Nossa Senhora da Glória
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Nossa Senhora da Glória é um município brasileiro do estado de Sergipe. Localiza-se a uma latitude 10º13'06" Sul e a uma longitude 37º25'13" Oeste, estando a uma altitude de 291 metros. Sua população estimada em 2004 era de 28 671 habitantes.
Possui uma área de 745,4 km2.
A Cidade
A Cidade nasceu com o nome de Boca da Mata, batizada pelos viajantes que descansavam no local. A “Boca da Mata”, como era conhecida a cidade de Nossa Senhora da Glória, a 126 quilômetros da capital, originou-se de uma parada para descanso de viajantes. Como existia uma densa mata naquele local, os boiadeiros, que passavam tangendo o gado, preferiam esperar o dia chegar para continuar a viagem. Então, por volta de 1600 a 1620, os ranchos deles acabaram formando a povoação. A primeira denominação, dada justamente pelos viajantes, só foi mudada pelo pároco Francisco Gonçalves Lima, quando fez campanha com a comunidade para comprar a imagem de Nossa Senhora da Glória. O município, que ficou conhecido como a “Capital do Sertão”, tem a maior feira da região e acabou atingindo um desenvolvimento muito maior que a sua antiga sede, Gararu. A evolução política de Boca da Mata iniciou-se em 1922, quando a povoação passou a ser sede do 2º Distrito de Paz de Gararu, já com a denominação de Nossa Senhora da Glória. Seis anos depois, no dia 26 de setembro, passou à condição de vila e foi desmembrada de Gararu. Nessa época o município passou a pertencer à Comarca de Capela. No dia 1º de janeiro de 1929, a vila teve como primeiro intendente João Francisco de Souza, que construiu a prefeitura. Ele foi eleito para o período de 1930 a 1934, mas teve o mandato interrompido pelo movimento revolucionário de ]]1930]].
Cultura
Por estar situada no sertão, ainda hoje é comum encontrar, principalmente na feira realizada aos sábados, homens caracterizados de vaqueiros. Entre os principais eventos do município estão a festa da padroeira Nossa Senhora da Glória, comemorada com missa e procissão no dia 15 de Agosto, e o evento “O Homem mais feio do sertão”, promovido por Marujo, que já entrou para o calendário do município, além destes o Forró da Paz, promovido pela Câmara de Dirigente Lojistas e a Prefeitura Municipal. O Gloriense é um povo muito religioso, predominando no município o catolicismo. A Igreja Matriz, que passou a ser paróquia em 1959 e teve como primeiro pároco José Amaral de Oliveira, foi construída em terreno doado por um senhor conhecido apenas por Xixiu. O interesse pela música surgiu em 1918, quando foi criada a banda, com 19 componentes, que tocava nos desfiles de 7 de setembro. Surgiu o “Musical Syrius, Tenente, Musical Opção, Jarbas Moreno, Bráulio, Banda Swing Mania. E mais recentemente estão despontando com muito sucesso a Banda de Forró Maçã com Mel e Os Carinhas do Samba”.
Econômia
Atualmente, a economia do município baseia-se substancialmente no setor primário. Uma de suas principais atividades econômicas é a pecuária, com destaque para as atividades de bovinocultura, ovinocaprinocultura, suinocultura e a criação de animais de pequeno porte como frangos.
O rebanho bovino do município, como o de toda a região do semi-árido, varia de acordo com o tempo. Em sua maior parte, destina-se à produção leiteira; o restante, ao abate. Os índices médios de produtividade de Nossa Senhora da Glória ficam em torno de 720 litros de leite anuais por cabeça, o que eqüivale a uma produção anual de algo próximo de 24.120.000 litros. A maior parte dessa produção é absorvida pelas fabriquetas da região. A outra parte destina-se à produção de queijos e derivados, que são comercializados nas feiras locais e nos municípios vizinhos.
A segunda atividade econômica mais importante é a agricultura, destacando-se a cultura de milho, feijão, milho + feijão (que ocupam grande percentual da área de lavoura do município: 14.271 hectares), algodão, mata, sorgo, capim búffel, capim pangola, palma forrageira, leucena, pasto nativa.
O setor secundário no município ainda é pequeno, mas tende a crescer, tanto em tecnologia quanto em espécie. A cidade possui fábricas de sacolas plásticas, de artefatos de cimento, de esquadrias de metal, de móveis de metal e madeira, de artigos de tricô e croché, de chapéus, gorros e bonés e de vassouras. Possui algumas confecções de roupas. Produz ainda derivados da mandioca, conservas de frutas, pães, biscoitos e bolachas, sorvetes e picolés.
O comércio do município, já em processo de franca expansão, atende sobremaneira à demanda interna e aos municípios vizinhos, embora ainda dependa de alguns produtos do setor secundário vindos de outras regiões como Aracaju, Itabaiana, Tobias Barreto, Estância e Caruaru, no Estado de Pernambuco. Produtos primários também são adquiridos de Ribeirópolis, Moita Bonita, Canindé do S. Francisco, Lagarto e Arapiraca.
A feira livre, realizada aos sábados, é a mais importante da região. A localização do município permite a convergência de comerciantes vindos de boa parte da circunvizinhança: Ribeirópolis, Moita Bonita, Capela, Aquidabã e Nossa Senhora das Dores. A feira atrai principalmente consumidores dos municípios de Monte Alegre, Gracho Cardoso, Gararu, Poço Redondo, Canindé, Feira Nova e Porto da Folha. Nela destaca-se o comércio em grosso de queijo, manteiga, frutas, cereais e farinha de mandioca.
