Luís Pinto de Mendonça Arrais
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Luís Pinto de Mendonça Arrais, 1º barão de Valongo e 1º visconde de Valongo, (Seia, 9 de Julho de 1787 — Lisboa, 30 de Junho de 1859) foi um militar e político português que, entre outras funções, foi prefeito da Província Ocidental dos Açores.
[editar] Biografia
Filho de Luís Bernardo Pinto de Mendonça Figueiredo, cavaleiro da Ordem de Cristo, e de Ana Leonor Nogueira de Abreu Abranches Homem Pessoa. O pai era desembargador da Relação do Porto e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Seia.
A família possuía a Casa das Obras, o palácio que hoje abriga a Câmara Municipal de Seia.
Era irmão de Francisco Pinto de Mendonça Arrais de Figueiredo Loureiro, o comandante da fortaleza de Almeida aquando da invasão francesa comandada por Massena e sobrinho de D. José António Pinto de Mendonça Arrais, bispo da Guarda e de Pinhel, um conhecido genealogista e orador sacro.
Frequentou em Lisboa o Colégio dos Nobres, tendo depois ingressado na Universidade de Coimbra, obtendo ali o bacharelato em Direito no ano de 1808.
Desencadeada a crise das invasões francesas, assentou praça como cadete, tendo participado em diversas batalhas da Guerra Peninsular. Serviu no Brasil, tendo regressado a Portugal com D. João VI.
Era tenente-coronel aquando da proclamação da Junta do Porto, à qual esteve associado, vendo-se obrigado a seguir o caminho do exílio, juntando-se às forças liberais acantonadas no depósito de Plymouth. Daí partiu para a Terceira, integrando as forças liberais que desembarcaram nas praias do Mindelo. Foi assim um dos bravos do Mindelo, comandando o Batalhão de Voluntários da Rainha no cerco do Porto.
A coragem e determinação que demonstrou com a sua conduta nas lutas liberais, mereceu reconhecimento, sendo agraciado com a Ordem da Torre e Espada. Terminou a guerra no posto de tenente-general.
Quando na primavera de 1833 as forças vivas da cidade de Ponta Delgada, então parte da Província dos Açores com capital em Angra, iniciaram um intenso movimento reivindicando a sua separação administrativa, não permitindo a transferência para Angra do Tribunal da Relação dos Açores nem acatando as ordens do prefeito da Província, pelo Decreto n.º 64, de 28 de Junho de 1833, foi desmembrada a Província dos Açores, sendo criadas as Províncias Oriental e Ocidental dos Açores. Neste contexto, o brigadeiro Francisco Saraiva da Costa Refóios, o muito contestado prefeito dos Açores, foi transferido, sendo Luís Pinto de Mendonça Arrais nomeado para o lugar de prefeito da Província Ocidental dos Açores, com sede na velha capital.
Luís Pinto de Mendonça Arrais exerceu aquelas funções, as quais acumulou com o governo militar, até 1835, altura em que as províncias foram extintas, sendo substituídas pelos distritos.
Terminada a sua comissão nos Açores, foi agraciado com o título de barão de Valongo e sucessivamente nomeado governador militar de várias circunscrições.
Em 1842 foi agraciado com o título de visconde de Valongo.
A 21 de Setembro de 1847 foi nomeado governador civil de Coimbra, cargo que exerceu até 13 de Novembro daquele ano, data em que foi transferido para o governo civil do Porto. Também nesta função permaneceu apenas por breves meses, já que foi exonerado a 26 de Janeiro de 1848. Por esta data foi nomeado vogal do Supremo Tribunal de Justiça Militar.
Casou a 19 de Abril de 1851 com a sua sobrinha, filha do irmão primogénito e herdeira dos bens e títulos da família, não tendo contudo logrado descendência.
Nas eleições gerais de 1851 foi eleito deputado pelo círculo de Trancoso, prestando juramento nas Cortes a 17 de Janeiro de 1852. Contudo, a sua passagem pelas Cortes foi breve, já que foi obrigado a demitir-se por ter sido considerada incompatível o estatuto de deputado com o de vogal do Supremo Tribunal de Justiça Militar.
Alegando razões de saúde, pediu a exoneração do Supremo Tribunal de Justiça Militar a 2 de Fevereiro de 1858, falecendo em Lisboa no dia 30 de Junho de 1859.
Foi cavaleiro fidalgo da Casa Real, 1.º barão e 1.º visconde de Valongo, grã-cruz da Ordem de São Bento de Avis, cruz de oiro n.º 6 da Guerra Peninsular e cavaleiro da Ordem de Cristo.
[editar] Referência
- Mónica, Maria Filomena (coordenadora), Dicionário Biográfico Parlamentar (1834-1910), Colecção Parlamento, Assembleia da República, Lisboa, 2005 (vol. I, pp. 218-219).