Boca do Lixo (São Paulo)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Boca do Lixo ou Boca é um lougragouro situado perto do centro da capital de São Paulo, caracterizada por ser meretrício e antigamente, local de bandidagem. Ela está localizada no bairro da Luz. É na verdade, um quadrilátero se extendendo pela Rua do Triumpho e suas adjacências. Nos anos 90, o local ficou conhecido como a Cracolândia, mas atualmente já se tornou um local trânquilo e com policiamento constante.
Se antes a "Boca" teve participação na história do cinema nacional, com o "Cinema da Boca", hoje ela é uma da regiões mais degradadas da cidade de São Paulo.
Depois de flertar com o Cinema Marginal e citada no filme-manifesto "O Bandido da Luz Vermelha" de Rogério Sganzerla, o cinema da Boca ficou caracterizado por filmes baratos e que tinham apelo sexual feminino.
A produção da Boca floresceu e se expandiu na pornochanchada dos anos 70. Produtores como Antônio Polo Galante, David Cardoso, Nelson Teixeira Mendes, Juan Bajon, Cláudio Cunha, Aníbal Massaini Neto, entre outros ficaram milionários com o tipo de cinema do bairro.
Comédias, dramas, policiais, faroestes, filmes de ação, kung fu, terror, entre outros foram os gêneros explorados pelo Cinema da Boca, sem tirar de lado o uso restrito do erotismo. Muitos cineastas como Carlos Reichenbach, Luiz Castelini, Alfredo Sternheim, Juan Bajon, Cláudio Cunha, Walter Hugo Khhouri, entre outros tinham clara proposta autoral em seus filmes. Muitas fitas, eram divididas em episódios para tornar as películas mais baratas ainda.
Musas como Helena Ramos, Sandra Bréa, Vanessa Alves, Patrícia Scalvi, Nicole Puzzi, Zilda Mayo, Meire Vieira, Adele Fátima, Matilde Mastrangi eram presenças obrigatórias e onipresentes nos filmes da época.
Se São Paulo tinha a Boca do Lixo, o Rio de Janeiro tinha o Beco da Fome. Grandes produtores como Carlo Mossy, Jece Valadão e Pedro Rovai tiveram grandes sucessos de bilheteria. Entre eles "A Viúva Virgem" de Rovai ou "Giselle" de Victor di Mello.
Grandes sucessos de bilheteria, em raras excessões os filmes que eram sucessos de crítica. Esta prteferia os filmes mais voltados a questão social, de diretores surgidos no Cinema Novo e nos anos 70, integrados a Embrafilme que produzia filmes de forma estatal.
O fim da ditadura, trouxe o filme de sexo explícito de fora, que acabou matando essa verdadeira indústria cinematográfica tupiniquim.
