Dona Ana de Souza
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Dona Ana de Souza ou Ngola Ana Nzinga Mbande (c. 1583 - 17 de Dezembro, 1663) foi uma raínha (Ngola) dos reinos do Ndongo e Matamba no século XVII, no sudoeste de África. O seu título real na língua kimbundu, Ngola, foi o nome usado pelos portugueses para chamar aquela zona de Angola.
Dona Ana ou Nzinga era filha de Nzinga a Mbande Ngola Kiluaje e Guenguela Cakombe. Ela viveu durante um período em que o tráfico de escravos do Atlântico e a consolidação do poder dos portugueses na região estava a crescer rapidamente. Nzinga apareceu nos registos históricos como uma enviada de seu irmão, o Ngola Ngoli Bbondi, numa conferência de paz com o governador português de Luanda. Depois de anos de incursões portuguesas para capturar escravos, e entre batalhas intermitentes, Nzinga negociou um tratado de termos iguais, converteu-se ao cristianismo para fortalecer o tratado e adoptou o nome de "Dona Ana de Souza". Mas o tratado foi quebrado mais tarde por Portugal.
Depois de saber da quebra do tratado, Dona Ana chamou seu irmão para interceder e lutar contra a invasão portuguesa. Depois de ele recusar, ela pessoalmente formou uma aliança com o povo Jaga, casando com o seu chefe, e consequentemente conquistou o reino Matamba. Ganhou notoriedade durante a guerra por liderar pessoalmente as suas tropas e proíbiu de as suas tropas a tratarem de "Rainha", preferindo que se dirigissem a ela como "Rei". Ela estava disponível para formar uma coligação em 1635 com os reinos do Congo, Kassanje, Dembos e Kissama. Os Jaga eventualmente a traíram, mas ela formou uma aliança com os holandeses. Com a ajuda de Nzinga, os holandeses ocuparam a cidade de Luanda de 1641 a 1648. Quando os portugueses recapturaram Luanda com um assalto de base brasileira, Nzinga fugiu para Matamba e continuou a resistir. Resistiu até aos seus 60 anos, liderando as tropas em batalha.
Em 1659, Dona Ana assinou um tratado de paz com Portugal. Ajudou a reinserir antigos escravos e formou uma economia que ao contrário de muitas não dependia do tráfico de escravos. Nzinga morreu de uma forma pacífica aos 80 anos em Matamba, em 17 de Dezembro de 1663. Depois de sua morte, seus aliados desintegraram-se e os portugueses controlaram a área em 1671. Em certas áreas, Portugal não obteve controlo total até o século XX, principalmente devido ao seu tipo de colonização que era mais no litoral. Dona Ana passou a ser uma figura admirada e respeitada por Portugal.
Dona Ana de Souza tinha muitas variações do seu nome e em alguns casos eram completamente diferentes. Tais nomes incluíam (mas não só): Raínha Nzinga, Nzinga I, Raínha Nzinga Mdongo, Nzinga Mbandi, Nzinga Mbande, Jinga, Singa, Zhinga, Ginga, Ana Nzinga, Ngola Nzinga, Nzinga de Matamba, Raínha Nzingha de Ndongo, Ann Nzingha, Nxingha, Mbande Ana Nzingha, Ann Nzingha, e Dona Ana de Souza.
