Kaspar Hauser
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Kaspar Hauser (30 de Abril? de 1812 – 17 de Dezembro de 1833) foi uma criança abandonada envolta em mistério, encontrada na Alemanha do século XIX, com alegadas ligações à família real de Baden.
Ele passou os primeiros anos de sua vida aprisionado numa espécie de gruta, não tendo contato verbal com nenhuma outra pessoa, fato esse que o impediu de adquirir uma língua. Porém, logo lhe foram ensinadas as primeiras palavras e com o seu posterior contato com a sociedade ele pôde paulatinamente aprender a falar, da mesma maneira que uma criança o faz. Afinal, ele havia sido destituído somente de uma língua, que é um produto social da faculdade de linguagem, não de sua própria faculdade de linguagem. A sua exclusão social não o privou apenas da fala, mas de uma série de raciocínios e idéias, como por exemplo, o fato de Kaspar não conseguir diferenciar sonhos e realidade durante o período que passou aprisionado.
Logo que foi deixado numa praça perante a população de Nuremberg, Kaspar contava apenas com uma carta endereçada a um capitão da cidade, explicando parte de sua história, um pequeno livro de orações, entre outras coisas que indicavam que ele provavelmente pertencia a uma família nobre. Kaspar também possuía outras idiossincrasias originadas dos seus anos de solidão: odiava comer carne e beber álcool, já que havia sido alimentado basicamente por pão e água; obteve um desenvolvimento do lado direito cérebro notadamente maior que o do esquerdo, o que teóricamente lhe proporcionou avanços consideráveis no campo da música.
Sua história foi representado no filme, de Werner Herzog, chamado Jeder für sich und Gott gegen alle (literalmente, "Cada um por si e Deus contra todos"), de 1974, lançado no Brasil como "O Enigma de Kaspar Hauser".