura importante de sua vida: uma das mulheres mais inteligentes e encantadoras da época, seu temperamento era a antítese de sua mãe. Jane se ligou a ela por suas cartas. O caráter e a carreira de Catarina eram produto típico da reforma inglesa.

Ao casar com o rei, em julho de 1543, Catarina era elegante, rica, sem filhos, a esposa e a madrasta ideal. Convertera-se ao protestantismo e sua casa em Wimbledon se tornara o centro de uma coterie de letrados como Coverdale, Cranmer e Anne Askew. Fora cortejada e amara Tomás Seymour, Lord High Admiral da Inglaterra, irmão da rainha Jane Seymour, mãe de Eduardo VI. Catarina ia aceitar seu pedido de casamento quando o rei exigiu sua mão. O almirante, cuja carreira depois estaria tão ligada à vida de Jane, foi afastado. Embora ainda ligado à corte e bem tratado pelo rei, sua posição e seu poder eram nada perto de seu irmão mais velho, Eduardo Seymour, que se tornou Duque de Somerset e Protetor do reino quando o sobrinho subiu ao trono. Na verdadeira ditadura de Somerset de 1547 a 1550 – dos 11 aos 14 anos de Jane – os protestantes, ou reformadores como preferiam ser chamados, surgiram na vida de Jane na forma de numerosas pessoas distintas, de sucesso, como Cheke, Ascham, seu futuro sogro John Dudley e outros membros do Conselho.

O Protestantismo na época pouco dizia ao povo inglês, mas tinha enorme impacto em intelectuais jovens e entusiastas como Jane. Além de negar alguns dogmas - dos quais o mais vital era a Presença Real na Hóstia, parte de sua força parece ter estado na promoção de um contacto não místico, prático, com Deus. Na vida espiritual de Jane a questão de se perder em Deus não surgia, tinha para com Deus uma relação confiante e serena, sem necessidade de intermediários. Uma atitude assim causava certa arrogância (marcada em Lady Jane) e desprezo pelos que preferiam a maneira antiga. O Phaedo se tornou seu Diálogo (platônico) favorito antes de deixar o círculo de Catarina Parr pois algumas de suas passagens refletem exatamente a opinião – sua e de seus contemporâneos – sobre a morte, como expressa por Sócrates antes de tomar a cicuta oferecida pelo carrasco.

"I ought to be grieved at death," teria dito, "if I were not persuaded...that I am going to other gods who are wise and good...and therefore I do not grieve...The real philosopher has reason to be of good cheer when he is about to die...After death he may be able to obtain the greatest good in the other world...When I come to the end of my journey I shall obtain that which has been the pursuit of my life".

Esta imunidade ao terror se reforçava com a visão de um céu absolutamente concreto. Havia o Inferno, é certo, mas para os protestantes, nenhum intervalo desagradável no Purgatório. E para pessoas como Jane, havia poucas tentações de se afastar da correção e arriscar a danação. Seus interesses eram estéticos e literários, não era ambiciosa nem sensual. Assim, tudo que tinha que fazer para se preparar para o Paraíso era abjurar e, quando surgisse a ocasião, investir contra a idolatria da Missa, seguir o ensinamento dos que mais admirava, encarar-se como pecadora mas contar com entrar na cidade celestial. Era fácil rejeitar os prazeres mundanos, como em Chelsea e Whitehall – onde Catarina tinha aposentos perto dos aposentos particulares do rei.

[editar] Sua protetora a rainha viúva Catarina Parr

Aos 11 anos, Jane Grey perderia sua maior amiga. Semanas após enviuvar, o Almirante reapareceu na vida de Catarina. Um pouco mais e a visitava secretamente em Whitehall e em seu palácio afastado de Chelsea. Jane era já membro do círculo da corte: fugira silenciosa e tímida, mas tinha certa importância, não pelo estatus mas pelos poderes intelectuais evidentes. Era considerada extraordinariamente adiantada para sua idade.

O Almirante começou a pensar que poderia realizar a aliança entre os primos, e com isso diminuir o poder do irmão, que executava a política do rei de tentar uma noiva espanhola ou francesa. Seymour consultou Dorset, resolveram juntar seus esforços. Sua intenção era arruinar o Protetor, de quem tinha ciúmes, e conseguir uma noiva rica. Propusera casamento a Ana de Cleves, à Duquesa de Richmond, às princesas Maria e Isabel, e a Catarina Parr: só Catarina o encorajara.

