Fortaleza de São João Baptista
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A Fortaleza de São João Baptista, também conhecida como Fortaleza do Monte Brasil ou Fortaleza de São Filipe, localiza-se na cidade e Concelho de Angra do Heroísmo, ao Sul da Ilha Terceira, na Região Autônoma dos Açores.
Em posição dominante sobre o promontório do Monte Brasil, cratera vulcânica que domina o lado ocidental da baía, trata-se de um conjunto de fortificações luso-espanholas. Devido ao porte das suas defesas, é considerada, por diversos autores, como a mais importante fortificação espanhola no Oceano Atlântico e, juntamente com a Fortaleza da Aguada, em Goa, uma das mais vastas fortificações portuguesas remanescentes na atualidade.
A defesa da Ilha Terceira conheceu o seu período de maior atividade entre os anos de 1560 e 1582, quando se procedeu ao fechamento da baía de Angra com uma extensa muralha. Nesse período, o arquiteto e engenheiro militar Tomás Benedito elaborou um plano de defesa global da Ilha Terceira, compreendendo o Forte de São Sebastião (o Castelinho), no porto das Pipas; o Forte de Santo Antônio do Porto Judeu e o Forte de São Sebastião, na Ribeira Seca, plano esse concluído por Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, ascendendo a mais de cinquenta obras defensivas.
Durante a Dinastia Filipina, a baía de Angra, no centro do Arquipélago dos Açores, foi estruturada como um dos vértices do triângulo estratégico que, no Atlântico Norte, protegia as frotas de prata da Carreira das Índias espanhola. Os outros vértices se apoiavam nos complexos fortificados de Havana na ilha de Cuba, e de Cartagena das Índias, na Colômbia. Aqui, nos Açores, deveriam se reunir as embarcações das frotas que, cruzando os Atlântico Norte ou Sul, deveriam cumprir a última etapa de navegação até à península Ibérica.
O conjunto da atual fortaleza é fruto da superposição de estruturas datadas de épocas históricas distintas: a antiga Fortaleza de São João Baptista, foi remodelada a partir de 1590, com planta atribuída ao Engenheiro-mór da Espanha, o sienense Tibúrcio Spanochi, que visitara o local como integrante da Armada do Marquês de Santa Cruz (1583-1584), juntamente com o Engenheiro Girolamo Francès e o milanês Giovanni Battista Cairati, Arquiteto-Mór de Portugal no Oriente sob o reinado de Filipe I de Portugal (1580-1598), e introduz o conceito italiano da frente abaluartada. Nesta fase foi rebatizada como Fortaleza de São Filipe.
Quando da Restauração da Independência em Portugal (1640), a estrutura foi colocada sob a invocação de São Miguel, retornando mais tarde à sua invocação original, de São João Baptista.
Situada a 111,5 metros acima do nível do mar, esta fortaleza, concluida na segunda metade do século XVII, servia, na altura, de paiol da pólvora que abastecia as demais fortificações da Ilha). Posteriormente, no século XVIII nela foram estabelecidas algumas oficinas de aprendizagem, que perduraram até ao século XIX. No século XX, algumas de suas dependências foram utilizadas como prisão política pelo Estado Novo português. Em meados do século XX suas dependências foram entregues à Marinha Portuguesa, para ali instalar o Centro de Comunicações da Armada. Devido ao elevado número de antenas ali colocadas, a população local passou a designá-la, também, por "Pico Rádio". A atual estrutura é constituída por um núcleo principal, pelo lado de terra, com três baluartes e dois meio-baluartes, de onde se projeta uma muralha que envolve a península, na extensão de cerca de quatro quilômetros. Encontra-se aberto à visitação turística, diáriamente, das 9:00 às 18:00 horas.
O Centro Histórico de Angra do Heroísmo encontra-se classificado pela UNESCO como Património Mundial.
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