Biblos
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Biblos (βύβλος) é o nome Grego da cidade Fenícia Gebal (outrora Gubla); era conhecida pelos Antigos Egípcios por Keben e Kepen. Aparentemente, os Gregos chamaram-lhe Biblos devido ao facto de ser através de Gebal que o byblos (βύβλος "o papiro Egípcio") era importado para a Grécia. Embora continue a ser referido como Biblos pelos escolásticos, a cidade é agora conhecida pelo nome árabe Jubayl (جبيل), de raíz Cananéia.
Biblos situa-se na costa mediterrânica do actual Líbano, a 42 quilómetros de Beirute. É um foco de atracção para arqueólogos devido às camadas sucessivas de destroços resultantes de séculos de habitação humana. Em 1860, o escritor francês Ernest Renan iniciou uma escavação no local, mas não ocorreu qualquer investigação arqueológica sistemática até 1920.
O local foi povoado primeiramente duranto o período Neolítico, por volta de 5000 a.C.; segundo o filósofo e historiador Fílon de Alexandria, Biblos era famosa por ser a mais antiga cidade do mundo. Durante o terceiro milénio antes de Cristo, pôde observar-se as primeiras características de uma cidade, com os restos de casas edificadas com um tamanho uniforme. Foi este o período em que a civilização Fenícia começou a desenvolver-se, e os arqueólogos descobriram artefactos de fabrico egípcio datados da altura da Quarta Dinastia Egípcia. A cidade em desenvolvimento, indubitavelmente, prosperava.
Por volta de 1200 a.C., uma prova arqueológica de Biblos mostra aquilo que seria um alfabeto de vinte e dois caracteres; um exemplo importante destas inscrições é o sarcófago do rei Ahiram. Um dos monumentos mais importantes deste período é o templo de Resheph, um deus da guerra cananeu, mas este ruiu na época de governação Helenística e chegada de Alexandre, o Grande em 332 a.C.. A moeda já era utilizada, e há vestígios evidentes de comércio com outras cidades mediterrânicas.
Durante o período Romano, o templo de Resheph foi afincadamente reconstruído, e a cidade, embora mais pequena do que vizinhas suas como Tiro e Sídon, era um centro do culto a Adónis. No Século III, foi edificado um teatro pequeno, mas impressionante. A chegada do Império Bizantino fez com que se estabelecesse um lugar episcopal em Biblos, e a cidade cresceu rapidamente. Embora se saiba que uma colónia Persa se tenha estabelecido na região a seguir à conquista Muçulmana (636), as provas arqueológicas são escassas. O comércio com o resto da Europa esmoreceu por completo, e a prosperidade não se faria mais notar em Biblos até que as Cruzadas regressassem em 1098.
Biblos, sob o nome de Gibelet ou Giblet, foi uma base militar importante durante o Século XI, e os vestígios do seu castelo das Cruzadas está entre as mais espectaculares estruturas actualmente visíveis no seu centro. A cidade foi tomada por Saladino em 1187, retomada pelos Cruzados e eventualmente conquistada por Baibar em 1266. As suas fortificações foram subsequentemente restauradas. Desde 1516, a cidade e toda a região caíram sob o domínio turco e fizeram parte do Império Otomano.
[editar] Bibliografia
- Nina Jidéjian, Byblos à travers les âges, Dar al-Machreq, Beyrouth, 1977
- Jean-Pierre Thiollet, Je m'appelle Byblos, H & D, Paris, 2005