Alberto Caeiro
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Alberto Caeiro (15.04.1889 - 1915) é considerado o mestre dos heterônimos de Fernando Pessoa, apesar de sua pouca instrução. Poeta complexo e enigmático, ligado à natureza, despreza e repreende qualquer tipo de pensamento filosófico, afirmando que pensar retira a visão, não o permite ver o mundo tal qual ele lhe foi apresentado: simples e belo. Afirma que ao pensar, entra num mundo complexo e problemático, onde tudo é incerto e obscuro. Caeiro defende que o real é a própria exterioridade e que esta não necessita de subjetivismos repreendendo quaisquer pensamentos filosóficos, proclamando-se assim um antimetafísico, porque no seu entender a interpretação do real pela inteligência reduz as coisas a meros conceitos. À superfície é fácil reconhece-lo pela sua objetividade visual que faz lembrar Cesário Verde, sendo este citado muitas vezes nos poemas de Caeiro, pelo seu interesse pela natureza, pelo verso livre pela linguagem fluente e desenvolta, pela repetição de grandes fragmento frásicos e pelas comparações muito simples e originais.
[editar] Alguns trechos de seus poemas
- "Creio no mundo como num malmequer,
- Porque o vejo.
- Mas não penso nele
- Porque pensar é não compreender..." (1914)
- "Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
- Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
- Por isso se nos não mostrou..." (1914)
- "Sentir é estar distraido." (1915)
- "Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência, E a única inocência é não pensar..." (1914)