José Inácio de Abreu e Lima
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José Inácio de Abreu e Lima (Recife, 6 de abril de 1794 — Recife, 8 de março de 1869) foi um militar, político, jornalista e escritor. Mesmo sendo brasileiro de nascimento participou com destaque das guerras de independência da América espanhola. Devido a isso é conhecido com maior notoriedade como General Abreu e Lima por ter sido um dos generais de Simón Bolívar, um dos principais líderes pela libertação da América espanhola.
Abreu e Lima saiu do Brasil em 1818, após a execução de seu pai o Padre Roma (ex-sacerdote que abandonou a batina para casar-se) em 1817 devido ao envolvimento desse na Revolução Pernambucana. Naqueles tempos as Ordenações do Reino não limitavam suas punições aos réus de crime de lesa-magestade, mas impunha-as até a segunda geração. Sendo um jovem militar em início de carreira, a execução de seu pai nestas condições sepultava a sua carreira militar no Brasil.
Abreu e Lima incorporou-se ao exército de Bolívar, com a patente de capitão, e partipou das batalhas decisivas da luta de libertação da Venezuela e Colômbia. Abreu e Lima é considerado um dos heróis da independência da Venezuela e tem maior reconhecimento nesse país do que no Brasil.
Com a morte de Bolívar, e o não reconhecimento de sua patente pelo governo do General Santander que o sucedeu, abandonou a Colômbia. Esteve nos Estados Unidos, na Europa e, em seguida, retornou ao Brasil, fixando residência no Rio de Janeiro. Abreu e Lima é uma figura histórica complexa, mesmo tendo participado ativamente do movimento comandado por Bolívar (de inspiração republicana), ao voltar para o Brasil foi um firme defensor da monarquia brasileira.
Em 1844, retornou a Pernambuco. Foi preso sob a acusação de envolvimento na Revolta Praieira (1848). Em relação a este episódio existem divergências quanto a sua situação. Fontes afirmam que ele efetivamente não participou desta revolta, sendo envolvido nela devido a participação de seus irmãos, devido a isso foi depois inocentado desta acusação. Outras fontes afirma que ele esteve efetivamente envolvido, e que foi posteriormente anistiado pelo governo imperial.
Libertado, dedicou-se apenas à literatura ensaísta, defendendo idéias inspiradas no socialismo utópico francês. Publicou, entre outros, os livros "Compêndio de História do Brasil" (1843) e "O Socialismo" (1855).
Também colaborou em vários jornais pernambucanos, entre os quais Diário de Pernambuco, Diário Novo e Barca de São Pedro.
Por conta de suas idéias de liberdade religiosa e ao fato de ser maçon, o bispo Dom Francisco Cardoso Aires não autorizou o seu sepultamento no Cemitério do Recife, sendo o General Abreu e Lima sepultado no Cemitério dos Ingleses.
[editar] Ver também
- Abreu e Lima - município pernambucano batizado em sua homenagem