Alfonso Daniel Manuel Rodríguez Castelao

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Alfonso Daniel Manuel Rodríguez Castelao.

Afonso Daniel Manuel Rodríguez Castelao (Rianxo, 1886 — Buenos Aires, 1950) foi um dos fundadores do nacionalismo galego, tendo sido um intelectual comprometido com a terra galega e com o seu país. Estudou Medicina, mas confessava: "Fiz-me médico por amor a meu pai; não exerço a profissão por amor à humanidade".

Filho de Manuel Rodríguez Dios, marinheiro, e de Joaquina Castelao Genme. Castelao emigrou à Argentina aos três meses do nascimento de Daniel, e no decurso do 1895 emigrou com sua mãe para ir viver com pai em Bernasconi, na Pampa, ali residiu até 1900 e, segundo ele próprio conta, descobriu o valor da caricatura lendo Caras y Caretas. Durante os anos em que estudava Medicina na Universidade de Santiago de Compostela também aguça o seu interesse pelo desenho e pintura, em especial pela caricatura. Em 1908 expôs os seus desenhos em Madri e começa a colaborar com a revista Vida Galega. Entre 1909 e 1910 faz um curso de doutorado em Madri e participa da III Exposição Nacional de Humoristas e colabora como ilustrador com El Cuento Semanal. Em 1910 especializa-se em Santiago em obstretícia e, ao rematar, instala-se em Rianjo, e durante este período colaborou na fundação do hebdomadário El Barbero Municipal (1910-1914), no qual escreveu atacando o regime caciquil galego e insire-se na vida política local dentro do Partido Conservador local numa linha maurista. Dá a sua primeira conferência em março de 1911, em Vigo falando sobre a caricatura e ao longo dos anos seguintes realiza exposições das suas caricaturas em diversas cidades galegas. En 1912 aderiu-se ao movimento Acçom Galega e nesse ano casou com Virgínia Pereira. Durante esta época colaborou com El Liberal, El Gran Bufón, A Ilustraçom Galega e Asturiana, Mi Tierra , Suévia, La Voz de Galiza de Bos Aires, que ajudárom a popularizar as suas caricaturas. Um desprendimento de retina deixa-o cego em 1914, mas uma operaçom devolve-lhe a vista. Em 1915 participou na Exposiçom de Belas Artes de Madri, no que obtém grandes elógios da crítica. Em 1916 obtém por oposiçom uma praça na delegaçom de Ponte Vedra do Instituto Geográfico Estatístico e nesse ano foi um dos fundadores da agrupaçom local das Irmandades da Fala. Com Vicente Risco, Otero Pedraio e outros fundou a revista Nós, arredor da que germolou a vida política e cultural de Galiza entre 1920 e 1936. Em 1926 foi nomeado académico de número da Real Academia Galega. Em 1931 resultou elegido deputado pola Organizaçom Republicana Galega Autónoma (ORGA) para as cortes constituintes da Segunda República e participou na constituiçom do Partido Galeguista. Foi desterrado a Badajoz em 1934, durante a sua estadia em Estremadura escreveu para A Nossa Terra uma série de artigos sob o título de Verbas de chumbo que posteriormente integraria em Sempre em Galiza. Em 1936 foi escolhido de novo deputado na candidatura da Fronte Popular. Protagonizou a campanha polo sim ao Estatuto de Autonomia da Galiza, que foi aprovado em plebiscito em 1936. O "Levantamento Nacional" colheu-no em Madrid. Exilou-se em México, Nova Iorque e, finalmente, Bos Aires. Foi membro do governo republicano no exílio presidido por Giral (1946).

Polifacético novelista, desenhador, caricaturista, pintor, teórico da arte e político, sempre reflexou na sua obra o seu compromiso com o galeguismo e com o mundo. Durante o exílio franquista, no 1944 publica Sempre em Galiza, obra capital do nacionalismo galego, e convirte-se em primeiro presidente do Conselho da Galiza, o governo do país no exílio. Os seus restos mortais fôrom repatriados e levados para o Panteom de Galegos Ilustres en 1984 no meio de manifestações nacionalistas que acusavam as autoridades de que "os que o exiliárom fazem-lhe agora honores".

Os seus desenhos, complementados com agudos textos, mostram a Galiza rural, o caciquismo, os pobres, os cegos, os desamparados, o povo que sofre, desde uma visom realista crítica mas humorística, no álbum "Nós" (1931) recolheu desenhos feitos entre 1916 e 1918. E nos últimos álbuns habitam os horrores da Guerra Civil.

Iniciou-se na narrativa com a colecçom de relatos curtos Um olho de vidro em 1922. Em Cousas, Retrincos e Os dous de sempre, estabelece um conjunto único na narrativa galega que culmina com a colecçom de ensaios Sempre em Galiza, conectando literatura, política e teoria do galeguismo. A sua visom literária tenta desmitificar os tópicos costumistas com um humorismo sarcástico e, de quando em vez, esperpêntico.

Dedicou-se-lhe o segundo Dia das Letras, en 1964 .