Resolveu subjugar o rei, seu sobrinho, o que era fácil: Somerset era excessivamente duro. Começou a formar um partido contra o irmão e Jane foi mergulhada em uma intriga palaciana ao redor de sua pessoa, da Rainha viúva e do menino rei por ele e seus aliados, entre os quais o próprio pai dela. Tomás era temperamental, violento, corajoso, sem escrúpulos. Para ter sucesso, pessoas assim tem que ser bonitas, de imensa vitalidade física – ele era exatamente isso, e mais, tinha as graças, embora não as qualidades, de um cavalheiro. Seu enorme bom humor era acompanhado pela exata idéia do que os outros desejavam – e se lhe conviesse, ele forneceria. Como Eduardo VI reclamava que o Protetor era avarento, Seymour dava-lhe presentes de dinheiro. Conquistou Catarina Parr, excitou Isabel com seus encantos, e para Lady Jane Grey, desprovida de amor dos pais, parece ter dado calor e alegria como um tio indulgente. Eduardo, menos adiantado intelectualmente mais com bom faro sobre as pessoas, logo percebeu sua falsidade - Jane não.

Jane estava com a Rainha Catarina já há meses quando Dorset começou a se impacientar e a falar em tomá-la se nada surgisse sobre o casamento. Pressionado, Seymour enviou um de seus homens, Harington, assegurar que agiria. Dorset foi à casa do Almirante, em Seymour Place, e conversaram nos jardins, a sós. Seymour tinha promessas e planos que nunca seriam realizados se Dorset fosse tolo e removesse de sua casa Lady Jane. Devia ter a guarda dela, mesmo pagando – acertaram a soma de algumas centenas de libras por conta dos £2,000 que receberia quando Jane fosse noiva oficial de Eduardo VI.

Mas o Almirante não pode tomar passos, na prática, pois o Protetor, como governador do rei, tinha controle absoluto. Embora não fosse bom que Dorset soubesse disso. Continuou suas promessas, Jane permaneceu. Catarina estimava muito a menina, e ela e Eduardo tinham a mesma idade e muitos gostos em comum. Quando começaram a surgir rumores de um casamento, ela recebeu admiração e elogios. Uma atmosfera de adulação que o próprio Protetor, sem conhecimento dos esquemas do irmão, pensava nela como noiva de seu filho primogênito, Eduardo, Lord Hertford. Mas o rei Eduardo queria a aliança continental imaginada por Henrique VIII ou o plano, também do pai, de casá-lo com a Rainha dos Escoceses, Maria Stuart, de cinco anos.

Catarina foi persuadida pelo almirante a casar secretamente. O Rei foi avisado, pois sua aprovação os salvaria da ira de Somerset e do Conselho Privado. No final de maio de 1547 tudo se descobriu e o Protetor, embora descontente, perdoou o irmão caçula.

[editar] O casamento de Catarina e sua morte

Um ano passou sem eventos para Jane, e ela se mudava com a Rainha de um palácio esplêndido para outro - Hanworth, Chelsea, Whitehall. No verão de 1548 retirou-se com Catarina para uma propriedade do Almirante, o castelo de Sudeley em Gloucestershire, onde a rainha pariu uma menina e morreu oito dias depois de febre puerperal.

Deixara suas propriedades para o marido, lamentando que fossem poucas. O mesmo devia pensar ele, sempre sem dinheiro, e na verdade em situação desesperada. Voltou a Londres, deixando Jane como a pessoa encarregada da cerimônia fúnebre na capela do castelo. Dorset, ao tomar conhecimento da morte de Catarina, fez buscar sua filha para sua casa de Londres, e o Almirante permitiu sua partida. Já não era uma criatura dócil como antes e os Dorsets não gostaram da mudança. Mas, mais preocupados com o fracasso do almirante em lhe arranjar um bom casamento, decidiram removê-la permanentemente de seu encargo. Seymour porém continuava a insistir em tê-la e outra vez Lady Jane e suas atendentes o acompanharam de volta a Hanworth. Era um trunfo, sua presença em sua casa erguia sua posição. Frances não estava contente, e se preocupava pela falta de uma guardião. Seymour mantivera as criadas da mulher, e vivia com ele sua mãe, a velha Lady Seymour. Renovava sempre suas promessas. Dorset hesitava.

