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Festa das Pastorinhas - Wikipédia

Festa das Pastorinhas

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RESUMO: Este ensaio objetiva mostrar a história da Festa Religiosa das Pastorinhas e também as suas várias representações históricas e regionais.

PALAVRAS-CHAVE: Festa, Pastorinhas, representações, canto.

A FESTA DAS PASTORINHAS

A Festa das Pastorinhas ocorre juntamente com as festividades católicas relacionadas ao natal, como a folia de reis e o presépio. Ela tem como objetivo representar a passagem Bíblica da anunciação do nascimento de Jesus Cristo aos pastores de Belém. Os grupos de pastorinhas geralmente são compostas de meninas e meninos entre 7 e 15 anos, divididos em dois grupos (chamados de cordões). Muitas vezes são só meninas. A roupa é típica. Nos diversos grupos observamos muita variedade de figurantes. Eis os mais freqüentes: anjos, a estrela, duas pastoras mestras, o velho, a fada, Diana, a florista, açucena, borboleta, galegos, São José e esposa Maria, samaritana, a cigana, a camponesa. Em várias apresentações participam caboclos. O "velho" é figura irreverente. Brinca com as pastorinhas e faz todo mundo rir. Talvez esteja representando o ano velho que se acaba, à semelhança do papai Noel. Conforme a região, a festa é representada de formas diferenciadas.

ORIGENS DA FESTA DAS PASTORINHAS

Como muitas outras manifestações populares, a Festa das Pastorinhas não tinha em suas origens, por parte das pessoas, uma preocupação com a sua documentação, o que não permite precisar com exatidão a sua origem. Há registros de que no séc. XIII já ocorriam as pastorinhas, porém, de forma bem diferente de hoje. Na época, as apresentações eram feitas dentro das próprias igrejas e não tinha grande participação popular, a própria igreja planejava e executava as apresentações permitindo, assim, que poucos privilegiados pudessem participar delas e restando ao povo apenas o papel de assistir as apresentações. Na Espanha e em Portugal, em meados dos séculos XIII ao XVI, houve um contato entre a igreja católica e o teatro, ela então passou a se utilizar dele para divulgar entre o povo as suas idéias, houve um início de popularização das festas católicas entre o povo, processo esse que permitiu cada vez mais a divulgação das pastorinhas, bem como outros costumes natalinos como o presépio. A partir desse processo a festa começou a assumir a forma que conhecemos hoje: Com grande participação do povo, que se mobiliza muito tempo antes do início da festa, enfeitando as ruas e preparando as vestes, instrumentos musicais e outros componentes; nas cidades, as apresentações ocorrem nas ruas em forma de desfile até chegar em igrejas, e em forma de procissão nas zonas rurais até chegar nas casas das pessoas para entoar cânticos e rezas junto aos presépios. No Brasil, as comemorações natalinas chegaram através dos jesuítas, porém não há referências importantes às pastorinhas na Colônia. Somente no séc. XIX é que começou haver abundância de bailes pastoris, principalmente, no Nordeste e notadamente em Pernambuco e na Bahia, a repercussão nacional, contudo, só veio no período oitocentista, época em que o pastoril viveu o seu apogeu. Um fato curioso a se notar sobre as pastoris é o de que desde o seu princípio era uma festa da elite. Somente as pessoas mais abastadas tinham acesso a cultura e eram privilegiadas pela igreja em suas celebrações, participando delas os seus filhos e parentes. Porém, pôr influência do sincretismo religioso houve apresentações separadas da igreja, feitas pelo povo onde começavam a entrar elementos estranhos à festa original, sem o controle da igreja. Essas festas mais ou menos autônomas foram duramente criticadas na época pela igreja e pessoas de camadas sociais mais elevadas. Mas, através delas, as festas pastoris se tornaram extremamente populares e se espalharam pelos bairros. Em cada região adquiria novos elementos. É difícil falar sobre esse aspecto da festa, pois o que temos documentado são apenas, e exclusivamente críticas; os jornais da época pediam intervenção da polícia em nome da moral e dos bons costumes e graças a essas festas surgiram, primeiramente no Recife, por volta de 1840, sociedades ligadas a igreja para dirigir as solenidades e evitar a fuga dos elementos essenciais da festa. Essas festas populares independentes ficaram conhecidas como festas profanas. A verdade é que ao contrário das críticas essas festas tiveram um papel primordial na divulgação das pastoris. Como não temos fontes imparciais de como ocorriam, é certo que as apresentações não eram apenas um festival de licenciosidade e imoralidade como diziam os críticos da época, mas conservava ainda vários dos seus elementos, que vieram a ser conhecidos pelo povo. Quando em decorrência das festas profanas surgem as sociedades reguladoras elas não deixam de ser influenciadas pelas profanas. Pois nas suas apresentações vários elementos novos, de forte apelo popular, são introduzidos nas apresentações. Como o teatro, a poesia, a escrita, novas músicas, etc. Tornando a festa em um grande ciclo cultural. Sendo assim, as pastoris se difundiram mais ainda com as chamadas festas profanas.

