Francisco do Rego Barros
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Francisco do Rego Barros, o Conde da Boa Vista, (Cabo de Santo Agostinho, 4 de fevereiro de 1802 — Recife, 4 de outubro de 1870) foi um militar e político brasileiro.
Nascido no "Engenho Trapiche", filho de Francisco do Rego Barros, coronel de milícias, e Mariana Francisca de Paula Cavalcanti de Albuquerque, casou-se com Ana Maria Cavalcanti.
Estudou com professores particulares no engenho onde nasceu e desde muito cedo interessou-se pela carreira militar, alistando-se, em 1817, com apenas quinze anos de idade, no Regimento de Artilharia do Recife.
Em 1821, já como cadete do Exército do mesmo Batalhão, participou do movimento conhecido como a Revolução de Goiana, encerrada com a Convenção do Beberibe, em outubro do mesmo ano. Preso e enviado para a fortaleza de São João da Barra, em Lisboa, Portugal, foi mantido até 1823. Posto em liberdade, viajou para Paris, bacharelando-se em Matemática pela Universidade de Paris. De volta a Pernambuco, dedicou-se à política e, com apenas 35 anos de idade, foi designado presidente da província de Pernambuco, ficando no cargo de 1837 a 1844.
Neste período, decidido a modernizar e higienizar a capital pernambucana, operou transformações materiais e culturais importantes para a Província. A vida da cidade ganhou em animação e teve um progresso até então nunca vistos. Francisco do Rego Barros mandou buscar engenheiros franceses de renome, incentivou as artes e as ciências, levando o Recife ao conceito das grandes cidades modernas da época. Foram construídas estradas ligando a capital às áreas produtoras de açúcar do interior; a ponte pênsil de Caxangá, sobre o rio Capibaribe; o Teatro de Santa Isabel; o edifício da Penitenciária Nova, depois chamada de Casa de Detenção do Recife, onde funciona hoje a Casa da Cultura; o Cemitério de Santo Amaro; o edifício da Alfândega; canais; estradas urbanas; um sistema de abastecimento de água potável para o Recife; reconstrução das pontes Santa Isabel, Maurício de Nassau e Boa Vista.
Mandou construir aterros para a expansão da cidade, sendo o mais importante deles o da Boa Vista que partia da Rua da Aurora rumo à Várzea, chamada de Rua Formosa, continuada pelo Caminho Novo que a partir de 1870 recebeu o nome de avenida Conde da Boa Vista.
Em 18 de julho de 1844, foi agraciado com o título de barão, promovido a visconde, em 2 de dezembro de 1858 e elevado a conde da Boa Vista, em 28 de agosto de 1866. Foi ainda deputado geral, senador do Império do Brasil (de 1850 a 1870) e designado presidente da província do Rio Grande do Sul (de 1865 a 1867), acumulando as funções de Comandante das Armas, estando aquela província já envolvida na Guerra do Paraguai. Retornou ao Recife no início de 1870, onde morreu no dia 4 de outubro, na sua residência, situada no número 405 da rua da Aurora.