Luís da Cunha
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Luís da Cunha (25 de Janeiro de 1662 — 9 de Outubro de 1740) foi uma diplomata português, que serviu o rei D. João V. Foi comendador da ordem de Cristo, arcediago da Sé de Évora. Pertenceu também à Academia Real de História.
Frequentou a Universidade de Coimbra, onde se formou em Cânones. Entrou depois na carreira diplomática, sendo nomeado enviado extraordinário a Londres. Aí, coube-lhe participar em importantes negociações relacionadas com a intervenção portuguesa na Guerra da Sucessão de Espanha, o complexo acontecimento que dominava a política internacional daquela época.
Em 1712, Luís da Cunha, juntamente com o conde de Tarouca, representou com mérito os interesses portugueses em Utreque, no congresso que tinha como finalidade pôr fim àquele conflito. Do congresso resultou efectivamente o chamado Tratado de Utreque, na verdade um conjunto de acordos que estabeleciam as condições de paz entre a França, a Inglaterra e a Espanha, entre outros países envolvidos.
Destes contactos internacionais partiu o impulso para a escrita de obras como as Memórias da Paz de Utrecht e o seu notável Testamento Político, que tiveram apreciável difusão no século XVIII e se podem considerar elementos de renovação da cultura filosófico-política portuguesa da época.
[editar] Ideias
D. Luís da Cunha foi considerado por alguns como um estrangeirado. Deplorava a ausência de uma comunidade reformada (calvinista) em Portugal. Comparando a situação portuguesa com a da França, notou que o desafio huguenote tinha impedido que o sacerdócio católico francês se afundasse até ao nível "sórdido" dos seus pares portugueses (David Landes).