Oyá
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Iansã ou Oyá é um Orixá africano, cultuado no candomblé e na umbanda. O nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, país que faz parte da Iorubalândia, atualmente chamado de rio Níger. No entanto, não se trata de uma divindade das águas, mas da Senhora dos ventos, raios e tempestades.
Esposa de Ogum e posteriormente uma das três mulheres de Xangô, Iansã é aquela que divide com o Senhor da Justiça o axé de soltar fogo pela boca e o acompanha nas batalhas, tendo alcançado ao seu lado grandes vitórias.
Guerreira, batalhadora e valente, Iansã possui como insígnias o cálice, a espada e o leque. Na umbanda, costuma vestir a cor amarela, enquanto no candomblé usa o vermelho, leva chifres de búfalo ou boi na cintura e utiliza o eruêxim, instrumento ritual feito de rabo de boi ou burro com o qual direciona os eguns, os espíritos dos mortos.
Por sua atuação junto aos eguns está intimamente ligada aos mistérios da morte e aos orixás Omolu e Obaluayê.
Em geral, costuma ser sincretizada com Santa Bárbara, havendo, no entanto, variações a depender da qualidade considerada. Oyá Funã, por exemplo, é sincretizada com Santa Madalena, enquanto Oyá Iybalé com Santa Joana D'Arc.
Os devotos costumam lhe oferecer sua comida favorita, o acarajé, solicitando auxílio nas mais diversas questões, principalmente as ligadas à justiça, por sua proximidade com Xangô e proteção, em especial contra os eguns.
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[editar] Santo Correspondente na Igreja Católica
[editar] Pontos Cantados
- Os pontos cantados aqui reproduzidos são de domínio público, pertencendo à tradição oral que acompanha as religiões afro-brasileiras. É importante colocar que os pontos podem sofrer modificações e suas letras podem ter pequenas alterações dependendo da linha religiosa adotadas e culturas regionais.
Óia Matamba ê, tata eme
Óia Matamba ê, tata eme
Sinha vanju damuringanga
Ê tata eme
Oiá, óia Matamba
Ê tata eme.
E dambure, senza quenda é maiongue,
Banburussenda, senza quenda é maiongue.
O sinha vanju, o sinha vanju ê
O sinha vanju, o sinha vanju ê
Ae Banburussenda, o sinha vanju ê
Ela é Matamba, ela é Oiá
Ela é Iansã, desse Jacutá
Ela é Matamba, do cabelo loiro
Senhora dos ventos, da espada de ouro
Ô Minha Santa Bárbara
Que linda coroa
Oi pelo amor de Deus Santa Bárbara
Não me deixe a toa
Agermitô Di Aô,
Agermitô Di Oiá
Agermitô Di Aô,
Agermitô Di Oiá
Iaé, aé aé, Agermitô, Di Oiá
Iaé, aé aé, Agermitô, Di Oiá
Ela é uma moça bonita
É a rainha do seu Jacutá
E Parrei, E Parrei, Iansã
Ó Mamãe de Aruanda
Segura esta banda
Que eu quero ver
Eparrei Oyá
Deusa dos ventos, Mensageira de Oxalá
Saravá grande guerreira
Deusa do fogo e da luz
Iansã da cachoeira meu destino conduz
Proteção para seus filhos
Eparrei, parrei, Oyá
Moça rica da Umbanda
Venha nos abençoar.
Iansã tem um leque de penas
Pra abanar em dia de calor
Iansã tem um leque de penas
Pra abanar em dia de calor
Iansã mora nas pedreiras
Eu quero ver meu pai Xangô
Iansã mora nas pedreiras
Eu quero ver meu pai Xangô
Minha Santa Bárbara
Virgem da coroa
Pelo amor de Deus Santa Bárbara
Não me deixe a toa
Minha Santa Bárbara
Virgem da coroa
A Coroa é dela Xangô
É da pedra de ouro.
[editar] Oriki de Iansã
Oyà A To Iwo Efòn Gbé.
(Ela é grande o bastante para carrega o chifre do búfalo)
Oyà Olókò Àra.
(Oyà, que possui um marido poderoso)
Obìnrin Ogun,
(Mulher guerreira)
Obìnrin Odé.
(Mulher caçadora)
Oya Òrírì Arójú Bá Oko Kú.
(Oyà, a charmosa, que dispõe de coragem para morrer com seu marido)
Iru Èniyàn Wo Ni Oyà Yí N Se, Se?
(Que tipo de pessoa é Oyà?)
Ibi Oya Wà, Ló Gbiná.
(O local onde Oyà está, pega fogo)
Obìnrin Wóò Bi Eni Fó Igbá.
(Mulher que se quebra ao meio como se fosse uma cabaça)
Oyà tí awon òtá rí,
(Oyà foi vista por seus inimigos)
Tí Won Torí Rè Da Igbá Nù Sì Igbó.
(E eles, assustados, fugiram atirando as bagagens no mato)
Héèpà Héè, Oya ò!
(Eeepa He! Oh, Oyà!)
Erù Re Nikan Ni Mo Nbà O.
(És a única pessoa que temo)
Aféfé Ikú.
(Vendaval da Morte)
Obìnrin Ogun, Ti Ná Ibon Rè Ní À Ki Kún
(A mulher guerreira que carrega sua arma de fogo)
Oyà ò, Oyà Tótó Hun!
(Oh, Oyà, à Oyà respeito e submissão!)
Oyà, A P’Agbá, P’Àwo Mó Ni Kíákíá,
(Ela arruma suas coisas sem demora)
Kíákíá, Wéré Wéré L’ Oyà Nse Ti È
(Rapidamente Oyà faz suas coisas)
A Rìn Dengbere Bíi Fúlàní.
(Ela vagueia com elegância, como se fosse uma nômade fulani)
O Titi Tí Nfi Gbogbo Ará Rìn Bí Esin
(Quando anda, sua vitalidade é como a do cavalo que trota)
Héèpà, Oya Olómo Mesan, Ibá Re Ò!
(Eeepa Oya, que tem nove filhos, eu te saúdo!)
[editar] Iansã na Música Brasileira
Iansã
Caetano Veloso
Senhora das nuvens de chumbo
Senhora do mundo dentro de mim
Rainha dos raios, rainha dos raios
Rainha dos raios, tempo bom, tempo ruim
Senhora das chuvas de junho
Senhora de tudo dentro de mim
Rainha dos raios, rainha dos raios
Rainha dos raios, tempo bom, tempo ruim
Eu sou o céu para as tuas tempestades
Um céu partido ao meio no meio da tarde
Eu sou um céu para as tuas tempestades
Deusa pagã dos relâmpagos
Das chuvas de todo ano
Dentro de mim, dentro de mim