Kreopostnoje Pravo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Kreopostnoje Pravo é o nome do sistema legal de servidão russo. Foi criado em 1649 após casos de fuga dos camponeses. Esta lei forçou os camponeses russos a manterem-se nas terras, sem as poder possuir. Os donos das terras, sobretudo nobres, podiam vender as terras juntamente com os servos que nela trabalhavam. Tinham o direito de dispor dos servos quase da forma como quisessem, desde que não os matassem.
Em 1773-75, houve revoltas dos camponeses nos Urais e zona do Volga. No seguimento destas revoltas, Catarina II da Rússia tornou as leis ainda mais favoráveis aos nobres, que podiam agora deportar os servos que causassem problemas e podiam separar famílias.
Por outro lado, passou a ser possível que os servos comprassem a sua liberdade, pagando aos senhores feudais o seu preço. Desta disposição legal tomou partido o avô de Anton Cechov, Egor Cechov em 1841, que no entanto continuou a sofrer o estigma de um ex-servo, um homem de "segunda classe".
Com a influência da Revolução Francesa tornaram-se comuns as opiniões a favor do desmantelamento do sistema.
Em Março de 1861, Alexandre II da Rússia decreta o fim do Kreopostnoje Pravo.
[editar] Traumas
Porém, mesmo que oficialmente o regime feudal tenha acabado, as mentalidades não mudaram rapidamente. Houve na Rússia um movimento de abandono dos campos em direção às cidades. Muitos destes camponeses vivem agora nas cidades (Moscovo ganhou o apelido de "a grande aldeia"). Muitos camponeses continuam a ser estigmatizados como ex-servos e nos novos empregos nas cidades são tratados por "tu" (tal como os servos de outrora), mesmo que tivessem preferido o "você" (mais deferente).
