Mística islâmica
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Mística islâmica ou Sufismo é a dimensão esotérica da tradição muçulmana. Segundo a Filosofia Perene de René Guénon e Frithjof Schuon, toda grande religião história possui duas dimensões, a exotérica e a esotérica. A primeira diz respeito à "ação" e a segunda à "contemplação"; a primeira às leis e ordenamentos exteriores; a segunda, à interioridade e à mística.
Assim sendo, a mística islâmica tem sua origem com a revelação maometana da Península Arábica no século VII DC. O Sufismo, assim, tem sua origem com o profeta Maomé e com os primeiros califas do Islã, sobretudo Abu Bakr e Ali. Muitas ordens sufis (turuq, singular: tariqa) têm estes dois califas e místicos como as figuras iniciais de suas silsilás (termo árabe que constitui uma "árvore genealógica" assegurando a autenticidade tradicional de determinado mestre sufi e de sua confraria).
Entre as mais conhecidas confrarias sufis, destacam-se a Mevlevia, estabelecida por Rumi em Kônia, na Turquia, no século XIII; a Shadilia, estabelecida ainda na época medieval pelo cheikh ("mestre espiritual", na linguagem do Sufismo) magrebino Shadili; a tariqa Alawita, fundada pelo cheikh Ahmad al-Alawi no início do século XX, em Mostaganem, Argélia.
Entre os grandes representantes da mística islâmica, incluem-se o místico al-Hallaj, martirizado em Bagdá no século X por ter dito, em estado de êxtase, "Eu sou a Verdade"; o sufi metafísico Ibn Arabi (século XIII), autor de diversas obras influentes, entre elas as "Revelações de Meca"; Al-Ghazali, Rumi, Rabiah Adawiah, Attar, os cheikhs Shadili, Darqawi, al-Alawi, entre outros.