A FESTA DAS PASTORINHAS HOJE

Hoje difundida, a Festa das Pastorinhas juntamente com outras manifestações da cultura e religiosidade popular, tem tido destaque em estudos e trabalhos pôr instituições interessadas em promover e resgatar a nossa cultura. Essas mesmas entidades, juntamente com as secretarias de cultura têm contribuído para a preservação da festa. Além disso, a igreja católica tem o seu trabalho de promoção junto aos grupos tradicionais (em sua maioria dirigidos por pessoas muito religiosas), que aproveitando-se do incentivo tem ampliado a apresentação e expansão da festa. Outro elemento importante para a preservação das pastoris é a participação popular. O povo, com grande interesse e alegria acompanha as pastorinhas, canta com elas e reza junto delas diante dos presépios, onde se tem a representação da visita dos pastores ao menino Deus. Além disso, durante toda a trajetória, o povo se envolve de forma a enriquecer a festa, desde os preparativos (as mães que costuram e criam roupas, as ruas que são enfeitadas, os instrumentos musicais são preparados etc), até as chegadas diante dos presépios (com atitude reverente, muitos até se emocionam); de forma que a participação popular se tornou elemento essencial para toda a realização da festa, ao contrário do que ocorria no princípio das pastoris. Apesar disso, devido às transformações da sociedade brasileira, vemos uma certa diminuição dessa tradição, fato esse que tem sido, em parte, reparado pelos incentivos a nossa cultura. Também não se deve deixar de mencionar que os costumes regionais também são valorizados pelas pastoris, já que em cada região as formas de apresentação têm algumas variações de acordo com a tradição e cultura regional. Veremos abaixo alguns exemplos dessas variações.

AS VÁRIAS REPRESENTAÇÕES DA FESTA DAS PASTORINHAS

Hoje, a festa é representada de várias formas, em todos os estados do Brasil ocorrem as comemorações pastoris. A seguir, veremos as diferenças, características e semelhanças entre algumas dessas representações... Em Bom Jesus da Lapa (BA, 1998), registramos a recordação de Darcy Xavier de Moura: Já participei dos bailes pastoris. Nossos vestidos eram de organdi ou cassa-cristal, na cabeça uma coroa de flores, rosas pequenas e na mão um pandeirinho. A marcha de rua:

Vamos florizinhas de Belém/ hinos festivos entoando/ aos santos reis que nos vem/ doce alegria recordando.// Cantai, cantai, florzinha/ brincar, brincar, folgar/ contente alegrezinhas/ saltai, saltai, saltai.// O céu azul, a natureza/ cantando vai hinos também/ somos romeiras e pastores/ sem receio e desdém.

Entrada na residência:

Queira abrir a vossa porta/ e também vosso coração/ que nós queremos dançar/ dentro do vosso salão.// Não penseis que nós queremos/ comer, nem também beber./ Nós só queremos dançar/ até o quase amanhecer.

No meio da sala, o jasmim canta:

Sou o jasmim brilhante/ branco cor da neve/ pra sentir o meu olor/ é só tocar de leve.// Venha toda gente/ entrando no jardim/ Escolhe uma das flores/ a mais bela é o jasmim.// Belo como sou/ adoro sem igual/ apesar de flor, eu canto/ louvores ao Natal.// O canto do girassol: Silêncio pastoras que aqui está/ o girassol para cantar/ ao poderoso, seu Criador./ Tragam as flores, culto de amor,/ culto de amor, amor.// Justo é que a natureza/ hoje se enche de prazer/ e que as flores todas venham/ de amor um culto vos render.// O girassol constante flor/ ama e adora seu criador/ e todo humilde vai nesse instante/ beijar as plantas do Deus/ já infante do Deus/ já infante amante.

Este baile pastoril existe até hoje. Segundo Antônio Barbosa2,

na primeira representação do baile (em Bom Jesus da Lapa, BA) foram encenados: o baile das ‘quatro partes do mundo’, ‘o caçador’, ‘as lavadeiras’, ‘a aguardente’, ‘os inocentes’, ‘o triunfo do amor’, ‘o filho pródigo’, ‘serrana’, ‘o meirinho’, ‘a tentação’.

No livro “Bailes Pastoris da Bahia”3 encontramos: baile do Príncipe, baile dos Reis, baile do Merino, baile do Pagodista, baile do Polifemo, baile das Flores, baile do Meirinho, baile do Filho Pródigo, baile da Cachaça, baile do Despotismo, baile do Caçador, baile da Desvelada, baile das Quatro Partes do Mundo, baile da Caridade, baile da Diana, baile da Borboleta, baile do Cordão Azul e Encarnado. Em vários textos cantados encontramos influências dos marujos e das cheganças. No Piauí, o grupo das pastorinhas, entre 23 de dezembro e 6 de janeiro. As ciganas lêem as mãos das pessoas, as princesas vendem fitas azuis ou encarnadas e as floristas vendem flores. Em vários bairros de Recife (PE), o pastoril iniciava-se com o pedido de licença dirigido a São José: Meu São José, dai-me licença,/ para no presépio entrar. Viemos para adorar,/ Jesus nasceu para nos salvar.// É do meu gosto é da minha opnião,/ de amar ao encarnado com prazer no coração./ Hei de amar ao encarnado,/ com prazer no coração./Meu São José, dai-me licença.../ É do meu gosto é da minha opnião,/ de amar ao azul com prazer no coração/ Hei de amar ao Azul com prazer no coração./... É do meu gosto é da minha opnião de amar aos dois cordões com prazer no coração/ Hei de amar aos dois cordões com prazer no coração./ 4.Seus figurantes: Diana, Mestra (Encarnado), Contramestra (Azul),Estrela, Anjo, Pastor, Velho (profano), Borboleta, Camponesa, Cigana.

