Mónade
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Mónade, ou mónada, é um conceito chave na filosofia de Leibniz. A mónade, termo normalmente vertido por mónada, significa, no sistema filosófico deste autor, substância simples - indo ao encontro do seu significado etimológico (do Grego μονάς, μόνος, que se traduz por "único", "simples"). Como tal, faz parte dos compostos, sendo ela própria sem partes, portanto, indissolúvel e indestrutível.
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[editar] Monadologia
Monadologia é o nome habitualmente atribuído à descrição do sistema de mónades.
Instado por Rémond, conselheiro do duque de Orleães, Leibniz escreveria os Princípios da Filosofia-Monadologia (1720 - edição póstuma) com o objectivo de que a sua metafísica viesse a ser posta em poesia. Neste artigo, Leibniz tentava expor globalmente, de uma forma simples, o seu sistema das mónades. Em 1840, a edição francesa de Erdmann viria a intitular a obra simplesmente de Monadologia. Tal foi feito, obviamente, sem o consentimento do autor, falecido em 1716. Contudo, o hábito já estabelecido de chamar monadologia ao sistema de mónades viria, a partir daí, a estabelecer-se. Na gíria filosófica, a obra, Princípios da Filosofia-Monadologia, é invariavelmente referida também desse modo.
[editar] Substância
Leibniz usa constantemente a expressão substância simples quando a referir-se à mónade. Cada mónade apresenta-se, neste sentido, como um mundo distinto, à parte, próprio, mas também como unidade primordial que compõe todos os corpos. Contudo, não aceita a substancialidade da extensão, teoria de algum modo provinda de Descartes e manifestada pelos cartesianos da época: Malebranche e Arnauld. Isto significa que a concepção leibniziana começa a afastar-se da tradição típica do século XVII e retomada no século XVIII, por exemplo, por Espinosa.
[editar] Átomo
Neste sentido, as mónades são consideradas átomos da natureza, isto é, elementos simples na composição de todas as coisas.
As mónades são, no entanto, distinguíveis umas das outras, possuíndo qualidades que se mudam unicamente por princípio interno, visto que, enquanto substância pura, nenhuma causa exterior pode influir no seu interior. Não havendo partes numa mónade, ela possui um detalhe múltiplo, isto é, envolve uma multiplicidade na unidade, uma pluralidade de afeições, isto é, percepção. Não podendo uma axercer sobre a outra qualquer efeito, entre elas ocorre uma acomodação via Deus que, ao fazer todas, teve em cada uma em conta todas as outras.
Cada mónade possui em si a representação de todo o Universo, da relação entre todas as mónades. Deste modo, um espírito absoluto, por exemplo Deus, poderia a partir do que se passa em cada uma, inferir por mero cálculo o que se passa, passou ou passará em todo o Universo. Este tópico gera discórdia entre os interpretadores quanto a concluir se Leibniz seria ou não adepto da predeterminação ou do livre-arbítrio.