Na verdade, considerava a filha um pouco estragada, difícil de manejar, Lady Jane tinha mudado e para o pior, na opinião do pai: o caráter forte aparecia, sob o exterior quieto. Ela ainda voltaria à companhia dos pais antes de escrever ao almirante, aos cuidados de quem aos 12 anos foi devolvida (os Dorsets receberam 500 libras). Seus pais conheciam outro esquema, uma conspiração de Seymor de derrubar o governo e apoderar-se da pessoa do rei. Ao grupo pertenciam Sir William Sharington, Master of the Mint, que provia fundos, e o cunhado de Seymour, Guilherme Parr, designado Marquês de Northampton. Dorset não aderiu, preferindo a promessa ambígua do Protetor de que Lord Hertford casaria com Jane.

[editar] Os planos e a execução de Seymour

Entre o outono de 1548 e janeiro de 1549 os planos de Seymour se tornaram ousados. Ignorou as advertências, mesmo de amigos no Conselho Privado. Achava que apenas por culpa do irmão não tinha acesso ao rei. Sharington juntou £10,000 e o levante ficou marcado – pelo menos, na cabeça do Almirante. Mas nada acontecia, ninguém queria ousar o primeiro movimento. Afinal, enlouquecido com o afastamento do rei, com a covardia dos aliados, Seymour irrompeu na câmara do rei, aparentemente com a intenção de o raptar. Foi capturado, executado em semanas.

Assim que o prenderam, os Dorsets removeram Lady Jane para Bradgate, fornecendo ao Conselho Privado as provas que tinham para se desculparem. Durante três anos Jane Grey permaneceria com os pais. Era o símbolo de seu fracasso e de esforços em vão – e assim foi tratada.

No inverno de 1553, estava por um ano em sua casa. Terminou a tutoria de Roger Ascham sobre a princesa Isabel e foi enviado aos Países Baixos como secretário de Sir Ricardo Morrison, embaixador de Eduardo VI a Carlos V. Ascham tinha 35 anos e seu livro Toxophilus fizera sua fama em círculos protestantes e intelectuais. Contava entre seus amigos Haddon, agora capelão dos Dorsets, e Aylmer, novo professor de Jane.

Lady Jane demonstraria ter uma resistência inaudita a pressões e tal resistência seria encarada pelos pais como obstinação. Era uma família aberta, esportiva, de grandes jogadores: tudo nela preferia outro rumo, apaixonada por livros, música. A força de sua personalidade e seus poderes de expressão não foram perdoados nem esquecidos. Sua maneira de viver, admirável para Roger Ascham e seus amigos, era antipática aos pais, um ato de desafio. Fascinada pela filosofia, não mostrava interesse por narrativas ou personalidades, mas sim por análise, especulação, particularmente teológica, comparações entre as teorias clássicas e cristãs sobre a sobrevivência após a morte e o caminho para a salvação. Seus gostos a inclinavam a humanistas como Erasmo e Sir Thomas More, para a cultura inigualada da Grécia e Roma. Por meio de Ascham, Aylmer e Haddon, Lady Jane começou a se corresponder com Bucer, Zeingli, Ulmis, calvinistas alemães e ministros zwinglianos, alguns dos quais haviam ensinado em Cambridge. Ficariam conhecidas como as cartas de Zürich. Parte da correspondência revela um traço importante do caráter de Jane: era do estofo de que são feitos os mártires, sempre auto examinadora, fanática, corajosa, incapaz da arte do compromisso em que se especializavam os Tudors.

Intelectualemente a mais brilhante da dinastia Tudor, Jane jamais desenvolveu a sensibilidade ao sentimento alheio que leva a flexibilizar a opinião. Fez crescer nela uma rara capacidade de auto-isolação, da qual a intolerância seria a expressão mais desagradável. Quando acabaram seus dias de estudo e foi forçada a reentrar no mundo, um só ideal a guiava – o triunfo do protestantismo - e estava consciente de um fator político: que poderia um dia se tornar Rainha. Foi primeiro uma Tudor, depois uma Grey, uma protestante sempre.