Em Pernambuco, encontramos em Água Fria, os grupos “estrela brilhante” e “lindas ciganas”; em Jordão, “aurora da redenção”; em Ibura, “campinas alegres”;na Mangueira, "Nossa Shª da Conceição", Recife, os pastoris do Velho Mangaba, do Velho Chaveco, do Velho Barroso, do Velho Futrica; em Igarassu, do Velho Gerôncio; em Itapissuma, do Velho Consolo; em Goiana, do Velho Faceta. No estado de Alagoas, o pastoril é chamado lapinha ou pastorinhas. A apresentação é feita por pastorinhas e o velho. Em suas jornadas há cantos, danças e declamações. O pastoril poderá visitar as casas para cantar a Boa Noite e a Despedida. A mestra, a contramestra, Diana e as pastorinhas dançam e cantam em dois cordões azul e encarnado. Os trajes típicos incluem faixa, avental e chapéu de palhinha. Os cantos são acompanhados por instrumentos de sopro e percussão, enquanto as pastorinhas manejam pandeirinhos enfeitados de fitas. O velho acaba sendo o responsável pela transformação do pastoril religioso num folguedo alegre e até irreverente. No pastoril “Estrela do Norte”, de São Gonçalo do Amarante (RN), o velho chama-se Faísca. No Ceará participam: mestra e contramestra; Diana, a camponesa; belo anjo; o velho; o cão; pastoras e ciganas. É um festivo teatro popular com cantos cheios de ternura, em louvor do Deus menino. Em Sergipe, mestra e contramestra puxam os cordões encarnado e azul. Outras figuras são Diana, a cigana, o anjo, o velho, a Estrela do Norte e o cruzeiro-do-sul. O grupo é acompanhado por um conjunto de sopro e percussão. No Maranhão, é chamado pastoral. Alguns grupos de pastoras usam castanholas. Também podemos encontrar três reis magos entre os figurantes. Saem depois da missa do galo. No Pará, apresentam-se: a estrela, a lua, o anjo anunciante, a pastora guia, pastor guia, pastora perdida, pastora da montanha, cigana rica, cigana pobre, casal de galegos, a espanhola e uma dúzia de pastorinhas. No final do pastoril, pastoras e ciganas realizam o animado leilão das flores. Um verso registrado no Pará: Disse-me o anjo anunciante/ que quando nasceu Jesus/ trazia nos lábios um sorriso/ e uns meigos olhos azuis.5 Há pastoril em Pirenópolis (GO), com mestra, contramestra, Diana, ciganas. Moças da elite local participam da revista das pastorinhas, na festa do Divino. Segundo Waldemar Valente, em Pernambuco, no passado, “a presença dos cordões deu origem à formação de partidos. A rivalidade tomava forma, às vezes violenta. Não poucas vezes terminavam os pastoris do Recife (PE) em confusão com bordoadas, senão em facadas e tiro”6. Também temos notícias de pancadarias acontecidas antigamente em encontros de folias. Em São José dos Campos (SP), há alguns anos saíam grupos de 8 a 10 meninas pastorinhas, assim vestidas: saia rodada e franzida feita de chitão e de cores variadas, blusa branca de manga (com elástico) até a dobra do braço, colete preto acetinado, lenço de cabeça (pequeno e em formato de triângulo) e, amarrado na cintura, uma fita com uma bolsinha para colocar o dinheiro ofertado. Visitavam as casas onde havia presépio. Andavam sob o comando do senhor José Anastácio de Souza e com a aprovação do pároco. O dinheiro arrecadado era para a construção da igreja de São Judas Tadeu. (Inf.: Sátira Júlia de Souza de Carvalho, 1997). Realengo (RJ), participa uma fada. Dona Honorina Algarves Coutinho canta com as meninas do pastoril de Maracanã: “Que rua tão comprida/ que caminho tão deserto/ Atravessamos as montanhas/ para ver o Deus de perto.// Vamos minhas companheiras/ que já está ficando tarde/ Vamos ver se alcançamos/ alguma felicidade”. (São Luiz/MA, 1972). Em Pirenópolis (GO), tem pastorinhas cantando na festa do Divino. Em Fortaleza (CE), Gustavo Barroso anota um canto das pastorinhas a bailar:

