Batalha espiritual

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Batalha espiritual é o termo usado para designar a guerra travada nas regiões celestes entre os anjos do bem - a serviço de Deus - e os anjos do mal, que se rebelaram contra o Senhor. O resultado de cada luta travada vai determinar a situação de países, governos e pessoas.

Segundo a Bíblia Sagrada, os servos de Deus podem interferir numa batalha espiritual, com suas orações ou expulsando diretamente os demônios com a autoridade delegada por Jesus Cristo.

A existência desse confronto está registrada na carta que o apóstolo Paulo escreveu em Efésios6.11-13:

"Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do Diabo; pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes. Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes".

Todo cristão é exortado a estar preparado para este combate, certo de que "as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo", conforme a Bíblia ensina em 2Coríntios 10.4,5.

No contexto do protestantismo evangélico, todos os cristãos verdadeiros têm o poder para entrar numa batalha espiritual e expulsar demônios, não sendo necessária nenhuma autorização especial das autoridades eclesiásticas para realizar os chamados exorcismos, pois prevalece a autoridade outorgada pelo próprio Cristo aos seus discípulos verdadeiros, conforme está escrito:

"Eis que vos dei autoridade para pisar serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; e nada vos fará dano algum" (Lucas 10.19).

"E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios..." (Marcos 16.17).

No contexto protestante, a autoridade de Jesus de Nazaré não deve ser usada por pessoas que não experimentaram verdadeiramente o novo nascimento, ou seja, o arrependimento dos pecados e a conversão para uma vida conforme os ensinamentos de Cristo. A Bíblia relata o caso de pessoas que tentaram enfrentar demônios sem a verdadeira autoridade e sofreram fortes retaliações:

"Ora, também alguns dos exorcistas judeus, ambulantes, tentavam invocar o nome de Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega. E os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, um dos principais sacerdotes. Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: A Jesus conheço, e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? Então o homem, no qual estava o espírito maligno, saltando sobre eles, apoderou-se de dois e prevaleceu contra eles, de modo que, nus e feridos, fugiram daquela casa” (Atos 19.13-16).

A crença em uma batalha espiritual não indica que o universo evangélico seja dualista, ou seja, que tenha duas divindades iguais em força e opostas em objetivos. Só existe um Deus e Ele é Soberano e Todo-poderoso. Segundo a ortodoxia evangélica, foi o próprio Deus quem instituiu a rivalidade entre a Igreja e o Diabo, ainda no Jardim do Éden:

“Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. (Gênesis 3.14-15).

Os versículos acima apontam a inimizade entre a serpente (Satanás) e a descendência da mulher, a saber, Cristo, do qual a Igreja é o Corpo. Assim, no fundo, a existência de um reino das trevas em constante batalha espiritual com a Igreja, no fundo, serve para testar a existência da fé verdadeira entre os discípulos.

O fim da luta já está determinado, com a vitória final de Jesus Cristo, conforme está registrado em Apocalipse 1.18:

"Eu sou o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do inferno".