Clodovil Hernandes

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Clodovil em sua propaganda política como candidato a deputado federal.

Clodovil Hernandes (Elisiário, 17 de junho de 1937) é um estilista, apresentador de televisão e político brasileiro. É conhecido principalmente por seu caráter polemitizador, tanto por ser homossexual, como por declarações consideradas inapropriadas ou indelicadas além de sua postura arrojada. Muitas vezes, essas declarações são dirigidas a outras personalidades famosas. Entre outras polêmicas, estão acusações de racismo e anti-semitismo.

Com mais de quarenta anos trabalhando na televisão, foi apresentador de inúmeros progamas em diversas emissoras. Após sua demissão da emissora RedeTV! em 2005, difamou sua antiga emissora assim como outras pessoas que nela trabalhavam e perdeu espaço na televisão brasileira.

Em 2006 entrou para a política após candidatar-se e eleger-se deputado federal pelo Partido Trabalhista Cristão, possuindo inclusive o terceiro maior número de votos em São Paulo, estado por onde se candidatou. Tornou-se então o primeiro homossexual assumido a ser eleito deputado federal.

Índice

1 Biografia
- 1.1 Na televisão
- 1.2 Na política
2 Acusações de racismo
3 Referências
4 Ligações externas

[editar] Biografia

Clodovil Hernandes nasceu no interior de São Paulo e foi adotado por um casal de imigrantes espanhóis, nunca tendo conhecido seus verdadeiros pais. Foi educado em colégio interno por padres católicos. Fala francês e castelhano, idiomas que domina até hoje além do português.

[editar] Na televisão

Formou-se professor mas se tornou um estilista conhecido no país e virou moda também na televisão. Possui mais de 45 anos de carreira e já trabalhou em quase todas as emissoras de televisão do país. Ficou famoso em 1976 ao ganhar o prêmio máximo no programa "8 ou 800?", apresentado por Paulo Gracindo ao responder perguntas sobre Dona Beja. No início dos anos 80, apresentou na Rede Globo um programa feminino chamado "TV Mulher" ao lado da ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, então uma sexóloga. Como premiado figurinista de teatro, já trabalhou como ator.

Em 2005, já na RedeTV!, passou por uma fase polêmica devido ao desentendimento com integrantes do programa Pânico na TV, que tentaram calçar-lhe as "sandálias da humildade", entregue a personalidades consideradas arrogantes pela equipe. Clodovil esquivou-se de duas investidas dos repórteres do Pânico e, na terceira tentativa, foi perseguido por dois carros, um helicóptero e um trio elétrico. Seguido desde os estúdios da emissora, em Barueri, na Grande São Paulo, o veículo do apresentador foi fechado no meio da Marginal Pinheiros, e acabou por escapar. No dia seguinte à apresentação do ocorrido em um quadro do programa Pânico, fez um desabafo ao vivo em seu próprio programa A Casa é Sua, que apresentava desde 2003, abandonando a seguir os estúdios da RedeTV! com o programa em pleno ar. Dois dias depois, foi demitido da emissora. Em 2007 Clodovil voltará à televisão com o programa Por Excelência na Rede CNT^{[Carece de fontes?]}.

[editar] Na política

Em 2006, entrou para a política como candidato a deputado federal pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC) no estado de São Paulo. O partido escolhido foi motivo de controvérsia, já que algumas denominações cristãs condenam o homossexualismo. Durante a campanha, se autodenominou "costureiro". Na propaganda política, causou mais polêmicas com frases como:

"Eu não vou prometer nada, vou denunciar tudo o que passar pela minha frente."

"Brasília nunca mais será a mesma."

"Me aguarde porque vai mudar tudo. 3611 é o meu número. Agora, porque que eu escolhi o 11? Porque o 24 já era, agora é um atrás do outro."

Foi eleito com o terceiro maior número de votos (493.951), cerca de 2,38% dos votos válidos^[1]. Durante a candidatura, seu código eleitoral era 3611. Outra marca alcançada por Clodovil é o do primeiro gay assumido eleito ao cargo de deputado federal^[2].

Um dia após eleito, o Jornal Nacional entrevistou-o. Em uma das perguntas, o entrevistador questionou quais eram os projetos do então eleito deputado federal. Após hesitar, Clodovil respondeu: "Não sei... eu não sei nem se tem política nesse país."^[3]

Em entrevista ao portal de notícias G1^[4], em 03 de outubro, Clodovil admitiu que aceitaria vender seu voto, contanto que a quantia paga fosse bem elevada (ele estipulou um valor de 30 milhões de dólares).

Um mês depois, Clodovil prometeu "transformar Brasília de uma cidade temida para cidade amada e mudar a forma de poder e política”. Ele descartou, no entanto, que vá fazer isso por meio de leis^[5].

[editar] Acusações de racismo

No programa A Casa é Sua, Clodovil chamou a vereadora Claudete Alves "macaca de tailleur metida à besta" em 2004. A vereadora entrou com uma queixa-crime e o apresentador responde por dois processos criminais no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Em uma entrevista à Rádio Tupi, 27 de outubro de 2006, Clodovil declarou que os judeus teriam manipulado o Holocausto e forjarado o atentado de 11 de setembro contra o World Trade Center. Na mesma entrevista referiu-se a um negro como "crioulo cheio de complexo". Para suportar suas opiniões, disse para a rádio carioca que existe um "poder escuso, que está no subsolo das coisas". "As pessoas são induzidas a acreditar. Quando houve aquele incidente com as torres gêmeas lá não tinha americano nenhum e nem judeu".

O presidente da Federação Israelita do Rio, Osias Wurman declarou-se indignado com as declarações. Sobretudo por vir de uma pessoa provida de uma minoria que também sofre preconceito. Wurman entrou com uma interpelação judicial contra o Clodovil acusando-o de racista além de enviar cópias do áudio da entrevista para a Secretaria Estadual de Direitos Humanos, deputados estaduais e à Organizações Não-Governamentais ligadas ao movimento negro.^[6]