Enquanto o menino dorme/ e o boi arranja as palhinhas/ vamos à beira do rio/ lavar suas camizinhas.// Paninhos estão lavados,/ camizinhas de Jesus./ Que eles nos queiram lavar/ na fonte dos pés da cruz.// Lá na fonte ao pé da cruz,/ lavai os nossos pecados,/ assim como de Madalena/ lavou os seus perdoados.// Alevantai-vos, pastoras,/ que o cantar é demasia,/ vamos pagar a promessa/ ao verdadeiro Messias!7

Também há pastorinhas em Crato (CE) e em Aracati (CE). Pastorinhas em Pacoval (PA). Há três gerações, a família de Maria da Cruz Assis faz a pastorinha de 24 de dezembro a 6 de janeiro. Todos são adultos e negros. O grupo não se apresenta em palco, mas sai na rua e visita as casas que armam presépio. Componentes: 2 anjos, a estrela, pastora mestra, pastora perdida, Saluia Luciana, florista, galegos, São José e sua esposa Maria, borboleta, samaritana, moça formosa, 2 ciganas, camponesa. Mencionamos bailados inteiros e fragmentos: (chegada) Chegamos enfim/ a Belém sagrada/ sem nenhum perigo/ à nossa jornada// Já Ele está no presépio/ que de longe louvamos/ pastoras alegres/ nesta nós entramos.// (chegada) Uma Virgem Santa/ hoje deu a luz/ afeto sagrado/ ao menino Jesus.// Cadê nossa festa/ eu não vejo ninguém/ adorar o menino em Jerusalém.// Vamos para os montes/ para os vales também/ vamos brincar com a glória/ que estamos em Belém.// Nós agradecemos/ o afeto/ do marambiré/ que veio nos cumprimentar.// (de uma casa para outra) Partamos adeus, adeus,/ que já vem rompendo o dia./ Adeus a luz do céu/ adeus filhas de Maria.// (de uma casa a outra) Nesta noite venturosa/ de prazer e alegria/ pastoras se despedem/ de Jesus e de Maria.// Cantai pastorinhas com muita alegria/ vamos dar as despedidas/ a Deus, filho de Maria.// (na casa) Embalem, embalem, minhas pastorinhas/ embalem com toda alegria/ em Belém que já Ele nasceu/ Filho da Virgem Maria.// A procura das pastoras/ que foram todas/ foram todas se esconder.// (fala:) Entrai-vos, apresentai-vos/ entrai e a Ele adorai.// - (a florista) Sou a florista/ de arraial, formosa/ se todos cantam/ eu também vou cantar.// Trago a cesta/ as flores orvalhadas/ eu trago na cesta das mais perfumadas.// (resposta do cordão) Que cheiro tem a flor/ que deu a pastorinha/ foi colhida na campina/ bela flor/ bela florzina.// (florista) O que tens, belo pastor/ foi colhido para vos dar/ Rosa e cravo, camélias/ para o menino ofertar.// (pastorinha) Eu sou a pastorinha/ a pastorinha mimosa/ que tenho encanto/ encanto da linda rosa.// Minhas amiguinhas/ vieram aqui para adorar/ vieram com alegria/ para festejar o Natal.// (fala) Eu sou a pastorinha mimosa/ que no prado fui colher/ essas florinhas mimosas/ para vos oferecer.// (borboleta) Eu sou a borboleta/ que venho anunciar/ andando de flor em flor/ a procura do Senhor.// Vamos companheiros/ que já nasceu/ para Belém,/ para Belém/ para Belém/ Jesus, nosso bem.// (pastora perdida) Eu sou a pastora perdida/ perdida delas estou/ chamei, tornei a chamar/ nenhuma me respondeu.// (fala) Perdida sem mais ninguém/ nesta soberba floresta/ à procura das minhas pastoras/ que foram todas se esconder.// (canta) Nesta soberba floresta/ minha alma consolo tem/ de ver o Natal em festa/ eu me perdi na viagem/ no caminho de Belém.// (camponesa) Eu sou a camponesa/ filha da solidão/ venho com alegria/ fazer a saudação.// (fala) Eu sou a camponesa/ que venho adorar/ o Menino quando nasceu/ foi para nos salvar.// (samaritana, com dança) Samaritana foi encher água/ no caminho de Belém/ Samaritana foi encher água/ não demora, ela já vem./ Samaritana vamos embora/ que a madrugada já vem.// Ó que dia feliz/ esta vida que não me engana/ fiquem todos sabendo/ que eu sou a samaritana.// (Saluia) Eu sou a Saluia/ que todos desejam ver/ fui no campo colher flores/ sou a alegre Saluia.// (fala) Eu sou Saluia Luciana/ que fui colher flores na praia/ para adorar o Deus Menino/ que nasceu entre as palhas.// (pastor) Querido veadinho/ correndo de um caçador/ desde que eu não vejo a aurora/ que eu não busco o salvador/ lá no deserto tudo floresceu/ tudo isto foi certo/ porque um Deus nasceu.// Sou pastor dos mais pobres/ vivo no campo a lutar./ Venho nobre dos mais nobres/ humildemente lhe saudar.// (esposa) Grande nova venho dar aqui/ do Messias que já nasceu/ uma noite tão bonita/ nascimento do Messias.// (todos ajoelhados cantam) Entrou a esposa,/ vou fazer adoração/ do Messias que já nasceu/ Filho da Virgem Maria.// Hoje é noite de festa/ noite de muita alegria/ vamos adorar o Messias/ filho da Virgem Maria.// (estrela) Sou a estrela/ resplandecente/ venho dar a grande nova/ que nasceu o onipotente.// A vinte cinco de março/ quando a anjo anunciou/ nascimento do Messias/ a verdade se espalhou.