Míssil SA-7 Grail
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
SA-7 Grail
9K32 Strzala 2
O Sistema SAM SA-7 é um lançador manual de um míssil anti-aéreo de pequeno alcance guiado por sensor infravermelho passivo; foi o primeiro sistema SAM portátil desenvolvido pela Rússia; embora classificado como armamento "dispare e esqueça", o projétil se perdia facilmente quando era disparado contra o Sol.
A arma foi projetada para atacar aeronaves em vôos subsônicos a baixa altitude (helicópteros, aeronaves de reconhecimento não tripulada, etc), seu desenvolvimento começou em 1959 e os primeiros testes aconteceram em 1966.
O sistema consiste no projétil 9M32 e um lançador (9P54) com uma antena de radar passivo que alerta sobre emissões de radar próximo além de classificar essas emissões como amigo, inimigo ou desconhecida (IFF).
Suas vantagens principais são a simplicidade de manuseio e transporte devido às suas dimensões pequenas e pouco peso.
O projétil tem dois ailerons revocáveis usados para controle de vôo na seção dianteira e quatro ailerons revocáveis usados para estabilizar o vôo na parte traseira. O míssil é provido com um detector IR não resfriado que não apresenta nenhuma proteção contra contra-medidas.
O propugnador queima por ½ segundo para acelerar o projétil e para sustentação o foguete motriz queima durante mais 2 segundos impulsionando-o até alcançar quase 2.100km/h.
O Grail foi exportado em números grandes, calcula-se que só para exportação a Rússia tenha produzido cerca de 50.000 lançadores, não se sabe o número de projéteis produzidos; a maioria das exportações foi para países do Pacto de Varsóvia.
O míssil 9M32 foi introduzido em 1968, mas foi substituído pelo 9M32M em 1971, que se tornou o modelo mais produzido. Essa versão melhorada também usa um sensor IR não resfriado, mas é provido com um filtro especial para eliminar efeitos externos, como ondas solares por exemplo.
O Strzala 2 também foi adaptado em alguns helicópteros Mi-24 HIND E para combate aéreo contra outros helicópteros ou autodefesa contra aeronaves mais velozes.
Ativação do sistema de guiamento e circuitos eletrônicos leva de 4 a 6 segundos, o foguete é acionado 0.8 segundo depois do sistema de navegação adquirir o alvo. Para melhorar a estabilização o projétil gira sobre seu eixo longitudinal (20 giros por segundo). O objetivo é destruído ou danificado pela onda de choque causada pela fusão da ogiva do míssil que se dá por impacto, caso não ocorra esse impacto o míssil se auto-destrói depois de 15 segundos do lançamento.
O lançador executa no máximo cinco lançamentos seguidos, depois disso apresenta mau funcionamento devido à descarga da bateria e a fadiga de alguns componentes como o tubo de lançamento, o que pode causar acidentes e ferimentos no operador.
A China produz uma variante sob licença codinomeada HN-5 (Hong Nu = Cereja Vermelha) .
O Paquistão produz uma variante sob licença codinomeada Anza Mk-1. Em 26 de maio de 1999 o Exército do Paquistão derrubou dois caças da Força Aérea da Índia, um MiG-21 e um MiG-27, com o sistema SAM Anza MK-1, por violar seu espaço aéreo.
O Egito produz uma variante sob licença codinomeada Tayir as Sabah (Olho de Águia). A variante egípcia foi melhorada com um sistema de visão noturna.
Código militar russo dos componentes principais:
9M32 / 9M32M - projétil
9P54 - tubo de lançamento
9P58 - dispositivo de ignição
9B17 - bateria elétrica
Especificações País de Origem Rússia Cód. Rússia 9K32 Strzala 2 (cirílico = 9К32 Стрела 2) Cód. EUA AS-7 Cód. OTAN Grail Operacional 1968 Lançador 9P54 Comprimento 1,47m Diâmetro 75mm Peso 4,71kg Míssil 9M32 Comprimento 1,40m Diâmetro 70mm Peso de lançamento 9,97kg Vel. Máx. 2.090km/h Alcance mín. 500m / máx. 5.500m Teto mín. 18m / máx. 4.500m Propulsão foguete propelente sólido Ogiva 1,15kg HE / fusão por impacto Navegação IR passivo
Equipamentos e armas do passado
| Página principal | Forças Armadas da Guiné Bissau | País | Missil anti-aéreo SA-7 STRELA
Características
Fabricante: Antiga URSS, Industrias Estatais Motor: 1(um) foguetes de combustível sólido Potência: Desconhecida Alcance: Máximo de 3.6 Km.Eficaz contra alvos a mais de 50 metros de altura e menos de 1500 metros. Velocidade: 1.300 Km/h (máxima) Ogiva: 1,17 Kg
Comprimento: 1.47M
Diâmetro: 70 mm Peso no lançamento: 4.7 Kg Detonação: por impacto com o alvo
Começou a ser incorporado nos exércitos da União Soviética em 1968. As versões subsequentes resultaram no actual IGLA. Notas adicionais O míssil STRELA, ou SA-7, com o seu lançador SA-7-Grail-Mod0, teve uma importância definitiva no conflito na antiga Guiné Portuguesa, hoje Guiné-Bissau, que terminou em 1974 com a revolução de 25 de Abril.
