Romanceiro da Inconfidência
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Romanceiro da Inconfidência é uma obra da poetisa brasileira Cecília Meireles publicada em 1953, que canta em verso a Inconfidência Mineira, revolta ocorrida no século XVIII na então Capitanina de Minas Gerais.
Em 84 "romances" (o que chamamos de romance hoje, em poesia, são os poemas narrativos que os colonizadores trouxeram e que ficaram muito populares no Brasil, feitos em redondilhas - versos de cinco ou sete sílabas-, com rima nos versos pares e bastante uso de repetições e paralelismo), mais quatro cenários e outros de prólogo e êxodo, Cecília narra com emoção única a morte de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, a traição de Joaquim Silvério dos Reis, o exílio de Tomás Antônio Gonzaga, a tristeza de Marília de Dirceu - sua noiva e amada -, e a loucura de D. Maria I.
Mais lírica do que narrativa, a obra não se esconde na objetividade: assume o lado dos derrotados (transformados depois em heróis da Independência) e acusa a já então selvagem ganância dos nobres e burgueses pelos acontecimentos:
- A terra tão rica
- e – ó almas inertes! –
- o povo tão pobre...
- Ninguém que proteste! (...) (in: Do animoso Alferes, Romance XXVII)
-
- Estes branquinhos do Reino
- nos querem tomar a terra:
- porém, mais tarde ou mais cedo,
- os deitamos fora dela. (in: Do sapateiro Capanema, Romance XLII)
A obra foi reeditada em 2005 pela Editora Nova Fronteira e, na bela apresentação desta edição, a escritora Ana Maria Machado retoma a origem oral da poesia para justificar as rimas, paralelismos e refrões da poesia, embora termine por lembrar que "em Romanceiro da Inconfidência há variedade de formas, métricas distintas, liberdade nas rimas e muita inventividade nos quase cem poemas".
[editar] Bibliografia
MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