// (fala) Sou a estrela pura/ resplandecente/ que do céu venho adorar/ o menino Jesus quando nasceu/ foi para nos salvar.// (anjo) Glória, glória, glória in excelsis Deo/ Bonne voluntatis, glória in excelsis Deo./ Acordai, belo pastor,/ vá com pressa a Belém// Que há de Deus Menino/ que há de Deus amor/ até para o ano/ se nós viva for.// (bailados) Batem as asas, canta o galo/ dizendo Cristo nasceu/ os anjos cantam glória/ glória seja ao nosso messias.// Vamos ó gentis pastoras/ vamos todas com amor/ adorar o Deus Menino/ Jesus, nosso Salvador.// Estrela d'alva/ vamos a Belém/ adorar o Deus Menino/ que salvar o mundo vem.// (pastora mestra) Chegamos enfim/ a Belém sagrada/ sem nenhum perigo/ à nossa jornada.// Já Ele está no presépio/ que de longe louvamos/ pastores alegres/ nesta nós entramos.// (anjo) Eu sou anjo do céu/ que vim anunciar/ anunciar Deus menino/ hoje é noite de Natal.// (Casal de Galegos) (Maria) Ó Manueles, aceita o Messias, então Salvador. (Manueles) Meu menino Jesus/ não tenho nada a ofertar/ oferto minha mulher/ que não sabe trabalhar.// (cordão) Na chegada dos galegos/ nesta terra do além/ adoramos Deus Menino/ que salvar o mundo vem.// (galegos) Somos filhos dos galegos/ da nossa terra natal/ onde se bebe bons vinhos/ é lá em Portugal.// Lá também tem os bons vinhos/ as boas castanhas/ as cebolas e as batatas/ e mais outras coisinhas.// (Manueles) Maria minha Maria/ Eu te peço noite e dia/ vamos adorar Deus Menino/ Filho da Virgem Maria.// (Maria) Manueles, meu Manueles/ eu te peço noite e dia/ que não sejas infieles/ a tua pobre Maria.// (Manueles) Maria, minha Maria/ eu te peço noite e dia/ vamos adorar Deus Menino/ Filho da Virgem Maria.// (ela) Manueles, meu Manueles/ dono do meu coração/ as horas que não te vejo/ me dá toda tentação.// (ele) Maria, minha Maria,/ eu te peço noite e dia/ que não me sejas infieles/ a teu pobre Manueles.// (bailando) Vira que vira/ deixa de virar/ vamos embora/ para Portugal.// (cordão) Lá vem a cigana/ não deixe ela entrar/ ela vem pedir esmola/ Têm, mas não se dá.// (cigana) Venho de Campina Bela/ com este grande ardor/ guiada pela linda estrela/ em busca do salvador.// (fala) Pastor porque não me mandaste chamar para tuas pastoras acompanhar? (pastor) Ó cigana, sois tão cruel. As pobrezinhas andaram tanto e não te encontraram. (cigana) O Messias já nasceu? (pastor) Sobe aquela montanha,/ desce naquele lugar;/ que dentro de uma manjedoura,/ o Messias hás de encontrar.// (cordão) Lá vem a cigana/ não deixe ela entrar/ ela vem pedir esmola/ Têm, mas não se dá.// (cigana) Dá-me uma esmola/ pelo amor de Deus/ para a pobre cigana/ que hoje ainda não comeu.// (cordão e todos) Lá vem a ciganinha/ que vem de Belém/ ela vem pedir esmola/ Têm, mas não se dá.// (cigana) Eu sou ciganinha/ que vim de Belém/ Quem é de dentro, dentro/ quem é de fora, fora.// Quem não tem dinheiro/ puxe-se e vá embora.// A florista entrega as flores ao anjo que as oferece ao menino Jesus. A cigana não cobra nada do anjo, porque as flores são para Jesus. Mas, a partir da estrela, a cigana faz a cobrança. v. Leilão. (cordão) Boa noite, meus senhores todos/ e senhoras deste lugar/ Adeus, a linda lapinha,/ hoje vimos cumprimentar.// Senhora fulana/ queira aceitar/ um boquê de flores/ que a florista dá.// (queimação das palhinhas, no dia seis de janeiro) Vamos queimar as palhinhas/ do presépio do Senhor/ Adorar o Deus menino/ adorar o Deus de amor. Pastorinhas no Rio de Janeiro. O jesuíta Fernão Cardim (±1540-1625) dá notícia de um auto “pastoril” no Rio de Janeiro (RJ)8. Tradicionais ranchos, cordões e ternos de Natal estão à raiz de algumas escolas de Samba do carnaval carioca. No Rio, dos anos 1964-965, a prof. Dulce Martins Lamas estudou as Pastorinhas do Egito, grupo dirigido desde 1952 pelo Sr. José Coelho, no Morro de São Carlos. O canto inicial é: Nós viemos do Egito/ e vamos para Belém// (2x) E a cantar saudamos/ e com prazer louvamos/ a Santa Virgem/ e a São José também.// Aqui estamos reunidos/ a cantar com devoção/ humilhado em vossos pés/ e com ardente amor no coração.// E ao Divino Espírito Santo louvar,/ teve piedade mandou/ este anjo redentor/ para a salvação da humanidade.// O anjo anunciante, o anjo da guia, a Diana, o caçador, a cabocla (v. Caboclos no presépio), a Divina Luz, a samaritana, a florista, a estrela d’alva, a rutilante estrela, todos cantam sua parte. Depois, a turma toda apresenta a marcha: Marchemos, pastorinhas,/ que a linda estrela no céu reluz,/ anunciando que no Egito/ entre palhinhas nasceu Jesus.// Saudamos com alegria,/cantando hinos de contentamento/ louvando a José e Maria/ e a Jesus também.// E viemos companheiras/ por esses campos além/ adorar a Deus menino/ que nasceu para o nosso bem.// E a linda estrela/ com sua luz prateada/ pelo espaço cantarão os anjos/ para ofertar a Jesus um hino da alvorada.