Nitócris
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Nitócris (em egípcio, Neitikert) é considerada por alguns egiptólogos como a primeira mulher a receber o título de "Rei do Alto e do Baixo Egipto", ou seja, a primeira mulher faraó. Teria sido a última governante da VI dinastia do Antigo Egipto, na parte final do Império Antigo.
Não se sabe ao certo se foi esposa ou irmã do rei Merenré II ou a filha de Pepi II.
O seu nome figura numa das listas reais egípcias, o chamado "Cânone de Turim". É também mencionada na lista de reis de Maneton e pelo historiador grego Heródoto. Contudo, não deixou qualquer tipo de monumento nem é mencionada nas fontes contemporâneas. Segundos os arquivos da era ramessida reinou dois anos. Porém, alguns investigadores consideram que pode ter reinado num período entre os seis e os doze anos.
Maneton, autor de uma história do Antigo Egipto que se perdeu, mas da qual se conhecem alguns excertos citados por autores da Antiguidade, descreve-a como uma mulher loira de faces rosadas que teria sido construtora de uma "terceira pirâmide". Esta terceira pirâmide pode referir-se à terceira pirâmide do planalto de Guiza (Gizé), a pirâmide de Menkauré (Miquerinos). Os arqueólogos não encontraram nenhum vestígio de Nitócris neste local, embora alguns considerem que a pirâmide pode ter sido restaurada por ordem desta soberana.
Circularam na Antiguidade várias lendas em torno da sua pessoa. Uma delas afirma que Nitócris era esposa de um rei que havia sido assassinado por traidores. Nitócris tornou-se rainha, mas preparou uma vingança para os assassinos do seu marido. Ordenou a contrução de uma grande sala subterrânea e convidou os traidores para um banquete. Enquanto se encontravam no banquete, Nitócris ordenou que se abrisse um cano que inundou a sala com água do rio Nilo. Os assassinos afogaram-se e Nitócris suicidou-se, atirando para uma câmara cheia de cinzas.
