Órgão (instrumento)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O órgão é um aerofone de teclas pela insuflação de vento, ar comprimido, através de tubos. Sua tradução significa: o instrumento. O termo "orgão de tubos" é um pleonasmo.
Índice |
[editar] História
O antepassado do órgão é o [[Hidraulós]] e o seu inventor foi Ktesibiós, na Alexandria, engenheiro do século III a.C., provindo do cruzamento do instrumento Aulós com um sistema hidráulico de produção de vento. Consistia em abrir a passagem de vento para tubos sonoros (flautados) através de uma válvula parecida com uma tecla. Para cada nota seu tubo sonoro e para cada tubo sonoro sua válvula. Este conjunto de válvulas, accionadas pelos dedos do instrumentista, constituiu o primeiro teclado musical.
Este instrumento era muito comum no Império Romano e tinha um som imensamente forte; era usado nos jogos, no circo e em anfiteatros.
A fila de tubos duplicou e triplicou. Foi crescendo até que foi inventado um mecanismo de selecção dessas filas de tubos sonoros. Em cada uma dessas filas os tubos sonoros não variavam em proporções para manterem o mesmo timbre, mas cada fila era construída de forma diferente com a finalidade de emitirem timbres diferentes. Nesta altura o Hidraulós era já denominado como Organs Hidraulus (do latim) ou Organon Hydralon (na Grécia). O termo "Organus" ou "Organon" aludem ao composto funcionamento, organicismo.
O sistema hidráulico foi substituído por um sistema de fole, tal como o fole usado na forja dos ferreiros. Como já não havia o componente no Organus Hidraulos, o instrumento passou simplesmente a ser de nominado Organus.
O órgão foi o primeiro instrumento de teclas. Ainda assim, tecnicamente, pertence à classe dos produtos mais complexos e perfeitos que se possa imaginar.
Saint-Saëns compôs uma popular sinfonia para órgão que é um bom exemplo de como o som de um grande órgão pode ser combinado com o de uma orquestra sinfónica.
[editar] As partes de um órgão
O órgão é dividido em três partes: Pneumática, Mecânica (ou Comandos) e Canaria (ou Tubaria). A parte Pneumática consite no conjunto formado pelos foles e demais elementos encarregues do abastecimento e regulação da pressão do ar à parte da Canaria. A parte Mecânica envolve todos os mecanismos de accionamento dos tubos e que são geralmente constituídos por teclados (e eventualmente pedaleira) e controles de registos. A parte de Canaria consiste no conjunto de tubos encarregues da emissão de som.
A Consola é a 'mesa de comando' do órgão. Nela se encontra os teclados ou manuais e os controles de registos dos tubos, isto é, chaves que habilitam ou desabilitam a passagem de ar por determinados conjunto de tubos. Estas chaves podem ser de três tipos: alavancas, tabletes e puxadores (como na foto). Além dos teclados e chaves de registos, a grande parte dos órgãos possuem pedaleiras, onde se tocam notas musicais mais graves.
Os tubos são onde é produzido o som que é gerado pela passagem de vento através de orificios como caso idêntico das flautas ou outros instrumentos de sopro. O ar comprimido, chamado vento,é gerado por foles ou por compressores. Há tubos de diversos materiais, diâmetros e alturas. O conjunto de chaves de registos da consola consegue habilitar um conjunto de tubos. Quando instrumentista aciona a tecla, o vento é liberado para um determinado tubo que emite a nota correspondente.
[editar] Variantes
[editar] Órgão de tubos
Os órgãos podem ser divididos em tipos:
- O órgão portátil ou portativo.
- O órgão positivo.
- O órgão clássico
- O órgão romântico.
- O órgão sinfónico que teve o seu auge no primeiro terço do século XX
- O órgão de teatro (também conhecido na Austrália e Reino Unido como órgão de cinema), foi originalmente desenhado para substituir as orquestras ou conjuntos musicais que acompanhavam os primeiros filmes mudos
[editar] Outras variantes
Existem muitas outras variantes eléctricos e electrónicos como o órgão Hammond, desenvolvido nos anos 30. O Hammond apenas pretendia imitar o som do órgão de tubos, mas quando conseguiu desenvolver um som próprio, tornou-se objecto de culto durante muitos anos. O modelo B3 é um importante instrumento no jazz, sendo mesmo o instrumento central no soul-jazz.
Hoje em dia, continuam-se a produzir órgãos imitadores dos originais, mas alguns fabricantes incorporam tubos verdadeiros de forma a conseguirem um efeito mais natural. Os órgãos electrónicos são por vezes prejudicados pela acústica das salas, mas quando bem feitos, conseguem ser réplicas convicentes dos seus antecessores.
Entre 1940 e 1970 foram criados um grande número de órgão electrónicos destinados ao entretenimento caseiro. Estes instrumentos, eram cópias simplificadas dos órgãos tradicionais, muitas vezes limitados a algumas vozes como o trompete e a marimba. Porém, à medida da evolução tecnológica, começaram a incluir padrões automáticos, como ritmos electrónicos, acompanhamentos diversos e inclusivamente leitores de fitas magnéticas. Com estas inovações, tornava-se possível a uma só pessoa produzir um som que até aí só era possível a um grupo de vários instrumentos.
Nos anos 60 e 70 um tipo simples de órgão electrónico portátil chamado “combo” tornou-se muito popular especialmente entre as bandas rock e pop dessa altura como os Doors e os Iron Butterfly. Os mais populares eram fabricados pela Farfisa e pela Vox.
[editar] Orgãos Famosos
O maior orgão do mundo está na Convention Hall da Organ Society em Atlantic City (U.S.A.). Este possui 7 manuais e ainda dispõe de 2 pedaleiras. Foi construído entre Maio e Dezembro de 1929, pela Companhia construtora de órgãos Merrick, na época situada em Long Island, Nova Iorque. Tem 2 consolas. Desconhece-se o número exacto de tubos que o compõe, mas pensa-se que está por volta dos 33 114 tubos.
Ver site oficial da Convention Hall Organ Society (em inglês) [1]
Ainda existe outro também de grandes dimensões na Catedral de Santo Estevão em Passau, Alemanha. Tem 17 774 Tubos e 233 Registos.
[editar] Instrumentos similares
Outros instrumentos que são tocados através de um reservatório de ar e têm mecanismos separadores para a produção de tons incluem:
- O acordeão ou sanfona e a concertina, nos quais os foles são operados através do aperto manual do instrumentista;
- O melodeon, um instrumento de palhetas com um reservatório de ar e foles operados por pedais que foi muito popular nos EUA em meados do século XIX;
- O órgão parlor, um instrumento de palhetas com dois foles de pedais que o instrumentista opera alternadamente;
- O calliope a vapor, é essencialmente um órgão de tubos que funciona a vapor em vez de ar;
- O band organ, é essencialmente um órgão de tubos que em vez de um teclado possui um mecanismo que toca sozinho uma música;
- As gaitas-de-fole.
Outros instrumentos sem reservatório de gás mas com mecanismos de separação de tons:
- A harmónica ou gaita, na qual o músico sopra directamente nas palhetas;
- A Flauta de pan.