// Em seguida, começa o Auto da Libertina com a participação do velho, da Libertina, do anjo Gabriel e de satanás. Depois da entrada do velho, satanás diz: Maldito velho, entrastes pelos caminhos errados. Os meus poderes são fortes. Vou fazer com que a Libertina apareça. Oh! formosa Libertina, ordeno-te que venhas aqui. Não demores eu te peço, pois breve iremos partir. Libertina canta: Eu vou cantar as minhas mágoas/ Assim como a minha sina ordena/ O meu passado era infeliz/ e o meu presente faz pena.// Satanás canta: Oh Libertina, gentil menina,/ Responde agora se é verdade./ Se tu me deres uma só palavra,/ eu te darei a felicidade.// Não tenhas medo, não temas tanto/ responde agora sem aflição/ do meu palácio serás rainha,/ se tu me deres teu coração.// Libertina responde: Meu coração não te dou/ nem posso olhar pra você/ rainha do teu palácio/ isso não preciso ser.// Teu tesouro para mim/ não resta a menor saudade/ Eu implorando a Jesus/ terei a felicidade// Satanás fala: Libertina, já que não queres ser minha por bem, serás por mal. Libertina canta: Jesus escuta, te peço chorando,/ vou implorando a minha salvação,/ tirai-me agora desta agonia/ mandai-me um anjo em minha proteção.// Satanás diz: Libertina, é escusado implorar, pois serás sempre minha! O anjo Gabriel fala: Não, Libertina pertence e pertencerá sempre a Deus! Satanás responde: Oh maldição! Hei de me vingar! Libertina canta: Oh anjo da minha guarda,/ tirai-me de tão grande aflição,/ guiai-me pelos caminhos da verdade/ e salvai meu coração!// Anjo Gabriel falando: Satanás jurou vingar-se. Vou esperar. Satanás entra: Vencido, humilhado, escarnecido, eu, arcanjo favorito, ultrajado, repelido, retirado a este abismo. Só me posso reabilitar contra a vingança, quem ousará impedir minhas pesadas e futuras vitórias, quem! Anjo entrando: Eu! Satanás: O que queres de mim? Anjo: Que ao erro ponhas fim! Satanás: Eu não quero escutar os argumentos teus. Anjo: A fronte vais curvar a vontade de Deus, e do céu onde fugiste, somente o bem impera, a voz do amor sincero, do céu onde partiste. Satanás: Este amor em quimera e que se desfaz ao vento. Eu, outras leis mais altas, sigo neste momento, vassalo não serei, podendo ser um rei. Anjo: Ah! louco o que tu és, humilhado aos meus pés serás, e a tua ingratidão terás eternamente do céu, a maldição. Satanás: Eu não temo o teu castigo, porque na sombra me abrigo! Anjo: O olhar de Deus procuras e mal na noite escura! Satanás: Gabriel, não estás satisfeito com a minha situação? Anjo: Não, quero colocar na tua frente o emblema do perdão. Quero fazer nascer no teu espírito o arrependimento que salva e a liberdade que a santifica. Satanás batendo com o tridente: Ah! Ah! Ah! Ah! Liberdade, palavras sublimes, cânticos de amores, que outros desconhecem, o fruto da igualdade e fraternidade. Anjo: Revertendo ao sentimento de fé, anjo rebelde, orgulhoso, perdeste, iluminado na crença de um Deus de caridade. Retira-te, maldito, que este paraíso não te pertence! Satanás: Retirar, isto nunca! Anjo expulsando satanás: Eu Gabriel e tu, maldito satanás, então morrerás! Satanás (com ironia): Eu voltarei! Todos cantam: Satanás morreu/, seu reino acabou,/ sobre o espírito do mal,/ a justiça divina sempre triunfou.// Foi expulso do céu/ pela eternidade,/ um viva Jesus, aquele ente/ cheio de bondade.// Viva Jesus, Viva Jesus,/ o nosso salvador, o nosso salvador,/ que no céu derramou,/ sua luz sobre o mal, Libertina salvou.// Termina com a marcha da despedida. A professora Dulce acrescenta: “Nestas Pastorinhas do Egito é ainda interessante observar a sobrevivência de duas modalidades principais do teatro da Idade Média, ou seja, o Mistério e a Moralidade. Do Mistério a motivação narrativa, isto é, a dramatização do Nascimento de Cristo. Da Moralidade a luta entre o espírito das trevas (satanás) e o espírito da luz (anjo)”. (apud LAMAS, 1978: 37-66). No Rio de Janeiro, além da mestra que organiza o grupo, encontramos umas 50 personagens. Exemplos: contramestra, pastoras e pastores, anjo, estrela d’alva, estrela-guia, jardineira, borboleta, baiana, mademoiselle, sereia, peixeira, cigana, malmequer e o velho. Cantam nas ruas e visitam as casas. As apresentações poderão terminar com a queima da lapinha. A maioria dos grupos de pastorinhas canta sem o acompanhamento de instrumentos musicais, mas outras apresentam-se com uma banda de música. Em Serro (MG), fazem parte do cordão vermelho: mestra, açucena, borboleta, cigana, amor perfeito, caboclo, marujo, jardineira, violeta, velho, um pastor, camponesa, anjo. Do cordão azul: contramestra, rosa branca, manhosa, rei Herodes, estrela dalva, saudade roxa, saloia, rosa vermelha, soldado, três reis, dois pastores, anjo. Alguns versos registrados em Minas Gerais e que se tornaram populares: As pastorinhas do deserto/ vamos todas a Belém/ adorar o Deus Menino/ que a Virgem Maria tem.