Francisco Barreto de Menezes
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Francisco Barreto de Menezes nasceu em 1616 no Peru, foi Mestre-de-Campo General. Morreu em Portugal em 21 de janeiro de 1688.
Nasceu à época da união das coroas ibéricas, pois seu pai era o comandante português da Praça de Callao. Valoroso militar, foi escolhido para comandar as tropas luso-brasileiras na Insurreição Pernambucana que expulsou do Nordeste os holandeses.
Chegou ao Brasil em 1647, foi preso mas logrou evadir-se. "Mestre-de-Campo-General", comandou o "Exército Libertador ou Patriota" de 25 mil homens, integrado por quatro Terços, comandados por Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Filipe Camarão, vencendo os holandeses nas memoráveis Batalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649, pelo que recebeu o título de "Restaurador de Pernambuco".
Foi Governador de Pernambuco e posteriormente, de 18 de junho de 1657 a 1663, Governador-Geral do Brasil, sucedendo ao conde de Atouguia D. Jerônimo de Ataíde.
A 6 de agosto de 1661 foi assinado o Tratado de paz entre Portugal e a Holanda pelo qual Portugal prometia uma indenização de quatro milhões de cruzados a serem pagos em 16 anos, 250 mil por ano, em dinheiro ou em açúcar, sal e tabaco), porque a Holanda «perdera» Pernambuco: este Tratado da Haia legitima a perda da maioria das colônias portuguesas no Oriente e repercutiu numa politica estatal de transformar a economia da Amazônia, estimulando cultivo de espécies asiáticas e nativas, ampliando a importação de africanos, o que só se desenvolverá sob as práticas colbertistas de Pombal. Com o problema da sucessão espanhola, mais tarde, a Inglaterra usaria a dívida portuguesa, não paga, para pressionar Lisboa, como em 1697.
O vencedor de Guararapes, na sua capacidade de Governador Geral do Brasil, recebeu a Carta Real de 4 de fevereiro de 1662 que lhe recomendava iniciar e organizar a arrecadação da contribuição brasileira anual por 16 anos de 120 mil cruzados para pagar a paz com a Holanda e de 20 mil para o dote da Infanta D. Catarina de Bragança, que casaria com o rei da Inglaterra. Tinha assim o Brasil que pagar 2 milhões 240 mil cruzados mais 320 mil cruzados. Barreto reuniu no palácio em Salvador as pessoas mais notáveis e acordaram as quotas das capitanias: a Bahia, a mais opulenta, pagaria a metade; o Rio de Janeiro pagaria 26 mil cruzados - a Câmara decidiu criar varias taxas adicionais sobre comércio, 4% sobre o açúcar, 2% sobre todas as importações, mas que nunca produziram rendas suficientes... Pernambuco, saído de guerra devastadora, Itamaracá e Parnaíba, pagariam 30 mil; São Vicente, 4 mil; Ilhéus,Porto Seguro e Espírito Santo ainda teriam que pagar. O pedido, donativo ou finta Real (não era tributo, pois as Cortes não intervinham) correria a agosto daquele mesmo ano.
Coube a Francisco Barreto de Menezes organizar uma expedição de bandeirantes paulistas para «reprimir as correrias do gentio no sertão baiano». A expedição teve no comando dois sertanistas do partido dos Camargos, Domingos Barbosa Calheiros e Fernando de Camargo. Chegou à cidade de Salvador em outubro de 1658, encetando a campanha que teve desastroso efeito. Enquanto isso em São Paulo havia recrudescido a luta entre as duas famosas famílias dos Pires e dos Camargos, e o Governador Geral, sem poder se deslocar à capitania, incumbiu da paz o ouvidor geral da Repartição do Sul, dr. Pedro de Mustre Portugal. Estando os dois partidos exaustos, este conseguiu fazer assinar a paz em 1º de janeiro de 1660.
Precedido por: Jerônimo de Ataíde |
Governador-Geral do Brasil 1657— 1663 |
Sucedido por: Vasco Mascarenhas |