Georgiǐ Ivanovič Gǐurdžiev
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Georgiǐ Ivanovič Gǐurdžiev (Георгий Иванович Гюрджиев) ou G.I.Gurdjieff (1866-1949), nasceu na Armênia e morreu em Paris. Ensinou o autoconhecimento profundo, através da lembrança de si, transmitindo a seus alunos, primeiro em São Petersburgo, depois em Paris, o que aprendera em suas viagens pela Rússia, Afeganistão e outros países.
Georgii Ivanovich Gurdzhiev, mestre espiritual greco-armênio, uma figura enigmática e uma força influente no panorama dos novos ensinamentos religiosos e psicológicos [
], mais como um patriarca do que como um místico Cristão, era considerado, por aqueles que o conheceram, como um incomparável “despertador” de homens. Trouxe para o Ocidente um modelo de conhecimento esotérico e deixou atrás de si uma metodologia específica para o desenvolvimento da consciência.O ensinamento de Gurdjieff foi transmitido de forma clara para o Ocidente por seu discípulo, Peter Ouspensky, a quem o Mestre permitiu que fossem tomadas notas de suas conferências em Moscou, São Petersburgo e outras cidades da Rússia. O fruto deste trabalho resultou no livro Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido - Encontro com o Milagroso, que traça de forma didática as principais lições do mestre greco-armênio, então residente na Rússia. Mesmo separado posteriormente de seu instrutor, P.D. Ouspensky jamais deixou de orientar-se pelas lições tomadas pelo Mestre, particularmente em seu próprio círculo em Londres onde desenvolvia o "trabalho". Após sofrer um grave acidente automobilístico em meados dos anos 30, Georges Gurdjieff dedicou-se a escrever seus livros, dando origem à trilogia composta por Relatos de Belzebub a seu Neto, Encontros com Homens Notáveis e O Mundo só é Real quando eu Sou.
O segundo livro foi filmado nos anos 80 por Peter Brooks - assessorado pela Sra. De Salzmann, sendo chamado, em inglês Meetings with Remarkable Men.
[editar] O conhecimento de si
A princípio, pode-se dizer que Gurdjieff pretende investigar o que chama de "fábrica humana" sob o ponto o de vista da totalidade de seus centros (o motor, o intelectual, o instintivo e o emocional), harmonizando os diversos aspectos do ser. Neste ponto, é fundamental desenvolver o "conhecimento de si", por meio da "observação de si", o que ajuda o homem a conhecer a si mesmo. Para tanto, Gurdjieff não se limita à palavra escrita, mas operava em seu "trabalho" com danças sagradas (trazidas de suas andanças pelo Oriente, em particular de seu contato com os "dervixes" de Istambul e de outros países) e a música (mais tarde, transformadas em composições com a ajuda de seu discípulo De Hartmann. O próprio Gurdjieff se auto-denominava um "instrutor de dança".
O sistema de Gurdjieff parte do pressusto de que os homens estão dormindo, são máquinas ambulantes que não sabem o que fazem. O homem "desperto", aquele que tem consciência de si, é raro. Muitos pensam que têm consciência, porém sequer imaginam do que isso se trata. Sempre que indagado sobre a reencarnação, Gurdjieff desviava a conversa para outro foco. Um aforisma que sempre repetia era de que a "alma é um luxo". Em outras palavras, temos que conquistar níveis superiores do ser através de um intenso esforço, de uma luta contínua que a partir do choque entre uma força negativa e outra positiva resultaria em algo novo. O homem dotado de consciência ou vontade é muito raro.
Gurdjieff costumava lançar mão nestas ocasiões de uma alegoria oriental: a alegoria da carruagem. Nesta representação simbólica, o cocheiro era a mente, a corruagem o corpo físico, o cavalo o sentimento. O amo, a vontade. No indivíduo comum estas partes estão dissociadas e muitas vezes o cocheiro não consegue empregar muito bem os arreios, conduzindo o cavalo. Outra representação usual de Gurdjieff era o dos diversos corpos do homem. Atingir cada nível diferenciado constituía um árduo processo de conquista (o corpo físico, o corpo astral, o corpo mental e o corpo causal). Além desses corpos, havia outros ainda mais sutis e aquele que conquistasse o topo seria infinito nos limites do universo.
Todas as possibilidades do homem, para G.(como lhe chamavam os discípulos), estavam inscritas em um símbolo trazido do Oriente: O eneagrama. O eneagrama também poderia ser expresso como oitavas da escala musical (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si) e se importância se traduz na idéia do choque, um princípio universal. Entre os tons da escala convencional há semi-tons, entre os intervalos mi-fá e si-dó que que devem ser preenchidos por "choques externos", caso contrário o ciclo não se complementaria. No caso da fábrica humana (didivida em três compartimentos, cabeça, parte intemediária (tronco) e membros, estes choques externos eram dados pelos alimentos, ou seja, o ar (tórax), o alimento (abdômem) e as impressões (cabeça/mente). Deste o mais importante eram as impressões, daí a máxima hermética: "para se fazer ouro, é preciso ouro".
O pensamento de G. englobava, antes de mais nada, uma profunda Cosmogonia que partia do "raio de criação". Este descendia do absoluto, passando pelos diversos mundos até atingir o planeta terra. À medida que avançasse, os mundos eram sujeitos a maior número de leis e maiores eram as restrições à liberdade humana. Na lua, que vem após a terra, o número de leis seria ainda maior que em nosso planeta (que conta com 48 delas). Sujeitos que somos a tão grande número de leis, somos escravos, autômatos em nosso próprio "lar" terrestre. No absoluto, por outro lado, não há leis.
[editar] Ligações externas
- The Gurdjieff teaching (em inglês)
- Gurdjieff, G. I. por Michel de Salzmann "(em Português)"