Filhos Ilustres
Sergival Cantor e compositor, desenvolve trabalhos na área da literatura, tatro e fotografia. É membro do Mac da Academia Sergipana de Letras e da Asafoto. Em 2000 esteve em Cuba representando o Estado em encontro internacional de cultura popular. Conquistou o prêmio “O Capital” como o músico do ano, e também recebeu a Comenda do Mérito Cultural Ignácio Barbosa. Artesão Veio Um dos mais importantes artistas populares do Estado de Sergipe. Seu trabalho em madeira corre o mundo e boa parte está exposto em museu ao ar livre num terreno que pertence à sua família em Nossa Senhora da Glória. José Augusto de Andrade Lima - Médico veterinário, funcionário do ministério da Agricultura. José Carlos Souza - Ex-Conselheiro do Tribunal de Contas do estado e ex-Deputado Estadual. Eraldo Aragão - Presidente do Pronese (Projeto São José) Boguito Jogador profissional. Jogou no Itabaiana, Sergipe e Vitória da Bahia. Tailson - nasceu em monte Alegre, foi para Glória ainda bebê. Foi revelado no Dorense, jogou no Vitória da Bahia, 15 de Piracicaba, fora do Brasil e no Botafogo do Rio. Pedro Alves Feitosa - Foi o primeiro tabelião do município e delegado de polícia. Milton Menezes - coronel do Corpo de Bombeiros. Padre Leon Gregorie - Apesar de ser natural da Bélgica, foi para Glória na década de 70 e fez um grande trabalho assistencialista no município. Construiu asilo, escola, creche, mantendo fardamento, material escolar e alimentação.
História
Segundo dados colhidos de relatórios feitos pela Universidade Tiradentes baseados no IBGE dos anos de 1991 a 1996 cedidos pela Secretaria Municipal de Educação, Esporte, Cultura e Lazer de Nossa Senhora da Glória, as terras em que hoje se erigiu o município teriam pertencido, no início do século XVII, a Tomé da Rocha Malheiros. O historiador Carvalho Lima Júnior teria afirmado que uma sesmaria de 10 léguas, a partir da Serra Tabanga, estendendo-se para o sertão, ter-se-ia tornado posse daquele beneficiário.
À medida que a economia pastoril se desenvolvia pelo sertão sergipano, através da instalação de currais de gado, o conseqüente processo de ocupação espacial e modificação do meio para a instalação de futuras comunidades foi, pouco a pouco, devastando a mata de vegetação muito alta e densa que cobria o solo daquela região. Entretanto, por ser rota obrigatória para os que vinham de outras regiões, antes de surgirem as primeiras povoações, o local serviu de ponto de descanso no qual pernoitavam os viajantes que se dirigiam a Cotinguiba interessados na compra de açúcar e jabá. Sua primeira denominação, “Boca da Mata”, segundo relatam os glorienses mais idosos, deu-se por conta desses viajantes, pois tinham medo de seguir suas rotas durante a noite e ali, na entrada da mata, dormiam. Disso surgiu uma expressão que se tornou comum entre eles: “dormir na boca da mata”. Daí a origem da toponímia.
Os ranchos que ali se fizeram por conta dessas estadas dos tropeiros, durante as viagens, originaram o primeiro núcleo habitacional. O surgimento do povoado foi se dando entre terras, onde se começou uma modesta atividade pecuária, e sítios, onde se começava a plantar mandioca, milho, feijão e algodão.
Em 1922, a lei nº 835 de 06 de fevereiro, constituiu o então povoado “Boca da Mata” como 2º Distrito de Paz do município de Gararu. A partir daí, sua denominação oficial passou a ser Nossa Senhora da Glória. Em 26 de Setembro de 1928, deu-se a Emancipação Política do Município pela lei nº 1.014.
O nome Nossa Senhora da Glória, segundo informam as pessoas mais antigas do lugar, foi iniciativa do Pe. Francisco Gonçalves Lima, seu primeiro capelão, que trouxe a imagem da referida santa, consagrada então padroeira do lugar, e o sino para a primeira capela.
Geografia
O município de Nossa Senhora da Glória localiza-se na Região Nordeste do Brasil, no oeste do Estado de Sergipe, na micro-região do alto sertão do São Francisco.
Sua população, segundo dados do censo 2004 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 28.671 habitantes. A população de homens e mulheres é quase equânime.
Apresenta latitude S: 10º13’06”, longitude W: 37º25’13”, altitude: 291m e compreende uma área de 758,4 km2. Distante 126 Km da capital do Estado, Aracajú, através de rodovia.
Além da sede, possui sessenta e um povoados, dentre os quais destacam-se: Angico, Aningas, Lagoa Bonita, Nova Esperança, São Clemente, Quixaba e Lagoa grande.
Limita-se ao norte com os municípios de Monte Alegre de Sergipe e Porto da Folha; ao sul, com os municípios de Carira, Nossa Senhora Aparecida e São Miguel do Aleixo; ao leste, com os municípios de Gararu, Feira Nova e Graccho Cardoso e ao oeste, com parte do município de Carira e com o estado da Bahia.
Apresenta clima megatérmico semi-árido com precipitações médias anuais de 702,4mm3, temperatura média anual de 24,2 (ºC); seu período de chuvas se estende do mês de março ao mês de agosto. Seu solo é do tipo massapê, argila arenoso e franco argiloso, apto à exploração de cultura de subsistência e pecuária. Sua vegetação predominante é a caatinga e seu regime hidrográfico compreende o rio Sergipe e riachos sazonais (Capivara, Monteté e Piabas), Bacia do São Francisco.