Bezerra de Menezes
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Expoente do Espiritismo no Brasil, Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti nasceu em Riacho do Sangue (atual Solonópole), Ceará, Brasil, em 29 de agosto de 1831, e morreu a 11 de abril de 1900, no Rio de Janeiro.
[editar] Biografia
Mesmo sem condições econômicas, o jovem Bezerra de Menezes aventurou-se na conquista do sonho de tornar-se médico, saindo de sua terra natal rumo ao sul do país. Servindo à Santa Casa de Misericórdia, como interno, veio a formar-se em 1856, pela Faculdade de Medicina, no Rio de Janeiro.
Em 1858, casou-se com Maria Cândida de Lacerda. O enlace não durou mais que cinco anos, em conseqüência da morte da companheira. Teve dois filhos.
Foi Deputado Provincial pelo Rio de Janeiro em 1867, e entre 1878 e 1885, e na então Capital do País também exerceu a vereança.
Em 1886, converteu-se ao Espiritismo. Ganhou O Livro dos Espíritos do próprio tradutor, Dr. Carlos Travassos, quem primeiro verteu a obra para o português. Desta experiência, Bezerra deixou registrado:
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- "Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no "O Livro dos Espíritos". Preocupei- me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença".
Desde 1887 passou a escrever artigos em jornais sobre a nova Doutrina, conquistando com sua pena numerosos adeptos para a causa que surgia no Brasil. Bezerra, sem jamais abandonar a medicina - que exercia como um sacerdócio de caridade - era também excelente escritor, tendo deixado vários artigos sobre variados temas, antes e depois de sua conversão, inclusive na pesquisa histórica, autor de biografias.
Por volta do ano de 1883 o incipiente movimento espírta brasileiro estava marcado pela total dispersão de seus adeptos e das entidades em que se reuniam. Havia, ainda, uma clara divisão entre os espíritas ditos místicos (mais afeitos a uma visão religiosa sobre o espiritismo), e os chamados científicos (mais propensos a um olhar filosófico e científico sobre a proposta espírita).
No ano seguinte, Bezerra foi apontado como o único capaz de eliminar o espírito de cizânia que se formara, e foi, por isso, eleito presidente da Federação Espírita Brasileira, tornando esta entidade aquela que viria a capitanear os rumos da doutrina espírita no país.
Seu espírito de desprendimento não o permitiu acumular bens materiais, e foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um acidente vascular cerebral o acometeu, no ano de 1900. Não faltaram aqueles, pobres e ricos, que socorreram a família, capitaneados pelo Senador Quintino Bocaiúva.
[editar] O "Kardec Brasileiro"
Para muitos espíritas brasileiros, Bezerra de Menezes é um símbolo do "verdadeiro" seguidor do espiritismo. Destacam-lhe a índole caridosa, sensata e perseverante diante de toda sorte de dificuldades, vencendo os desafios com as armas do amor ao próximo. Essas características, somadas a sua militância na divulgação e na reestruturação do espiritismo no país, fizeram com que fosse considerado um Kardec Brasileiro, numa homenagem devida à relevância que teve para o movimento espírita brasileiro.
Em várias partes do Brasil, seu nome é reconhecido ainda hoje, e evoca para muitos espíritas a lembrança de um passado rico, não em ouro, mas em lições de caridade e devoção à fé abraçada. Hoje, Bezerra de Menezes é Coordenador no Plano Espiritual Superior(nome dado ao plano dos espíritos elevados) da Revolução Mundial dos Espíritos da Luz Celeste na Quarta Revelação(Religião de Deus).