Marinha Portuguesa
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A Marinha Portuguesa (também designada por Marinha de Guerra Portuguesa ou Armada Portuguesa) tem por missão cooperar, de forma integrada, na defesa militar de Portugal, através da realização de operações navais.
A Marinha desempenha também missões no âmbito dos compromissos internacionais assumidos por Portugal, bem como missões de interesse público.
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[editar] História
A Marinha Portuguesa tem uma história bastante antiga, que se liga à própria história de Portugal. A primeira batalha naval da Marinha Portuguesa de que se tem conhecimento, deu-se em 1180, durante o reinado do primeiro de rei de Portugal, D. Afonso Henriques, ao largo do Cabo Espichel, quando uma esquadra portuguesa, comandada por D. Fuas Roupinho, derrotou uma esquadra muçulmana.
O rei D. Dinis é quem decide, pela primeira vez, dar uma organização permanente à Marinha Real em 1312, sendo nessa altura nomeado o primeiro Almirante do Reino, Manuel Pessanha. No reinado deste rei, é também plantado o Pinhal de Leiria, de onde há de sair a madeira para os navios dos descobrimentos.
No final do séc. XIV, dá-se início à expansão ultramarina portuguesa que se irá manter até séc. XVI. A Marinha toma aí o papel principal, primeiro explorando os oceanos e depois combatendo as potências que se opunham ao domínio português. A partir daí, a Marinha Portuguesa passa a actuar em todos os oceanos do mundo, desde o Atlântico ao Pacífico.
Com o fim da independência nacional em 1580, a frota portuguesa é utilizada por Filipe I (Filipe II de Espanha) para combater os inimigos da Espanha. Na sequência dessa atitude os mais poderosos navios portugueses são incorporados na Armada Invencível, sendo muitos destruídos com ela. A partir daí a Marinha Portuguesa entra num período de decadência de que já só vai recuperar muito depois da restauração da independência em 1640.
No séc. XVIII, a Marinha Portuguesa floresce outra vez, até atingir o seu auge por volta de 1800. É nesse período que, sob o comando do Conde do Rio Grande, a esquadra portuguesa derrota sozinha a esquadra turca no Mediterrâneo que ameaçava o sul da Europa, na Batalha do Cabo Matapão em 1717.
A partir de meados do séc. XIX, a Marinha Portuguesa torna-se essencialmente uma Marinha Colonial, sendo a sua principal função o apoio às guerras de pacificação e ocupação dos territórios coloniais africanos.
Na 1ª Guerra Mundial, a Marinha Portuguesa actua sobretudo na escolta dos comboios de tropas que se dirigem para África e para a França e apoia as operações contra os alemães no norte de Moçambique.
Durante a 2ª Guerra Mundial a Marinha Portuguesa tem como função principal a garantia da neutralidade portuguesa. Nessa função destaca-se a protecção do estratégico arquipélago dos Açores. No final dessa guerra a Marinha participa na libertação de Timor da ocupação japonesa.
Com o início da Guerra Fria e a entrada de Portugal na NATO, a Marinha Portuguesa passa a dar prioridade à ameaça submarina do Pacto de Varsóvia.
A partir de 1961 a Marinha volta a dar novamente grande atenção a África, sendo parte activa na Guerra do Ultramar. Nesse período dá-se uma enorme expansão do número de corvetas, navios de patrulha e lanchas de desembarque destinados a apoiar as operações anfíbias. Nesta guerra destaca-se também a actuação dos fuzileiros navais em operações de assalto anfíbio e de protecção de comboios fluviais.
Com o fim da Guerra do Ultramar em 1975, a Marinha Portuguesa torna-se, pela primeira vez em quase 500 anos, uma marinha estritamente europeia, voltando a ter como atenção principal a ameaça naval soviética.
Desde o final do séc. XX, com o fim da Guerra Fria, a Marinha Portuguesa passou a ter como atenção principal o apoio às operações multinacionais e o combate ao terrorismo.
[editar] Estrutura
A Marinha compreende:
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- Chefe de Estado-Maior da Armada (CEMA),
- Estado-Maior da Armada (EMA),
- Orgãos centrais de administração e direcção,
- Orgãos de conselho,
- Orgãos de implantação territorial,
- Elementos da componente operacional do sistema de forças,
- Orgãos do Sistema de Autoridade Marítima (SAM).
[editar] Chefe de Estado-Maior da Armada
O CEMA é o comandante da Marinha, sendo o principal colaborador do Ministro da Defesa Nacional e do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas em todos os assuntos respeitantes à Marinha. O CEMA é um Almirante nomeado pelo Presidente da República, sob proposta do governo.
[editar] Estado-Maior da Armada
O Estado-Maior da Armada é um orgão de apoio do CEMA para o estudo, concepção, planeamento e inspecção das actividades da Marinha. O EMA é chefiado por um Vice-Almirante denominado Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, coadjuvado por um Contra-Almirante denominado Sub-Chefe do Estado-Maior da Armada.
