Mambucaba
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Mambucaba
Povoado situado no litoral Sul do município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, as margens da BR 101(Rio-Santos). Vila onde já existiu um importante porto exportador de café no século XVIII. Tem como topônimo o mesmo nome do rio que junto a ela encontra o mar, tendo sua nascente no estado de São Paulo, dentro do Parque Nacional da Bocaina, este rio faz a divisa dos municípios de Angra dos Reis e Paraty no litoral Sul do Estado do Rio de Janeiro.
O nome, de origem indígena, tem significado controverso, alguns afirmam que deriva de mambuca, uma pequena abelha sem ferrão mais conhecida como japurá (ou abelha-cachorro), abundante na região, alguns outros que se refere a uma planta muito abundante ali, há ainda outros que defendem significar passagem; esta última interpretação busca origem no fato de que margeando o rio temos um caminho que já era utilizado pelos índios da região como meio de ligação com o planalto paulista. Este caminho chegou a ter longos trechos calçados, utilizando mão de obra escrava, para o escoamento da produção cafeeira dos ricos Barões, como o de Bananal, estabelecidos no planalto.
Há relatos de época sobre a resistência dos índios, que utilizavam o lugar como local de coleta de alimentos, diante da ocupação pelos portugueses no século XVI, segundo estes relatos os índios permaneceram na margem sul do rio e dali atacavam com freqüência os portugueses que se instalaram na margem norte (local da atual vila). Os portugueses eram obrigados a manter vigilância diuturna diante da ameaça. Mas os portugueses persistiram no local e ainda no XVI estabeleceu-se ali um importante ponto de caça a baleia para produção de óleo, estes locais eram de tamanha importância para o Reino português que seu estabelecimento só se dava com autorização do Rei de Portugal.
A vila ganhou um casario significativo durante a época aúrea do café, tendo até um teatro; com a decadência do porto, após a ligação ferroviária entre São Paulo e Rio em 1872, passou por décadas de abandono e letargia econômica. Em 1968 foi tombada pelo Patrimônio Histórico, sendo um dos raros sítios históricos brasileiros que foram tombados em sua totalidade, não somente as edificações, mas o traçado urbano e equipamentos referentes à ocupação do local. A abertura da BR 101 (Rio-Santos) na década de 1970 chegou a ameaçá-la, gerando vários protestos de movimentos culturais da Sociedade Civil em Angra dos Reis (SAPÊ - Sociedade Angrense de Proteção Ecológica).