Violante do Canto
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Esta famosa personagem da história dos Açores e de Portugal, foi natural da ilha Terceira onde nasceu em dia e mês incerto do ano de 1556. O seu acento de nascimento lavrado em 1556 diz o seguinte: (“… Em cinco dias do mês de Agosto da era de 1556 anos, baptizou o referendo chantre a uma filha do Senhor João da Silva do Canto e de sua mulher D. Isabel, e nomeia a criança Violante, e foram padrinhos o Senhor Vasco da Cunha, Pedro Homem da Costa, D. Iria, mulher do Senhor João Vaz de Sousa e D. Beatriz, mulher do Senhor António do Canto e a partira Margarida Gonçalves ….” (Por: Mateus Martins.)
Faleceu em 17 de Novembro de 1599. Foi filha de João da Silva do Canto e de Isabel Correia, sendo neta pelo lado paterno de Pêro Anes do Canto e Violante da Silva, e pelo lado materno de Jácome Dias Correia e Brites (Beatriz) Rodrigues Raposo, da ilha de São Miguel. A sua entrada na história deu-se através do apoio inequívoco que deu ao partido de D. António Prior do Crato, contra as pretensões do rei Filipe II de Espanha. As acções que praticou nesta âmbito são bem conhecidas, eram por exemplo as visitas a sua casa do pretendente português (aclamado rei) ao trono, e mesmo o sustento que deu às tropas inglesas e francesas aquarteladas na ilha Terceira e a oferta que deu em apoio monetário à causa de D. António. Chegando o ano de 1583 e, destruídas as ambições de D. António, e segundo Frutuoso, D. Violante foi levada a Castela rodeada de considerável "corte" onde foi encerrada em dois mosteiros, em Cadiz e o outro Jaem (onde terá estado sete e onze meses, respectivamente). Por iniciativa régia foi obrigada a casar, cerca de dezanove a vinte meses depois de ter deixado a ilha Terceira, o que fez a l de Abril de 1585, com Simão de Sousa de Távora, filho de Álvaro de Sousa de Távora e de Francisca de Moura (irmã de Cristóvão de Moura), tendo posteriormente voltado ao reino. António da Silva, seu meio irmão acompanhou-a também na viagem para o seu exílio forçado. Foi Herdeira de uma grande fortuna ainda muito jovem. Herdou a terça da mãe composta por bens móveis e bens imóveis na ilha de S. Miguel, Com vinte um anos de idade, por tutores e curadores, a saber, Aires Jácome Correia (primo) e Gonçalo Vaz de Sousa (padrinho), sucedeu a seu pai na administração de todos os bens e do vínculo instituído por seu avô, Pêro Anes do Canto.
Depois do casamento sabe-se ter havido uma causa entre seu marido e Aires Jácome Correia, primo e tutor de Violante, como já foi referido. Os Motivos foram as contas da tutoria, o abandono a que seus bens estiveram votados na Terceira e mesmo o desaparecimento de alguns móveis e objectos. Por testamento de seu pai é possível apercebe-se do desvelo da sua criação. Igualmente por testamento, tanto paterno como materno, sabe-se que foi entregue, desde um ano de idade e em casa paterna, à criação e ao ensino de Simoa Monteira, que segundo alguns se afirma ter sido mãe de uma sua meia irmã. Foi esta Simoa Monteira que a ensinou a ler, escrever, rezar, coser e todos os demais requisitos de uma jovem da sua condição. Possuidora de cultura escrita e detentora de um empório patrimonial considerável, D. Violante morreu sem descendentes directos. Com a sua morte, os bens vinculados de que fora administradora reverteram a favor da linha do herdeiro de seu tio (António Pires do Canto) e na pessoa do filho de seu primo (Pedro de Castro do Canto), Manuel do Canto de Castro. Este acontecimento foi muito importante. Em primeiro lugar, constituiu como que a afirmação final da proeminência e que no fundo foi também uma questão de sobrevivência do que era o primeiro tronco sucessório de Pêro Anes do Canto sobre o segundo. Pode-se afirma-lo desta forma, com (como diz Rute Dias Gregório) ( “… base nas discordâncias e disputas sobre os bens do avô (vinculados e não vinculados) entre seus progenitor e tio, mas também apoiados no facto da descendência deste último a ter acusado, e por medo de perda dos bens no quadro das lutas independentistas por ela protagonizadas, de perseguição e alguma responsabilidade na morte de seu primo direito, Pedro de Castro do Canto, o sucessor D. Violante do Canto
directo da primeira linha e do primeiro vínculo de Pêro Anes do Canto. Em segundo lugar, foi igualmente desta forma que dois dos morgadios instituídos pelo avô acabaram juntos e deram origem, segundo as crónicas, à "Caza maior das ilhas". Quanto aos restantes bens de Violante do Canto, e na esteira das acções de seu próprio pai, reverteu grande parte deles a favor da Casa da Misericórdia de Lisboa, da Companhia de Jesus de São Roque da mesma cidade, da Cartuxa de Laveiras e dos Capuchos da Arrábida. … “)
[editar] Referências
- Documentos fornecidos no colóquio realizado no Palacete Silveira e Paulo sobre as Comemorações dos 450 anos do nascimento de D. Violante do Canto.
- Resumo realizado por Rute Dias Gregório
- Enciclopédia Açoriana, disponível on-line no site do Centro de Conhecimento dos Açores - Direcção Regional da Cultura (http://pg.azores.gov.pt/drac/cca/).