Trata-se de um míssil anti-aéreo, que pode ser manuseado por um só homem, que se se coloca sobre o ombro, para se lançar. Terá chegado à posse do PAIGC em 1972, que eram abastecido via Republica da Guiné-Conakri. Constituiu um choque muito considerável para as forças portuguesas que combatiam naquele território.
Até ali, a superioridade aérea das forças portuguesas era indiscutível, e não só havia uma superioridade táctica, resultante da capacidade portuguesa de bombardear potenciais alvos inimigos, mesmo utilizando pequenos aviões de treino adaptados para bombardeiros, como permitia, do ponto de vista estratégico ás forças portuguesas, um controlo do terreno, onde tal fosse necessário, porque com o domínio aéreo, os helicópteros podiam deslocar-se para onde fosse necessário, com unidades de infantaria.
O SA-7 era considerado para a altura, um míssil capaz para atacar aviões a reacção em voo rasante. O míssil tinha alguma capacidade para detectar o calor dos motores dos aviões a jacto, se fosse disparado de forma a “ver” o alvo por trás. Portanto, inicialmente considerou-se que os pequenos aviões TEXAN e os Helicópteros da Força Aérea, dificilmente poderiam ser detectados pelo SA-7 STRELA. Embora poucos tenham sido abatidos, o STRELA acabou apresendo a sua retirada.
O domínio aéreo português, no entanto, só termina em 25 de Março de 1973, quando um avião FIAT G-91 é abatido por uma arma desconhecida, referenciada na altura como “de tipo foguete”. Apenas alguns dias depois, outro FIAT G-91 é abatido, desta vez com a perda do piloto.
Para piorar as coisas verificou-se que o SA-7 era bastante eficiente em detectar o calor produzido pelos exaustores dos aviões a hélice, e dos helicópteros. Portanto, do ponto de vista estratégico, a introdução do SA-7 retira a Portugal a possibilidade de utilizar os pequenos aviões a hélice que lhe davam considerável vantagem táctica, e mesmo os FIAT G-91 começam a ser abatidos.
Mais tarde, foram desenhadas novas tácticas com o objectivo de reduzir o impacto do SA-7. Essas tácticas funcionaram, mas não podiam ser aplicadas aos aviões a hélice, que constituíam em termos numéricos a maior parte dos aviões destinados ás operações de contra-guerrilha na Guiné.
No entanto, a importância da introdução do SA-7 foi em grande medida psicológica. Os oficiais passaram a encarar as operações de uma forma completamente diferente, e os militares do exército, que tinham absoluta necessidade do apoio dos helicópteros para evacuação médica e para as operações, passaram de um momento para o outro a deixar de contar com o auxilio certo dos helicópteros.
Em situações em que as forças estivesse cercadas, o apoio teria que vir por terra, e não mais por ar, sendo que, também passou a ser muito mais difícil pedir apoio aéreo desde Bissau.
Este receio, foi justificado nesse mesmo ano, com as operações de Guilege e Gadamael, no mês de Maio de 1973, em que as forças do PAIGC atacaram simultaneamente em duas frentes, não tendo as forças armadas conseguido reagir a tempo, e não tendo utilizado a arma aérea como era até ali normal. O Exército, não teve capacidade para, de imediato, debelar uma ofensiva do PAIGC, porque a Força Aérea, tinha perdido o controlo absoluto dos céus.
Embora do ponto de vista táctico, Portugal acabasse por recuperar destes ataques, nomeadamente com novas tácticas, que incluiam voar a menos de 50M de altura, a deficiência do sistema defensivo português foi realçada pelos mísseis SA-7. Eles ajudaram mesmo a justificar a proclamação da independência da Guiné em 24 de Setembro de 1973. A Auto-proclamada República, não tinha de facto qualquer domínio efectivo sobre o território, no entanto, o fim do domínio aéreo português, justificou perante o mundo o novo país.
A Guiné Bissau, utilizou várias armas no conflito, em grande medida sem sucesso, e deve a este míssil, e ao factor psicológico - mais que a qualquer outra arma - a sua independência. Poucas armas terão sido tão pobres do ponto de vista da táctica e tão eficientes do ponto de vista da estratégia.