// Vamos todas para Belém/ mais de noite do que de dia/ Caminhando vai José/ Caminhando vai Maria.// (lnf.: Maria do Carmo Ferreira. 13.07.1976 – Felizlândia/MG). Caminhemos, caminhemos/ vamos todos a Belém/ visitar o Deus Menino/ que nasceu pro nosso bem.// - Marchamos pra Belém/ com prazer e alegria/ para ver o Deus Menino/ filho da virgem Maria.// - Entraremos, entraremos,/ nesta casa de alegria/ onde mora Jesus Cristo/ filho da Virgem Maria.// Aparecem a florista, a borboleta e a cigana. Eu sou a cigana garbosa/ que vim dos montes além./ Vim visitar Deus Menino,/ hoje nascido em Belém.// (MG) Mais versos registrados em Almenara (MG): Corre pastorinhas/ corre bem ligeiro/ vem trazer os mistérios/ que é de Deus verdadeiro.// Entre noite de Natal/ ninguém dorme em colchão/ Que nasceu o Menino Deus/ entre as palhinhas do chão.// O que Deus me dá eu trago/ trago na minha mão fechada/ Que o pouquinho com Deus é muito/ e o muito sem Deus é nada.// (Inf.: Osdete Rainha da Costa. Almenara/MG, 24/9/1998). Pastorinhas em Pirapora (MG, 1975) cantam: Bate asa e canta o galo/ dizendo: Cristo nasceu!/ Os anjos nas alturas/ Glória no céu se deu.// Vinte e cinco de dezembro/ meia-noite deu sinal/ que nasceu Jesus em palha./ Hoje é noite de Natal.// Quem tiver de dar esmola/ vem depressa e venha dar/ que as noites são pequenas/ temos muito que andar.// Eu joguei com Deus menino/ na mesa da comunhão./ Deus ganhou a minha alma/ e eu ganhei a salvação. Pastorinhos. A folia dos santos reis em Itabirito (MG) é acompanhada por um grupo de pastorinhos. Eles cantam, em português corretíssimo: Vinde, vinde, ó pastores/ adorar o Deus menino/ que só para o nosso bem/ quis fazer-se pequenino.// Glória a Deus nos altos céus/ cantam os anjos em harmonia/ e na terra paz aos homens/ cantaremos com alegria.// É nascido o Rei do mundo/ a quem hoje vimos louvar/ na manjedoura nascido/ teus pezinhos vamos beijar.// Vem nos dar paz e alegria/ e também consolação/ prometendo o céu aberto/ a todos os filhos de Adão. Em algumas cidades, encontramos grupos de pastorinhas formadas por pessoas da terceira idade. Na comunidade Virgem dos Pobres, do bairro Jardim Laguna, em Contagem (MG), surgiu um grupo por iniciativa de uma senhora de 87 anos. Nele, mulheres pastorinhas e homens reis magos cantam: Pastorinhas, venham ver/ o que foi que aconteceu/ Na Lapinha de Belém/ o menino Deus nasceu.// (refr.:) Viemos adorar/ viemos adorar/ nós viemos de tão longe/ para o menino adorar.// Da palma nasceu a vara/ da vara nasceu a flor/ e da flor nasceu Maria/ de Maria o Salvador.// Os três reis quando souberam/ que era nascido o menino/ amontaram seus camelos/ e viajaram noite e dia.// (refr.:) Borboleta verde canta/ saia fora do arrozal/ venha ver como é bonita/ esta noite de Natal.// Enquanto de dois em dois vão adorando, cantam: Glória cantemos/ a Jesus que nasceu/ cantemos e louvemos/ ao Menino Deus.// (Inf.: Mª. da Conceição de Jesus, dez/2002). No Norte de Minas, vários grupos se formam com mais ou menos vinte crianças, de 6 a 12 anos, vestidas de pastores. Algumas cidades têm destaque como Januária, devido à tradição. Em Montes Claros, o grupo chefiado por Pedro Mendonça é o mais antigo, todos os anos apresenta novas canções e danças compostas por ele. As três músicas mais comuns na região são: (Coro) Viemos adorar/ Viemos adorar!.../ Viemos de tão longe para o menino adorar.// Nós somos as camponesas/ As camponesas flores/ Viemos todas contentes/ Adorar o Salvador// (refr.:) Do varão nasceu a vara/ Da vara nasceu a luz/ Da luz nasceu Maria/ De Maria o bom Jesus.// Do varão nasceu a vara/ Da vara nasceu a flor/ Da flor nasceu Maria./ De Maria o Salvador.// Viemos de tão longe/ A cidade de Belém/ Visitar o Deus Menino/ Que Nossa Senhora tem. A letra de outra música é: Vinde ver, vide ver as maravilhas/ Que no céu, que no céu vos afigura/ Os anjos cantam a glória/ Oh! Oh! Maria Virgem pura!/ Vinde abrir as vossas portas/ Se quereis ouvir cantar/ Acordai quem está dormindo/ Que viemos, que viemos festejar/ Os três reis quando souberam/ Que era nascido o Messias/ Montaram em seus camelos/ Com prazer, com prazer e alegria// Se quiser nos dar esmola/ Já podeis mandar nos dar/ Porque as noites passam ligeiras/ Ainda temos, ainda temos que andar// Deus lhe pague a esmola/ Deus lhe dê muito que dar/ Como é de coração/ Boa noite, boa noite queiram passar. A letra da última música é: Pastoras vamos embora/ Que a madrugada já vêm/ A procura das nossas cabanas/ Que lá não ficou ninguém// Alegre viemos/ Contentes voltamos/ De um Deus-Menino/ Saudades levamos// Adeus meu menino/ Nascido em Belém/ Adeus nosso Amor/ Adeus nosso Bem.