[editar] Noivado e casamento

Em 1553, o rei Eduardo VI de Inglaterra, de apenas 16 anos, estava a morrer e não tinha descendentes, sendo a opção mais directa a sua meia-irmã mais velha, a Princesa Maria. Maria fora educada como católica pela mãe Catarina de Aragão e era claramente contra a reforma introduzida com a Igreja Anglicana. Politicamente, este seria um passo atrás e os conselheiros de Eduardo VI influenciaram-no para nomear outro herdeiro. A escolhida foi Joana Grey, jovem e influenciável, de educação protestante.

Quando tinha 15 anos, os pais abandonaram o sonho de casá-la com Eduardo. Jane acreditava estar comprometida com o filho do duque de Somerset, Lord Hertford. Mas Somerset estava preso, seu lugar tomado por John Dudley, Conde de Warwick, mais tarde Duque de Northumberland. Ficou perplexa, quando os pais a informaram de que casaria com seu filho caçula Guildford Dudley. Era um jovem de boa aparência, um ano mais velho, mas parece que Jane não gostou muito dele. Recusou casar e continuou a recusar até que a mãe espancou-a até aceitar. Os Dorsets eram agora amigos dos Northumberland, e o Marquês foi elevado ao ducado de Suffolk, título de seu sogro. Incentivaram Eduardo VI a deserdar Maria e Isabel.

Casaram em 21 de maio de 1553 em Durham House, Londres. Lord Guildford Dudley (que morreria em 12 de fevereiro de 1554 na Torre) era o 6º filho de Jane Guildford e do 1º conde ou duque de Northumberland, John Dudley. Dudley era homem da confiança de Eduardo VI. Seu irmão Roberto Dudley, master of the horse de Isabel I, seria por ela designado em 1564 conde de Leicester. O casamento for a consumado por ordem de Northumberland mas continuaram a viver separados. Ao visitá-la em 3 de julho, a sogra lhe disse: "Sua Majestade fê-la herdeira de seu reino." Jane comentaria que a notícia a teria perturbado. Três dias mais tarde o rei morreu.

[editar] A morte de Eduardo VI

Após a morte de Eduardo VI, Joana foi proclamada rainha de Inglaterra e da Irlanda a 10 de Julho. Northumberland mantivera a morte do rei secreta por alguns dias, para evitar que a irmã, Maria, tomasse a coroa. Em 9 de julho, Maria, em Norfolk, soube da notícia e se proclamou Rainha.

[editar] Rainha durante nove dias

No mesmo dia Jane foi levada por sua cunhada Mary Dudley para a casa de Northumberland, o velho mosteiro de Syon, e sentada num trono diante do qual todos dobravam o joelho. Northumberland fez um discurso, anunciando ser ela a Rainha, e Jane desmaiou brevemente. Ninguém a ajudou e permaneceu no chão, soluçando. Finalmente, pôs-se de pé e disse:

"A coroa não é minha de direito e não me agrada. Lady Mary é a herdeira certa".

Quando os pais, marido e sogros a censuraram, pôs-se de joelhos e rezou, pediu a Deus "such spirit and grace that I may govern to Thy glory and service, and to the advantage of the realm".

Sentou-se depois no trono e permitiu aos presentes beijarem sua mão e jurarem fidelidade.

No dia seguinte fez sua entrada solene em Londres para a proclamação. Foi friamente recebida pois o povo considerava Mary a herdeira legal. Foi levada, como hábito, para a Torre. Protestou quando o Lord High Treasurer, o Marquês de Winchester, lhe trouxe a coroa, mas depois concordou em usá-la. Quando avisada de que outra coroa seria feita para o marido, insistiu em que não lhe permitiria ser rei. Proclamada pelo sogro, Jane reinou de 10 de julho a 19 de julho de 1553.

