Movimento Cinema Soco

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Movimento Cinema Soco

2006 – Surge um movimento

1.ato ou efeito de mover(-se) 1.1.mudança de um corpo (ou parte de um corpo) de um lugar (ou posição) para outro; deslocação 1.2.qualidade que resulta de grande quantidade de gente ou veículos em ir-e-vir incessante; agitação, alvoroço, confusão

Mover-se Um movimento surge através da busca pela mudança. O primeiro passo resume-se á algum tipo de deslocamento. Estamos no ponto ‘’x’’ e queremos partir para o ponto ‘’y’’.

Deslocação Insatisfeitos com as ordens primitivas deste país, oferecemos mudança. A proposta para a população de descolar-se ou seja, atravessar as barreiras impostas pelo governo e pela mídia.

Questionar.

Grande quantidade de gente O movimento quer ser lido, visto, assistido mas a essência da proposta é que ele seja pensado.

MOVER – DESLOCAR – GRANDE QUANTIDADE DE GENTE

Não se trata de um deslocamento físico.Esse hoje no Brasil torna-se fácil, pois em nenhuma terra temos estabilidade. Mover o pensamento, esta é a proposta. Tirar o pó do cérebro. Esquecer das regras e palavras tantas vezes repetidas. Elas impõem o medo e consequentemente à burrice, a inércia.

Desenvolver os artifícios humanos e provocar o pensar. Pensar e nunca estar satisfeito, sempre mover-se: na cadeira, em frente a TV, no ônibus, na fila. Escrever o que incomoda - Coletivizar

Através dos gritos e sussurros da sociedade atacada por lágrimas de mídia é que conseguiremos traduzir a dor para o cinema. Fazendo uma arte voltada ao esclarecimento da população.

Fazer um filme que incomode, questione e provoque.

Quatro jovens tiveram esta idéia e, ela não significa nada se não for executada. Portanto, mãos ao alto, pois o susto pausa o soluço da inconformidade.

Bú!

O movimento começou.

O manifesto

Caído no chão – agora eu sinto a dor. E ela condena-me a pensar.

Socado – por nenhum instante pensei em reagir e, antes de cair não me pergunte o que eu via ao meu redor. Comeram a minha memória. E eu? Nem sei quem foi. O mundo nunca tivera cor, razão ou motivo. Nunca parei pra pensar. Agora estou ali, socado no estômago. A dor continua a provocar. Minha cabeça baixa faz com que eu consiga olhar somente para o meu umbigo. Nossa! Como a dor é difícil. Eu, meu peito e meu umbigo e, se tento me esquivar me deparo com a ponta do meu nariz, suado.

Depois do soco o meu instinto foi pedir ajuda. Era necessária a mão do outro e, para isso tive que erguer a cabeça Foi quando vi o céu azul e ao mesmo tempo rosa. Depois tive que olhar para frente. Foi quando vi que o horizonte era circular e ao mesmo tempo reto. Depois tive que olhar para a direção que veio o golpe. Foi quando vi a realidade. Ela me incomodava pedindo perdão.

Depois do soco nada é único, agora passo a ver a estar provocado e este é o meu estado – sempre e para tudo.

Nada vai passar em branco, pois aprendi a pensar!

"Posso te dar um beijo?

Não obrigado, prefiro um SOCO."

Thelmo Corrêa