Ribolhos
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Concelho | Castro Daire |
Área | 2,32 km² |
População | 306 hab. (2001) |
Densidade | 131,9 hab./km² |
Orago | Santo André |
Freguesias de Portugal |
Ribolhos é uma freguesia portuguesa do concelho de Castro Daire, com 2,32 km² de área e 306 habitantes (2001). Densidade: 131,9 hab/km².
Constituiu até ao início do século XIX o couto de Ribolhos. Tinha, em 1801, apenas 125 habitantes.
Na actualidade continua a constituir a mais pequena freguesia do concelho de Castro Daire, apresentando no entanto uma das maiores densidades populacionais de todas as freguesias que compõem o concelho.
A Freguesia é composta por apenas por Ribolhos (sede de freguesia), São Domingos, uma pequena aldeia situada na confluência dos rios Paiva e Paivô, e a Soalheira, um pequeno lugar habitado apenas por uma família, proprietária de uma das mais antigas serrações de todo o concelho e a primeira a obter energia de uma máquina a vapor, por volta dos anos 30 do século XX.
Embora pequena, a freguesia de Ribolhos exerce bastante influência na vida quotidiana de habitantes de aldeias próximas mas pertencentes a outras freguesias, como é o caso dos habitantes de Grijó de Mões, Casais de D. Inês, Courinha e Vila Franca (todas pertencentes à freguesia de Mões).
Esta freguesia é também sede de paróquia (como é tradição em Portugal), tendo como padroeiro Santo André. No entanto a sua maior festividade anual é dedicada à Nossa Senhora do Amparo, realizando-se a festa em sua honra no segundo domingo de Agosto.
Desta freguesia,faz ainda parte a Associação Desportiva e Cultural de Ribolhos, que realiza actividades desportivo/culturais periódicas sendo de salientar o seu Rancho Folclórico, da qual fazem parte 48 pessoas que percorrem o país de norte a sul de Portugal. Realiza o seu Festival Nacional de Folclore no segundo domingo de Agosto de cada ano.
[editar] Património
- Igreja Matriz de Ribolhos (Igreja de Santo André)
BARRO NEGRO DE RIBOLHOS Historial A actividade barrista de Ribolhos, tradição secular, é uma arte de trabalhar o barro que aparece inserida num contexto socio-económico propício ao seu desenvolvimento. A inexistência de qualquer actividade industrial, a precária agricultura e o agreste, mas belo, espaço geográfico, levaram a que alguns dos artesãos mais afoitos, fizessem da olaria o seu único meio de sobrevivência. A roda baixa, a pia de pedra, o maço de madeira, a peneira e os outros instrumentos fabricados pelo oleiro, constituem os artefactos que deram nome aos Barros Negros de Ribolhos. De entre os primeiros oleiros desta terra, dois deram o nome a esta tradição. Em primeiro lugar, mestre Albino, nasceu a 19/01/1890 em Ferreirós, freguesia de Resende. Aos dez anos veio com os seus pais para Ribeira de Arcas, freguesia de Mões, onde estabeleceram a primeira oficina de olaria, da qual já não há vestígios. Aos dezasseis anos, mestre Albino, já estava a trabalhar como oleiro em Ribolhos, mas por cota de outrem. Aos vinte e seis anos, constituiu família e tornou-se mestre de olaria, com oficina própria, deixando apenas a sua actividade cerca dos noventa anos, vindo a falecer a 14/12/1985. O segundo oleiro de que vos falo, é o mestre José Maria Rodrigues, nasceu em Ribolhos a 10/02/1906. Mal aprendeu a ler e a escrever, passou a ajudar o seu pai na oficina e no sustento da família. Casou aos vinte e dois anos e estabeleceu-se por sua conta aos vinte e sete. Correu o país de norte a sul em feiras e exposições. Deixou de trabalhar na roda aos oitenta anos, vindo a falecer alguns anos mais tarde. Hoje, o desenvolvimento da actividade barrista, continua nas mãos de Jorge Ferreira, que utiliza a título de empréstimo, a roda de oleiro de António Rodrigues, irmão de José Maria Rodrigues. Jorge Ferreira trabalha o barro não pelo sustento familiar, mas sim pelo gosto e pela preservação desta nobre tradição.
O Artista Filho de pessoas do campo e familiar, por parte da mãe, do oleiro mestre Albino (pioneiro dos Barros Negros de Ribolhos), Jorge Ferreira, nasceu na Freguesia de Ribolhos, concelho de Castro Daire a 21/06/1966. Ainda jovem, abandonou os estudos, tendo optado pela actividade comercial. Mais tarde emigrou para a América do Norte onde permaneceu alguns anos. Regressou a Portugal na década de 80 e prosseguiu os seus estudos, tendo-se licenciado em professor de Educação Visual e Tecnológica. Desde muito cedo que o gosto pelas artes, lhe despertou imenso interesse. A pintura e a olaria, tornaram-se nas suas grandes paixões. Trabalha o barro através de um processo totalmente tradicional, que vai desde a extracção da argila até ao método de cozedura. Este processo tradicional, permite-lhe preservar uma tradição e criar peças artísticas originais, próprias dos Barros Negros de Ribolhos. As suas peças estilizadas, são associadas a um certo misticismo que lhes confere uma vida própria. Têm como base de inspiração, a fantasia, o sobrenatural, o fado e o retrato da vida quotidiana.