Proto-Indo-Europeu
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O idioma proto-indo-europeu (PIE) é um ancestral comum hipotético das línguas indo-européias. Seria o estado de uma língua anterior que se fragmentou por volta de 3000 a.C..
Como a existência do PIE não é confirmada diretamente, porque a escrita ainda não estava em uso ou não era acessível aos hipotéticos falantes da língua, todos os sons e palavras são reconstruídos utilizando-se o método comparativo. A convenção padrão para representar formas não atestadas, um asterisco (*), é usado no proto-indo-europeu: *wódr̥, "água"; *ḱwṓn, "cão"; *tréyes, "três (masculino)", etc. Conforme o idioma se dividiu, seu sistema fonético divergiu entre as línguas filhas, seguindo padrões regulares. Os mais notáveis são: divergência entre dois grupos de idomas (Centum e Satem), conforme a evolução das consoantes dorsais; Lei de Grimm e Lei de Verner, nas línguas germânicas; perda de *p- pré-vocálico nas línguas célticas; redução de pré-vocálico *s- em h no grego; Lei de Brugmann e Lei de Bartholomae nas línguas indo-iranianas; e a Lei de Grassmann, no grego e nas indo-iranianas (independentemente).
Todas as línguas indo-européias sofrem flexão (embora muitas, inclusive o inglês, pussuam muito pouco dessa flexão). Por reconstrução comparativa, é altamente garantido que pelo menos o último estágio do PIE era uma língua flexionável. No entanto, através da reconstrução interna e análise morfológica, aparentemente as formas de palavras do PIE mais arcaico, tem recentemente sido mostrado ser muito provável que num estágio distante (mais antigo) o PIE deve ter sido uma língua de raiz flexionável como o proto-semítico. Como conseqüência, parece muito provável que o proto-indo-europeu uma vez tenha sido do tipo morfológico raiz-padrão (Pooth (2004): "Ablaut und autosegmentale Morphologie: Theorie der uridg. Wurzelflexion", in: Arbeitstagung "Indogermanistik, Germanistik, Linguistik" in Jena, setembro/2002).