Lagoa do pires
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HISTÓRIA DO DISTRITO
OS PRIMEIROS MORADORES E A ORIGEM DO NOME
Há mais de dois séculos, existia uma terra onde a natureza oferecia toda sua beleza.As informações de que se tem conhecimento indicam que o primeiro dono das terras chamava-se João Pereira que, na segunda metade do século XVIII teria chegado à região e se apossado da área. Anos depois teria negociado com pessoas da região do Caldeirão do Almeida, até que, no início do século XX o senhor Cantídio teria adquirido a área até quando repassou ao senhor João da Mata que, tempos depois chegou por aqui. Tinha esse nome, pois, João era seu nome verdadeiro e Mata por que nasceu na mata lá para as bandas de Senhor do Bonfim. Chegando aqui, construiu um rancho (casa simples de enchimento coberto de palhas), a qual não existe mais. Mas João deixou sua marca até hoje: construiu um caldeirão num lajedo que hoje está situado na propriedade da senhora Teodora Neves Morais. Após sua chegada, veio um homem chamado Joaquim Pires, e como essas terras eram muitas e quase não tinham dono, também construiu uma casa localizada perto de uma fonte que acumulava bastante água, a qual foi denominada LAGOA do proprietário PIRES, originando o nome da localidade: LAGOA DO PIRES. João da Mata morou uns tempos aqui e mudou-se para a região de Caratacá (desconhece-se o motivo dessa mudança). Com isso Joaquim Pires ficou sendo dono das terras. Como a fonte oferecia água em abundância para saciar a sede dos animais da região, foram chegando mais famílias para Lagoa do Pires. Sobre ocupação selvagem, só há marcas provavelmente indígenas a cerca de 2,5 km, na Fazenda Pendanga, onde foram encontradas pinturas rupestres em lajedos. Na Fazenda Serra do Sobrado também foram encontrados fortes indícios da presença de índios. Certamente eles habitaram naquela comunidade. FUNDAÇÃO DO POVOADO
Naquela época, além de muita água, terra fértil, chovia bastante. Os moradores não tinham interesse em cercar grandes áreas de terra, devido à quantidade de caça existente na região e agricultura farta, pois o pouco que plantavam colhiam em abundância. No ano de 1948 o senhor PEDRO JOAQUIM FERREIRA, vindo da Fazenda Saco do Boi, localizada a 4 km de Lagoa do Pires, construiu uma casa residencial que está localizada na Praça Pedro Joaquim Ferreira, onde hoje funciona como escola (PETI), iniciando assim o povoado. Isso aconteceu no dia 10 de outubro de 1948, data que ficou maçada como a fundação de Lagoa do Pires. A partir daí transformou-se em comunidade e começou a atrair inúmeros visitantes e vendedores da região. E assim foi aumentando o número de moradores nessa localidade, onde hoje tem cerca de 500 casas e mais de 1000 habitantes. QUEM FOI PEDRO JOAQUIM FERREIRA?
Pedro Joaquim Ferreira, o popular "Pedo Ferreira" era casado dom D. Joana que hoje reside na cidade de Uauá. Não teve filhos, mas foi pai de muitos filhos adotivos. Era um homem bom, justo e amigo, que procurava acolher bem os visitantes e ajudar o povo da comunidade. Tinha um caldeirão através do qual, de maneira organizada, procurava saciar a sede dos moradores. Mas quem foi Pedro Joaquim Ferreira? Pedro foi de grande importância para esta comunidade, pois tinha várias profissões. Pedro Vereador - eleito pelo povo por 2 mandatos. Pedro Cirurgião - fazia simples cirurgias, pois sabia sarjar (cortar locais infeccionados e tirar estrepes, espinhos ou outras necessidades desse tipo). Pedro agricultor - também trabalhava na roça. Pedro pedreiro - era também conhecido assim,pois construía casas na comunidade. Pedro comerciante - foi o primeiro comerciante da comunidade. Pedro dentista - extraía dentes das pessoas da comunidade ou de outras localidades que vinham a sua procura. Pedro contador de histórias/ humorista - sempre contava histórias interessantes como "Uma vez que quebrei um licuri (fruto da região) no casco de um jabuti (cágado do mato) e o licuri entrou pra dentro do casco. Alguns anos depois eu estava no mato e vinha um pé de licurizeiro andando em minha direção. Ao me aproximar para observar vi um cágado do mato carregando um pé de licurizeiro (ouricurizeiro) no casco". Pedro Joaquim Ferreira morreu no dia 13 de dezembro de 1974, provavelmente de problemas no coração, quando ainda não tinha completado 60 anos de idade.