CONCLUSÃO

Como vimos, a Festa das Pastorinhas alcançou grande tradição no Brasil nas últimas décadas. Porém com as transformações sociais e econômicas ocorridas nos últimos anos, vemos a cultura do brasileiro em mudança. E hoje, os grupos pastoris estão em acentuado declínio. Além disso, há influência do próprio modo de pensar da sociedade atual sobre a festa alterando-a ainda que minimamente, em alguns aspectos. Expressões como mestra e contra-mestra, por exemplo, não existiam no vocabulário da festa. Cabe notar, também, um elemento curioso sobre a evolução da festa: antes a rivalidade entre grupos era motivo até de conflitos entre eles; depois com o tempo, as rivalidades foram diminuindo e o repertório musical aumentou junto com as vestimentas. Houve a expansão pelo Brasil e as pastoris se transformaram em um grande instrumento da representação da criatividade popular, e até em instrumento de união do povo formando ao redor das pastorinhas um grande círculo de cultura e folclore. Lembrando, ainda, que as pastorinhas fazem parte do chamado ciclo de festas natalinas que é composto, além das pastorinhas, pela folia-de-reis e pelo boi-bumbá. Faz-se, portanto, necessário um ato de revivescência da cultura e dos costumes dos nossos antepassados (mesmo os que não são tão distantes de nós). Cultura essa que é, afinal, o que nos define e nos dá a entender quem somos.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Mário de Morais. Danças dramáticas do Brasil. 2. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1982.

ANDRADE, Xavier de et al. Aspectos do folclore de Pernambuco. 2. ed. Recife: CEPE, 1975.

BENJAMIN, Roberto da Câmara. Folguedos e danças de Pernambuco. 2. ed. Recife: Fundação de Cultura/Cidade do Recife, 1989.

BORBA FILHO, Hermilo. Apresentação do Bumba-Meu-Boi. Cadernos Guararapes, n. 5.

_____________________ . Espetáculos populares do Nordeste. Rio de Janeiro: Buriti, 1966.

MAIOR, Mário Souto. Painel folclórico do Nordeste. Recife: Universitária, 1981.

PAULA, Hermes de. Montes Claros: sua história, sua gente, seus costumes. 2. ed. Montes Claros: (s.n.), 1979.

VALENTE, Waldemar. Pastoril. Recife: Centro de Estudos Folclóricos/ Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, 1976.

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