[editar] Orgãos Centrais de Administração e Direcção
Os orgãos centrais de administração e direcção da Marinha são os seguintes:
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- Superintendência dos Serviços do Pessoal,
- Superintendência dos Serviços do Material,
- Superintendência dos Serviços Financeiros,
- Instituto Hidrográfico,
- Direcção de Análise e Métodos de Apoio à Gestão.
[editar] Orgãos de Conselho
Os orgãos de conselho destinam-se a apoiar as decisões do CEMA em assuntos especializados e são os seguintes:
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- Conselho do Almirantado,
- Conselho Superior de Disciplina da Armada,
- Junta Médica de Revisão da Armada,
- Comissão Cultural da Marinha.
[editar] Orgãos de Implantação Territorial
Os orgãos de implantação territorial visam o apoio geral da Marinha e são os seguintes:
- Comando do Corpo de Fuzileiros;
- Comandos administrativos:
- Flotilha, da qual dependem:
- Esquadrilha de Escoltas Oceânicas,
- Esquadrilha de Navios Patrulhas,
- Esquadrilha de Draga-Minas,
- Esquadrilha de Submarinos,
- Esquadrilha de Helicópteros;
- Flotilha, da qual dependem:
- Instituto Superior Naval de Guerra;
- Unidades em terra, incluindo:
- Escola Naval,
- Base Naval de Lisboa,
- Base de Fuzileiros,
- Escola Superior de Tecnologias Navais;
- Orgãos de natureza cultural;
- Orgãos de execução de serviços, incluindo:
- Arsenal do Alfeite,
- Grupo Nº1 de Escolas da Armada,
- Grupo Nº2 de Escolas da Armada,
- Instalações Centrais de Marinha,
- Instalações Navais de Alcântara,
- Centro de Comunicações e Cifra da Armada.
[editar] Elementos da Componente Operacional do Sistema de Forças
Os elementos da componente operacional do sistema de forças são:
- Comando Naval;
- Comandos de zona marítima, subordinados ao Comando Naval:
- Comando de Zona Marítima do Norte,
- Comando de Zona Marítima do Centro,
- Comando de Zona Marítima do Sul,
- Comando de Zona Marítima dos Açores,
- Comando de Zona Marítima da Madeira;
- Forças:
- Forças navais,
- Forças de fuzileiros;
- Unidades Operacionais:
- Unidades navais,
- Unidades de fuzileiros,
- Unidades de mergulhadores.
[editar] Orgãos do Sistema de Autoridade Marítima
São orgãos do SAM:
- Direcção-Geral de Autoridade Marítima;
- Polícia Marítima.
[editar] Equipamento
As unidades navais armadas da Marinha Portuguesa recebem o prefixo "N.R.P." antes do respectivo nome, o qual significa "Navio da República Portuguesa". As unidades não armadas recebem o prefixo "U.A.M." significando "Unidade Auxiliar da Marinha".
A Marinha Portuguesa está em fase de reequipamento, devendo receber em breve novas fragatas vocacionadas para a defesa antiaérea da esquadra. Estão também a a ser construídos novos navios de patrulha oceânica e novos submarinos. Será também iniciada a construção em Portugal do futuro Navio Polivalente Logístico, vocacionado sobretudo para operações anfíbias, com capacidade para transportar um batalhão de fuzileiros, lanchas de desembarque e helicópteros de assalto.
Actualmente a Marinha Portuguesa possui as seguintes embarcações:
[editar] Unidades de Escolta Oceânica
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- Fragatas das Classes Vasco da Gama e João Belo
- Fragatas da Classe M (em aquisição)
- Corvetas das Classes João Coutinho e Baptista de Andrade;
- Fragatas das Classes Vasco da Gama e João Belo
[editar] Unidades de Patrulha
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- Navios de Patrulha Oceânica da Classe Viana do Castelo (em construção),
- Navios Patrulha Costeira da Classe Cacine,
- Lanchas de Fiscalização das Classes Albatroz, Argos, Centauro e Rio Minho;
[editar] Submarinos
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- Submarinos da Classe Albacora;
[editar] Unidades Várias
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- Navios Escola e de Instrução "Sagres", "Creoula", "Polar" e "Vega"",
- Navio Reabastecedor de Esquadra "Bérrio",
- Navios Hidrográficos da Classe D. Carlos I,
- Lanchas Hidrográficas da Classe Andrómeda,
- Navio Balizador "Schultz Xavier",
- Lancha de Desembarque Grande "Bacamarte";
- Além das unidades acima referidas a Marinha Portuguesa possui um elevado número de pequenas embarcações de patrulha, de operações anfíbias e de apoio.
[editar] Ver também
- Hierarquia naval (Portugal)
- Designações da Marinha Portuguesa
- Designações Navais da NATO
- Lista de navios de guerra portugueses
- Lista de navios da Marinha Portuguesa por número de amura
- Aviação Naval Portuguesa
[editar] Blibliografia
- Monteiro, P. (2002). Os Lynx lusos: Uma análise da actual aviação naval portuguesa. In Defesa Net [1]
- Monteiro, P. (2004). La armada portuguesa. In Fuezas Militares del Mundo nº19
- Monteiro, P. (2005). Dia da Marinha Portuguesa 2005. In Defesa Net [2]
[editar] Ligações externas
- Marinha Portuguesa, website oficial.