[editar] Julgamento e execução

Jane e o marido foram vítimas inocentes da ambição extrema dos pais. Foi com relutância que Maria I concordou com a execução. Maria, a quem o Conde de Oxford aderiu, fora proclamada rainha em 19 de julho de 1553. Maria contava com o apoio da população por ser filha de Catarina de Aragão, imensamente popular. Maria parecia inclinada a perdoá-la e chegou a enviar-lhe o seu confessor, numa tentativa de a converter à fé católica.

Sua chegada à Torre foi descrita por um certo Baptista Spinola. Permaneceria na Torre como prisioneira com Guildford. O pai e o sogro foram também presos na Torre, sendo Henrique Grey solto dias depois. Nem o pai nem a mãe lhe escreveram ou tentaram salvá-la. Jane Grey escreveu à Rainha, dando conta de seu reinado de nove dias. Embora Northumberland rapidamente se tenha convertido ao catolicismo, e prometesse beijar os pés de Maria, foi executado em agosto. Em 13 de novembro, Jane e Guildford foram julgados e sentenciados à morte. Mas Jane não se preocupava pois lhe haviam dito que a Rainha a perdoaria. Em fevereiro de 1554, Sir Thomas Wyatt rebelou-se contra Maria.

Em 2 de janeiro de 1554, haviam chegado enviados de Carlos V para tratar do contrato de casamento da Rainha, mas o povo não queria vê-la casada com Filipe. Espalharam-se notícias de revoltas - Carew no Devonshire, Wyatt em Kent, Crofts em Gales. Houve alarme entre os conselheiros, que souberam também que Henrique Grey, Duque de Suffolk, desaparecera de sua casa de campo. Uma rebelião estava planejada para a chegada de Filipe em março, mas Courtenay, depois de anos na Torre, os traiu - e os conspiradores tiveram que agir. Carew não pode levantar homens sem ajuda de Courtenay de modo que fugiu para a França e os planos de Croft falharam. No final de janeiro, porém, Thomas Wyatt tomara Rochester e os navios reais no Medway. O duque de Norfolk deixou Londres com tropas mas houve deserções. Wyatt, encorajado, pressionava Londres. Por dois dias, o destino do casamento espanhol esteve em dúvida. Os londrinos estavam indecisos.

Maria decidiu agir, fez um discurso em Guildhall e exortou os londrinos a apoiarem-na, contra o conselho dos que temiam por sua segurança. Ao chegar a Londres, Thomas Wyatt encontrou a ponte fechada. Maria recusou disparar os canhões da Torre contra os traidores, com receio de atingir os inocentes moradores. Os rebeldes se renderam e Maria, zangada e magoada, ficou conhecendo o ódio dos súditos ao casamento espanhol. Perdoara - e havia recebido como resposta a revolta. Os conselhos foram para abafar qualquer rebeldia, executar Jane Grey, que seria a rainha para qualquer protestante. Thomas Wyatt fora apoiado pelo desaparecido Henrique Grey - que decerto estaria levantando um exército contra o casamento. Grey foi preso em sua mansão em Astley pelo conde de Huntingdon. Filipe não poderia chegar até que as ameaças houvessem sido destruídas.

De modo que Maria mandou suspender a sentença que revogava a execução e a data foi marcada para sexta-feira 9 de fevereiro de 1554. Maria ainda tentou salvar sua alma e lhe enviou o deão de S. Paulo, John Feckenham. Jane foi polida, rebateu os argumentos de Feckenham, permaneceu em sua fé, embora tenha aceitado sua companhia até o catafalco.

Jane se preparou com cuidado para a segunda-feira 12 de fevereiro: escolheu Mrs. Ellen e sua atendente Mrs. Tylney como espectadoras, escreveu à irmã, Catarina Grey. Viu pela janela, na véspera, a execução do marido com grande coragem e dignidade.

Diante dos poucos espectadores, admitiu que tinha cometido traição ao aceitar a coroa mas disse:

'I do wash my hands in innocency, before God and the face of you, good Christian people this day.'

Suas últimas palavras foram 'Lord into thy hands I commend my spirit.'

Foi decapitada por ter o pai aderido a uma rebelião em seu nome quando foi anunciado o casamento espanhol de Maria com Filipe II, por ter o Imperador Carlos V feito pressão, por ter-se recusado a aderir ao catolicismo...

Joana Grey foi executada na Torre de Londres.

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